2020 - Prémio "Frase Idiota do Ano"
"Não podemos apagar a História"
Claro que não podemos. Mas podemos deixar de exibir, homenagear e glorificar no espaço público figuras que - com mais "contexto" ou menos "contexto" - intoxicam a paisagem das nossas cidades. Pergunta (quase) retórica: a ponte 25 de Abril deveria ter continuado a chamar-se ponte Salazar?
4 comments:
É indiferente chamar-se Salazar ou Silva ou Smith, mas, obviamente, quando um novo poder chega ao poleiro tem de ocupar o espaço urbano com os seus ídolos e heróis. Era fundamental trocar o nome da ponte e das ruas. Assim os carneiros, perdão, os cidadãos livres estão ambientados no novo king in town, é a base do espetáculo do poder.
La Société du Spectacle
Chapitre 7 : L'aménagement du territoire
169 La société qui modèle tout son entourage a édifié sa technique spéciale pour travailler la base concrète de cet ensemble de tâches : son territoire même. L'urbanisme est cette prise de possession de l'environnement naturel et humain par le capitalisme qui, se développant logiquement en domination absolue, peut et doit maintenant refaire la totalité de l'espace comme son propre décor.
170 La nécessité capitaliste satisfaite dans l'urbanisme, en tant que glaciation visible de la vie, peut s'exprimer - en employant des termes hégéliens - comme la prédominance absolue de «la paisible coexistence de l'espace» sur «l'inquiet devenir dans la succession du temps».
Etc. etc. etc. etc. etc. etc. seria cansativo ler o capítulo todo, além de, leituras longas, não terem lugar na sociedade do viral, apenas frases com 10 palavras que logo desaparecem, e ninguém se lembrará.
Portanto, não era indiferente chamar-se Salazar ou Silva ou Smith.
Para a instituição do poder (para quem anda nisso), não é indiferente.
A história é feita pelos vencedores . Muitas vezes para repor a verdade é preciso rever a história . Revisionismo bom
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