01 March 2019

 Ou, como diz um amigo meu, entrar numa livraria é o mesmo que passear pelas vitrinas do Red Light District (sem ofensa para as meninas de Amsterdão)

"Há dias, entrei numa livraria para comprar um romance que tenho muita vontade de ler (...). Recuei quando vi a capa do livro, achei que não iria conviver facilmente com ela, durante o tempo de leitura, e muito menos guardaria um livro que assim se apresenta. (...) O editor português aplicou a este livro, e a quase todos os que saem das suas oficinas, a bitola gráfica e propagandística que julga adequada a leitores incautos e com pouca autonomia, que é preciso atrair com imagens, cores, sinais e frases de alto ruído, grande visibilidade e fraca elaboração. (...) É um pesadelo entrar hoje nas livrarias portuguesas, sobretudo nas que pertencem às grandes cadeias: é um mundo saturado de cores e volumes de grande porte, prontos para uma guerra comercial completamente insensata (...), com uma paginação e uma mancha que em tempos só eram usadas em livros infantis. Instaurou-se a infantilização dos leitores, a ideia de que quem entra numa livraria precisa, logo à entrada, de tutela e só quando chega às secções do fundo é que começa a ter direito à ousadia de pensar e ganhar autonomia" (AG)

2 comments:

Anonymous said...

Este Guerreiro é um D. Quixote...
Concordando em grande parte com o que diz, não entendo como é que esta capa poderia não conviver com ele...

https://www.leyaonline.com/pt/livros/romance/a-capital/

João Lisboa said...

Não é das piores. Mas sofre do mesmo hiper-ilustrativismo das mais horrendas.