MAGNÍFICO IMPOSTOR
Em Renegades: Born In The USA, o belíssimo livro que regista as 8 conversas entre Bruce Springsteen e o ex-presidente, Barack Obama, originalmente difundidas em podcast (entre Fevereiro e Abril de 2021), a certa altura, Springsteen revela: “Só comecei a conduzir aos 24 anos. Andava à boleia para todo o lado. Não tinha carta e não sabia conduzir. Ia para a estrada, só eu e o meu polegar. Durante 10 anos, desde os meus 14, andei sempre à boleia. Lancei dois álbuns mas não tinha carro. Não sabia reparar um carro, caso se avariasse. Porém sabia o que um carro era, aquilo que simbolizava...” Por outras palavras, o enorme escritor de canções responsável pela poética mitologização dos infinitos "highways" norte-americanos, foi, durante algum tempo, mais outro poeta-fingidor, magnífico impostor, de quem nunca ninguém ousou duvidar. Na verdade, poderá considerar-se existir até alguma espécie de reincidência. Durante a longuíssima série de concertos a solo, “Springsteen On Broadway”, que, entre 2017 e 2018, apresentou, logo de início, poria as cartas na mesa: “Nunca tive um emprego sério em toda a minha vida. Nunca trabalhei das 9 às 5. Nunca trabalhei 5 dias por semana. Até agora. Nunca estive no interior de uma fábrica e, no entanto, não tenho escrito sobre outra coisa. À vossa frente, está um homem que teve um imenso e absurdo sucesso escrevendo acerca daquilo sobre que nunca teve a mínima experiência pessoal. Inventei tudo. É para que vejam quão bom eu sou”. (daqui; segue para aqui)
Commodores
4 comments:
Será que vale a pena reflectir sobre a letra do primeiro tema do álbum?...
Será que na aparência, na primeira camada, revelará um problema amoroso, mas, na realidade, não se constituiu como um hino ao liberalismo?
É nietzschiana. :-)
:)
Este postal alembra-me/atira-me para aquel'outro, supra, sobre o Spotify.
You know you don't need to ask why: brains, you know how to use them 'cos you have them :D*
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