18 November 2022

Edit (12:28) - E só agora, a 2 dias do início, é que deram por isso?
 
Edit (12:38) - A táctica populista do "concentremo-nos na bola" - "a bola é que induca", não é?... - já é antiga...

 

14 comments:

André said...

A hipocrisia com os estados dos GCC toca a todos https://www.bbc.com/news/world-us-canada-63671947

Direitos humanos sao muito bonitos quando nao estao no caminho de negócios. A xeonofobia e a escravatura estao bem vivas nesses países. Por decoro e cosmética diplomática, potências ocidentais, como o Reino Unido, exigiram que se eliminasse o direito a possuir escravos e codificassem constituiçoes de inspiraçao democrática à moda do ocidente. Em Oma, a escravatura foi oficialmente abolida em 1970. Noutros paises da regiao nunca o foi (apesar de nunca ser referida na lei do Estado), porque o direito a possuir escravos emana directamente do Corao (o Profeta tinha os seus). Essas constituiçoes e leis... tudo, literalmente, para ingles ver, porque no Ocidente ha uma tradicao colectiva de grande respeito por elas, que nao encontra paralelo na cultura da península arábica. A única palavra escrita que é final e deve ser rigidamente respeitada é a do Corao. Tudo o resto admite excepcoes, deturpaçoes ou simplesmente ser sistematicamente ignorado. Desde um contrato de arrendamento de uma casa aos direitos constitucionais, nada é para ser respeitado.
Biden passou de afirmar que faria de MBS um pária a aos "fist bumps" com ele para a fotografia. E assim estamos.

João Lisboa said...

"Enfim, esqueçamos isso".

André said...

Com licença: "A 48 horas del inicio del Mundial, Qatar ha dado marcha atrás y finalmente ha prohibido la venta de alcohol en las inmediaciones de los estadios donde se celebrarán los partidos. Esta decisión de última hora rompe el pacto previo con las autoridades del emirato y afecta de lleno al acuerdo por 72 millones de euros entre Budweiser, patrocinador del torneo, y la FIFA, según ha adelantado The New York Times." (nota: o redactor, na sua ignorância, refere as autoridades do "emirado", quando o Catar é uma monarquia semi-constitucional coiso-islâmico. Adiante)

Incumprir, sem qualquer aviso, um contrato de 72 milhoes de euros, a 48 horas da coisa? Ma mushkilah (sem probema). Aquele senhor grisalho do Pingo Doce, bem dizia que nao fazia negócios com parceiros dos GCC, porque os contratos nao valem nada.

nickname robert walser said...

Que dia é hoje ?

João Lisboa said...

:-)))

Daniel Ferreira said...

Ouvi um ruído lá no emprego sobre bola e um mundial qualquer, lá para o Qatar. O que é mesmo isso de bola? É um jogo? Bem, adiante.

«A 48 horas del inicio del Mundial, Qatar ha dado marcha atrás y finalmente ha prohibido la venta de alcohol en las inmediaciones de los estadios donde se celebrarán los partidos.»

Bola e bêbados nojentos? Eu tenho uma claque aqui mesmo ao lado de casa, a abarrotar de marginais, desocupados e inúteis. Nem há sossego nem em toda a minha vida ouvi tantos berros a plenos pulmões de «caralho!» depois da meia noite. Nunca uma violação contratual teve tanto sentido. O Qatar está de parabéns. Só por isso vou torcer pela selecção deles.

João Lisboa said...

"O Qatar está de parabéns. Só por isso vou torcer pela selecção deles"

:-)

A proibição parece ser só nas "imediações" dos estádios. Nada que vá incomodar demasiado a gebalhada da bola...

Anonymous said...

Cambada de esquerdistas hipócritas. Veja-se o caso do BE e da ex-atriz Catarina Martins & companhia.Tiveram conhecimento há muito e tempo para denunciar a escravatura no Quatar, mas só na véspera é que se lenbraram dos "direitos humanos". Também nunca os ouvi ladrar contra os labregos milionários do futebol, que enchem os bolsos à custa dos alienados e dos otarios.

Daniel Ferreira said...

"Também nunca os ouvi ladrar contra os labregos milionários do futebol, que enchem os bolsos à custa dos alienados e dos otarios."

Extrair dinheiro de alienados e otários boleiros é moralmente admissível, mesmo que lhes falte a comida e a roupa. E, de preferência, os medicamentos. Primeiro, porque eles entregam voluntariamente o dinheiro e deixam-se seduzir pelo marketing dos patrocinadores. Segundo, porque é um problema sem solução, como se viu pela histeria daquele campeonato que a Grécia ganhou, em que se andou por aí a construir campos da bola. E terceiro, porque o castigo justo para o uso da vuvuzela é, precisamente, passar fome, frio e doença.

Daniel Ferreira said...

"Cambada de esquerdistas hipócritas"

E se estamos na onda do "whataboutism", lembrar a minha referência na mensagem anterior ao campeonato que levou à construção de campos da bola, o coro de críticas contra tal desbarato, imediatamente eclipsado pela histeria das bandeirinhas.

Anonymous said...

A violação contratual em causa só por coincidência é do seu agrado. Nenhuma das consideracões que teceu é a sua causa, antes sim um preceito religioso. O problema, para um país árabe, não é haver bêbados. Afinal, os bares de Doha, Manama, Mascate, etc , estao cheios de criaturas em dishdahsa ou thowbe, abjectamente borrachas, assediando tudo o que mexa. A ponte entre Manama e a Arabia Saudita, por exemplo, todas as sextas de manhã enche-se de dezenas de milhares de sauditas ébrios, cozendo a embriaguês antes que se lhes permita cruzar a fronteira de regresso a casa. Em suma, os arabes khaleejin (da peninsula) bebem que nem esponjas e portam-se pior que um operario alcoolico de Newcastle. O problema, caríssimo, é que na cultura árabe tudo o que é haram é permitido, desde que nao seja à vista de todos. É só isso e nada mais. Por isso, haverá zonas reservadas para a copofonia, afastadas dos estádios. E o meu objectivo era exemplificar o erro de querer ter uma relação comercial ou politica com um pais árabe fazendo fé meramente em contratos.

Daniel Ferreira said...

Invejo o seu conhecimento enciclopédico sobre o alcoolismo no Islão, mas:

«Nenhuma das consideracões que teceu é a sua causa, antes sim um preceito religioso»

A única questão (no singular, não no plural) que teci tem a ver com o controlo da labregada da bola.

«Por isso, haverá zonas reservadas para a copofonia, afastadas dos estádios.»

O que vai ao encontro da minha opinião.

«E o meu objectivo era exemplificar o erro de querer ter uma relação comercial ou politica com um pais árabe fazendo fé meramente em contratos.»

Isso ficou claro na primeira mensagem.

Conclusão: dado que recorreu ao «entãosismo", fica por esclarecer: dado que se bebe noutros sítios, também se deverá poder beber junto aos estádios? Ou dado que não se pode beber junto aos estádios, também não se deverá poder beber noutros sítios?

Não sei se ainda é assim, mas quando era puto havia legislação (não cumprida) que impedia a abertura de salas de jogos nas imediações das escolas. Por alguma razão.

João Lisboa said...

Oh!... os matraquilhos mesmo ao lado do Liceu Camões....

Daniel Ferreira said...

«Oh!... os matraquilhos mesmo ao lado do Liceu Camões....»


Não creio que fosse por causa de gastar excesso de dinheiro (só me recordo de um colega que se prendeu às máquinas electrónicas durante alguns meses). O problema era a gazeteirice para ir jogar máquinas e bilhar :-)