"(...) Os principais inimigos dos livros que precisam de ser defendidos são precisamente os livros que não precisam que se faça nada em favor deles. (...) Não é o livro que está em perigo (esse, é produzido em abundância); o que está em perigo (e não faltam nos últimos anos os gritos de alarme, um pouco por todo o lado) é precisamente o sector da literatura, do ensaísmo, da ciência e das humanidades, que foi, até ao momento em que a edição seguiu o modelo do consumo e da produção industrial, o tronco da actividade editorial. Tanto livro, tanto livro, mas a maior parte do património literário está completamente ausente da edição e, ainda mais, das livrarias. Podemos dizer que os livros gozam hoje de um prestígio que, na generalidade, já não merecem; e que não há maior injustiça do que o triunfo deste canibalismo do lixo editorial que, ainda por cima, se alimenta do capital simbólico daqueles que ele devora. (...) Aguardamos com impaciência e pouca esperança um assalto total perpetrado por grandes destruidores" (AG, sequência daqui)
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