02 May 2021

"Travelin’ Blues"
 
(sequência daqui) Antes, durante concertos episódicos em Camden (Londres), tinha-se deixado seduzir pela "slide guitar" bem como pelos vetustos blues de Skip James, Robert Johnson, e Blind Willie Johnson. Tinha-se transformado numa “rock kid obsessed with old music” que, no entanto, não se furtava a reparar como, por exemplo, os Led Zeppelin eram “notórios por pilharem os velhos músicos de blues sem lhes atribuir crédito”. Durante 5 meses, deambulou por metade dos estados norte-americanos, tocou e cantou em bares, cafés, clubes e quintais, em busca – ela, a impenitente nómada – da sua “identidade americana”. Como canta em "Travelin’ Blues", descobriu que “Onwards and upwards, well this path leads to nowhere, nowhere sounds lovely, well I’d sure like to go there”. É nesse lugar nenhum que, por entre delta blues, melodias das Apalaches e "ragtimes" revigorados, se ergue, paradoxalmente, o mais empolgante álbum de "americana" dos últimos anos.

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