22 July 2017
O novíssimo (embora já tricologicamente problemático) líder parlamentar do PSD numa aula prática de peixeirada oratória ministrada pela candidata à CML possuidora do mais interessante CV
21 July 2017
"Um candidato do PSD e do CDS a uma autarquia, de seu nome André Ventura, resolveu dizer que há um grupo que 'em termos de composição de rendimento vive exclusivamente de subsídios do Estado' e que se sente com uma 'enorme impunidade', não tendo interiorizado 'o Estado de Direito'. Veio entretanto procurar corrigir-se e dizer, no fundo, que não acredita em bruxas, mas que elas existem. Em abstracto, passe algum exagero, até tendo a concordar com estas declarações. Cruzo-me, especialmente ao almoço em alguns restaurantes de Lisboa ou até em alguns convívios supostamente irrepreensíveis, com pessoas que quase posso jurar que vivem ou viveram em boa parte de exaurir selectivamente o Estado ou, de formas mais ou menos mediatas, até os contribuintes, portugueses e estrangeiros, e cujo sentimento de impunidade é notório – e porque não o seria? Sobre o seu interior e o conceito de Estado de Direito prefiro não me pronunciar" (aqui)
20 July 2017
19 July 2017
O Pedrito, à espera de regressar definitivamente a Massamá, acha que é "uma posição não racista, não xenófoba"; o bandido-chefe neo-nazi, cheio de razão, discorda
18 July 2017
... e tendo acabado de conhecer o reverendo Jack Van Impe, foi grande a surpresa de descobrir nele um gigante da ciência - vencedor do prémio Ig Nobel da Astrofísica de 2001 "for the discovery that black holes fulfill all the technical requirements to be the location of Hell" - à altura de um Leo Allatius!
ASSALTO TOTAL
A 23 de Julho de 1967, a “Motor City” explodiu. Quatro anos antes, os 125 000 manifestantes da Walk To Freedom March haviam desfilado pacificamente pela Woodward Avenue, na qual Martin Luther King ensaiaria o discurso “I Have a Dream” que, semanas depois, iria proferir em Washington D.C.. Mas, quando, às primeiras horas daquele domingo de Julho de há 50 anos, a polícia realizou um brutal raide a um clube na esquina da 12th Street – hoje, o Rosa Parks Boulevard – onde se celebrava o regresso do Vietname de dois GI negros, durante cinco dias, Detroit entrou em estado de guerra. Balanço final: 43 mortos, 1 189 feridos, 7 200 detenções, e mais de 2 000 edifícios destruídos. Vindo de Flint, John Sinclair tinha chegado a Detroit em 1964. Na universidade, lera os evangelhos segundo Ginsberg, Ferlinghetti, Corso e Kerouac, salmodiara ao som de Coltrane e descobrira o santíssimo sacramento da cannabis sativa.
Não tardou muito até que Sinclair (que, entretanto, escrevia para revistas de jazz, publicara três livros de poesia - This is Our Music, Fire Music: A Record e Meditations: A Suite for John Coltrane - e conhecera Ginsberg e Ed Sanders, dos Fugs), com vários outros "agents provocateurs" locais, tivesse criado a Artists’ Workshop dedicada à insubmissão perante a “square culture” dominante. Inalando profundamente o ar do tempo, a Workshop daria origem à comuna Trans-Love Energies que tanto acolheria os MC5 (brigada de agitadores sonoros "garage-proto-punk" mas amantes de Albert Ayler, Archie Shepp, Sun Ra e Coltrane) como, em 1968, serviria de incubadora para o White Panther Party. Fundado, segundo a lenda, por instigação do Black Panther, Huey P. Newton, o programa mínimo era esclarecedor: "a total assault on the culture by any means necessary, including rock and roll, dope, and fucking in the streets". Irmãos de armas (ainda mais) pedrados dos Yippies de Jerry Rubin, Abbie Hoffman e Phil Ochs, iria ser por aí mesmo que o FBI lançaria o ataque, prendendo Sinclair, apanhado na posse de dois cigarros “aromáticos”, pelo que, em 1969, seria condenado a dez anos de prisão. Libertado em 1971, após uma incansável campanha a que John Lennon se associaria, Sinclair, na sequência da desintegração dos White Panthers, gravaria quase três dezenas de álbuns de "spoken-word". Beatnik Youth Ambient (produzido por Martin Glover/Youth) é o último e belíssimo estojo para a voz de "grizzly" de John Sinclair, sobre fundo de jazz e electrónica mutantes, invocar a memória dos seus heróis literários e musicais.
Edit: Escutar o reverendo Jack Van Impe pregando contra o rock & roll e a contracultura, em 1969, referindo-se aos MC5, John Sinclair e ao White Panther Party (sugerido na caixa de comentários)
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17 July 2017
16 July 2017
15 July 2017
MC5 - Early Video Compilation
(1967-1972)
13 July 2017
Havendo uma "Estrutura de Missão para a Promoção do Sucesso Escolar", o "sucesso" está, evidentemente, garantido (o mal não morre mesmo e "simplificar é preciso")
12 July 2017
Opá, Chico, ou incluis no pacote as 72 virgens (para quem aprecia) * ou a concorrência fica
sempre a ganhar
* na verdade, se forem 73 sabidonas, é capaz de resultar melhor...
