UNS DIAS NO CELEIRO
Na zona de Telluride, no Colorado – distinguida com a honra de ter sido
cenário do primeiro assalto a um banco de Butch Cassidy –, empoleirado nas Rocky Mountains, 2 667 metros acima do nível do mar, encontra-se “the barn”. O celeiro. Construído em 1850, era um local onde as diligências paravam para dar de beber e alimentar os cavalos, permitindo também aos passageiros descansar durante algumas horas antes de prosseguir viagem. Algo como a "roadhouse" de Once Upon A Time In The West, na qual Harmonica/Charles Bronson e Cheyenne/Jason Robards se cruzam pela primeira vez. A partir de alguns esboços e de uma fotografia, Neil Young tratou de restaurar o que já era pouco mais do que uma ruína: “Usámos madeira daqueles grandes pinheiros ponderosa, tirando partido das superfícies arredondadas. Os troncos sobrepostos dão origem a uma onda sonora cheia. Nada de ângulos rectos que são inimigos do som e provocam a extinção de algumas frequências. O que, quando estamos a gravar, temos sempre de ir compensando. Aqui, não precisámos de fazer nada disso: desde o primeiro instante, tudo soou perfeitamente bem”. Numa fotografia de Daryl Hannah (a andróide Pris, de Blade Runner, a gélida homicida Elle Driver, de Kill Bill, mas também, desde 2018, Mrs Young), “the barn” surge na capa do disco a que dá o nome: três quartos de céu raiados de núvens rosa de final de tarde e, no quarto inferior esquerdo, qual Big Pink ainda mais rural, uma casa-de-madeira-em-forma-de-casa, à porta da qual apenas com uma lupa poderão identificar-se as quatro figuras que a ocupam – Neil Young e os três Crazy Horse actuais (o baterista Ralph Molina, o baixista Billy Talbot e o guitarrista e multi-instrumentista Nils Lofgren, também tripulante da E Street Band, de Bruce Springsteen). (segue para aqui)
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