31 October 2022

"We Let It In"
 
(sequência daqui) A segunda canção e video a serem conhecidos, "We Let It In", espécie de extático hino ao Sol (“We open to the blinding sky, and let it in, and let it in, with open hearts through burning fields, the soul of it in gorgeous flame”), alarga o horizonte do que Eno observa: em animação abstraccionista do multi-disciplinar Orfeo Tagiuri, nas tonalidades de azul-sobre-ouro da bandeira ucraniana, projectam-se as palavras que ele canta e a filha, Darla, á transparência, ecoa. Algo como um manifesto subliminar dos modos de intervir sobre a realidade sem cair na facilidade da agit-prop pronta a usar: “Não pretendo dizer a ninguém como agir ou no que deve acreditar. Em vez disso, são uma exploração dos meus próprios sentimentos. Espero apenas que vós, os ouvintes, partilhem dessas experiências e explorações. Levei muito tempo até acolher a ideia de que nós, artistas, somos, afinal, mercadores de sentimentos. Os sentimentos são subjectivos. A ciência evita-os porque são difíceis de quantificar e comparar. Mas os sentimentos são o ponto de partida do pensamento, uma reacção de todo o corpo, muitas vezes antes de o cérebro começar a carburar, e, frequentemente, com uma lente de muito maior alcance do que o cérebro poderia ser capaz”, diria o possuidor de dois dos mais venerados hemisférios cerebrais, por esse mesmo motivo também anagramaticamente conhecido como Brain One. (segue para aqui)

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