* na verdade, se forem 73 sabidonas, é capaz de resultar melhor...
11 July 2017
Grande e inolvidável momento da gesta lusa: o Dauerling-chefe (uma notável reencarnação do Diácono Remédios) diz que, afinal, era só sucata velha (enganámos os gajos, pá!...) e o Tó enriquece o património da oratória política nacional com este suculento naco de raiz tomasiana: "O senhor ministro da Defesa tem toda a confiança do primeiro-ministro para o exercício das suas funções e exerceu as suas funções como é função do senhor ministro da defesa"
EXPLOSÕES
Caso esteja a instalar-se a suspeita de que, por aqui, existe uma espécie de "lobbying"-pró-David Lynch, é importante esclarecer que, sim, é inteiramente verdade. Não será, decerto, por acaso que, no espaço de mês e meio, este é o quarto texto que – directa ou indirectamente – se lhe refere. E, muito especialmente, em consequência da terceira temporada de Twin Peaks, objecto audiovisual definitivamente não-identificado capaz de fazer implodir as mais robustas sinapses. Em “The Ringer”, numa peça intitulada “‘Twin Peaks’ Has Moved Beyond Television”, Alison Herman qualificava a série como “narrativa quase puramente sensorial: não é por acaso que Lynch é responsável pelo 'sound design'” e acrescentava: “Esta temporada não é apenas irreconhecível enquanto iteração de Twin Peaks. É irreconhecível como televisão. (...) Tudo nela contem a alegria e a estranheza de um realizador de prestígio mundial a conseguir fazer o que nunca ninguém antes fez ou fará depois: um projecto artístico de 18 horas, alheio a qualquer ideia do que é suposto ser um 'longform' e distribuído por uma grande cadeia de televisão americana”.
Herman escrevia a propósito do 8º episódio (ainda não exibido em Portugal) mas motivos para o fazer não lhe teriam escasseado nos anteriores, desde as autocitações, às alusões a Playtime, de Jacques Tati, à implantação de "inserts" musicais da "playlist" privada de Lynch, ou ao intrincado labirinto de "subplots" que se multiplicam alucinadamente sem aparente (nem, obviamente, necessário) motivo. É, porém, num instante desse 8º episódio – nada de alarmes: uma das inúmeras coisas que Lynch evaporou foi o conceito de "spoiler" – que Twin Peaks desafia os mais ousados a descobrir os termos exactos para interpretar o que vêem e ouvem: um imenso "zoom-in" de 5 minutos até ao centro do cogumelo da primeira explosão nuclear norte-americana, a 16 de Julho de 1945, no Novo México, ao som da estridência das 52 cordas da Trenodia Para as Vítimas de Hirochima, de Penderecki. Música do compositor polaco já havia sido usada por Lynch em Wild At Heart e Inland Empire (e também por Kubrick, em The Shining e William Friedkin, no Exorcista) mas nunca como aqui – talvez só à excepção das peças de Ligeti para a sequência da Star-Gate, em 2001: Odisseia no Espaço – dando tão intenso corpo ao sonho de Eisenstein e Prokofiev: articular imagens e música de forma a “produzir uma harmonia interna inexprimível em termos racionais”.
10 July 2017
09 July 2017
Jesca Hoop (interview & performance)
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John Sinclair Freedom Rally
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A propósito, esclareça-se que a Congregatio de Cultu Divino et Disciplina Sacramentorum - dirigida pelo Sarinha - é uma espécie de híbrido de ASAE, Kennel Club, comité zhdanovista e Paula Bobó da Vaticano S.A.
... mas, ó D. Gonçalo Nuno Ary Portocarrero de
Almada, 4.º visconde de Macieira, sacerdote secular da prelatura do Opus Dei, vice-presidente da Confederação Nacional das Associações de Família, Cerimoniário Eclesiástico da Ordem de Cavalaria do Santo Sepulcro de Jerusalém e Capelão Magistral da Assembleia Portuguesa da
Ordem Soberana Militar de Malta, por muito que estivesse interessado em partilhar connosco aquilo que lê "nas revistas ditas sociais, de que apenas conhece as capas" e que, aparentemente, o informam que as, chamemos-lhes assim, "namoradas" do gebo da bola "são todas, como convém, jovens sofisticadas" (permita-me que coloque aqui um respeitosíssimo LOL), olhe que, esta semana, houve uma ou duas notícias bastante mais trepidantes acerca das quais a galáxia inteira ansiava pela sua opinião... (já agora, sobre o tema que abordou, sabe que há importantes antecedentes históricos, não sabe?)
08 July 2017
Muito bem!... Ao menos que sirvam para alguma coisa como ratinhos de laboratório
07 July 2017
Hoje, uma "sniper" da Goldenergy bateu à porta. E, como não se fez segundo a sua vontade, avisou que, então, "perderíamos todos os direitos" (!!!) O que falta para, três anos depois de terem sido objecto de 900 queixas, ainda não terem ido de cana?
06 July 2017
Qualquer coisinha de português (LXII)
Será que o inquilino da Casa dos Bicos não tem uma medalhinha para o Yann?
05 July 2017
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