21 April 2017

Ou como (evocando o trafulha do Freud) a literatura lusa continua fixada na fase oral (II)


"Na última década, José Rodrigues dos Santos tornou-se um dos mais famosos corifeus desta corrente estética. A título exemplificativo, leia-se n'O Anjo Branco a cena em que somos apresentados à rodesiana Nicole e aos seus 'seios desproporcionadamente grandes adornados por mamilos largos e rosados'; ou O Sétimo Selo, quando Igor se dirige a Cummings e pergunta: 'E as mamas? São grandes? Hã? São grandes?'. Depois, em O Códex 632, que é como que a matriz de toda a produção literária deste autor, na cena em que Lena insinua 'uns seios atrevidos e generosos, com um volume que a cintura estreita mais acentuava', Rodrigues dos Santos aproveita para demonstrar que as regras consentem sempre uma ou duas excepções. Veja-se o folgazão Tomás Noronha (um doido varrido por mulheres), que 'sempre ouvira dizer que as mulheres de seios grandes não eram particularmente boas na cama; mas, se isso era verdade, Lena constituia certamente a grande excepção' (o que faz de Mariana, em Alma de Pássaro, de Margarida Rebelo Pinto, a regra: 'tinha umas boas mamas mas não era grande coisa na cama')". (João Pedro George, "As mamas na literatura portuguesa", número de Primavera-2017 da revista "Ler" - série iniciada aqui)

4 comments:

zeromilhoes said...

http://www.tsf.pt/internacional/interior/as-irmas-da-cannabis-6235049.html

João Lisboa said...

:-)))

JF said...

Mas quem é a bela mulher na foto?

João Lisboa said...

Jayne Mansfield.