08 April 2021

 
(sequência daqui) “Foi como se fosse, outra vez, uma criança. Temos tendência para esquecer como é sermos principiantes. Levamos anos a estudar piano ou guitarra e, quando já os dominamos, uma boa parte do entusiamo inicial, perdeu-se. O Omnichord, apesar de ser tão simples, tinha tudo aquilo de que eu precisava. Era uma ‘one-man-band’ dentro de uma caixa pela qual tinha estado à espera toda a minha vida”, contou Lael à “Ourculture”. Havia só duas regras: imaginá-lo enquanto “lost album” descoberto, por acaso, num sótão – algo como The Story of Valerie, de Carola Baer – e apenas incluir "first takes". Na verdade, é um fascinante objecto dotado da estrutura óssea dos Young Marble Giants, da respiração de Liz Fraser (a canção-título vive a um passo de "Song To The Siren") e da bruma-Mazzy Star, onde, pelo meio do sibilo da cassete analógica, uma voz em tom de sépia murmura “How far is it to the end? Only a life, dear friend”.
 

3 comments:

Anonymous said...

Não conhecia.
Superbíssima.

João Lisboa said...

Subtilíssima.

Anonymous said...

Sem dúvida!