04 February 2022

A felicidade da escravatura (IV)

3 comments:

Anonymous said...

Esse problema está relacionado com a história que vou contar que, no caso em apreço, é deplorável- a faxer fé no Expresso - e que exemplifica a violência e o facto desta muitas vezes traduzir "muito trabalho por pouco dinheiro" no que toca aos agentes de segurança e forças policiais. A este propósito, se me permitir, vou contar a história do João e do Paulo.

O João e o Paulo trabalham na mesma empresa, e ganham o Salário Mínimo. Levam para casa além do cartão refeição (subsidio de alimentação) a quantia de 627€ (705€ menos 11% segurança social).

O João foi trabalhar um sábado de manhã pois o patrão paga um extra de 50€ e assim ele podia ir jantar com a namorada no dia dos namorados. Foi trabalhar feliz pois ia ganhar um extra e ajudou o patrão a produzir mais.

O Paulo ficou em casa a dormir, e depois foi para o café, como faz sempre.

No fim do mês o Paulo trouxe para casa os mesmos 627€ (705€ menos 11% segurança social), e o João, que se esforçou, 755€ menos 11% segurança social (83.05€) e menos 6,3% de IRS (47,50€), ou seja 624,45€... menos 3€ do que trazia todos os meses.

O patrão além dos 50€ que pagou ao João, teve de pagar 24.5% de segurança social sobre esse valor, ou seja, 12.25€ e o João acabou por pagar 3€ para trabalhar uma manhã. O estado esse, arrecadou 15.25€ com a brincadeira do João.

O João optou por nunca mais ir trabalhar ao sábado, não produziu e assim até ganha mais.

O João pensava que estava a esforçar-se para melhorar a sua qualidade de vida, mas não pode. Ao ganhar mais, estava a criar desigualdade social, a ficar rico e portanto tem de ser taxado e pagar para ajudar os pobres como o seu colega Paulo.

Esta é a justiça social que muitos portugueses (os Paulos) escolheram manter.

Como temos cada vez mais Paulos, é normal que haja maiorias absolutas para quem defende este modelo político.

Esta é a verdadeira razão de cada vez mais o salário médio estar perto do salário mínimo nacional: não há incentivo ao trabalho nem à produtividade, mas sim ao comodismo e ao não fazer nenhum. Hoje fazer horas extras, trabalhar um pouco mais, esforçar-se e ambicionar uma vida melhor só serve para ajudar aqueles que pouco querem fazer e que preferem estar em casa ou nos cafés e pastelarias.

A narrativa é a de que os ricos têm de pagar mais que os pobres, e debaixo desse grande chavão, todos os que se esforçam por uma vida melhor e ganham mais 50€ que o colega do lado têm de pagar mais. Ao que parece são ricos.

Um dia não existirá mais Joãos porque percebem que mais vale ser Paulo. Nesse dia a sociedade será toda pobre. É esse o caminho que estamos a percorrer todos os dias em Portugal.

Isto não é uma opinião, é a pura realidade dos números a nível europeu. É ir ler. Não sou eu que digo nem ninguém. São factos.

Portugal é o País com a economia que menos cresce na Europa. É dos mais endividados e dos que menos dívida líquida. Ou seja, cada vez produzimos menos e devemos mais.

Ano após ano, gastamos 10 e produzimos 5. Isto porque neste País temos cada vez mais Paulos. Os Joãos ou emigram ou tornam-se Paulos porque em Portugal não compensa ser João.

#socialismo #semfuturo #rumoàbancarrota

João Lisboa said...

Entretanto, através da importação dos novos escravos, a coisa vai-se resolvendo.

alexandra g. said...

E acontece há quanto tempo, a importação de novos escravos, que, de facto sabemo-lo, não resolve nada?

In the meantime, tb nós continuamos escravos, e alguns, racistas até ao infinito & mais além (emigrantes que regressaram, então, é mato!!!! :\\\\)