07 June 2016

Food For Thought (XLI)

"(...) Assistimos, agora, ao advento do que muitos analistas chamam a quarta revolução industrial. Com a utilização de técnicas de inteligência artificial, na próxima década será possível usar computadores para conduzir autonomamente veículos, para efectuar cirurgias, para responder a chamadas telefónicas, para escrever notícias nos jornais, para substituir os professores e até mesmo para criar produtos que, até agora, exigiam criatividade e inovação, como obras de arte, livros e músicas. Todas estas aplicações foram já demonstradas e encontrarão mercados significativos nas próximas décadas.

Tem sido um dogma das teorias económicas que as inovações tecnológicas destroem empregos mas, em sua substituição, criam outros, de maior valor acrescentado. Essa tem sido a realidade histórica e quase todos os economistas são da opinião que a quarta revolução industrial não será diferente. Como alguém que tem estudado o assunto e acumulado evidência, tenho uma opinião profundamente diferente. Pela primeira vez na história da humanidade, uma revolução tecnológica irá criar sistemas que podem substituir pessoas na esmagadora maioria das tarefas, se não em todas. 

A automação (...) permitirá tornar praticamente todos os negócios mais eficientes e aumentar a sua competitividade. Porém, isso será conseguido à custa de uma diminuição, gradual mas sistemática, do número total de empregos. Não teremos, simplesmente, empregos para todos porque a maior parte dos trabalhos será feita por máquinas, computadores e robots. As taxas de desemprego que observamos na Europa e que teimam em não descer, são provavelmente estruturais e não conjunturais. Não voltaremos, com certeza, às taxas de desemprego de um dígito que tivemos no século passado (...)" (Arlindo Oliveira, presidente do IST, "Expresso" de 4.06.2016)

12 comments:

Anonymous said...

Ainda mal que pergunte a tamanha iminência . Então porque é que nos USA a taxa de desemprego é de 5.5% em maio 2015?

Obrigado

João Lisboa said...

"Eminência".

Reler: "As taxas de desemprego que observamos na Europa e que teimam em não descer..." Na Europa.

Mas chegará também aos EUA.

Há aqui http://lishbuna.blogspot.pt/search/label/produtividade toneladas de food. For thought.

Anonymous said...

Ainda mal que pergunte a tamanha iminência . Então porque é que na Alemanha a taxa de desemprego é de 4.6 % em abril de 2016?

Obrigado

João Lisboa said...

"Eminência" (com "e").

Não sabendo exactamente qual a "eminência" a que se dirige (o prof. AO?... eu???...) e estando longe também de ser (eu) um especialista na matéria, pelo muito que no link que coloquei aí em cima se pode de ler (de especialistas na matéria), diria que, um pouco por todo o lado, é apenas uma questão de tempo, com pontos de partida e circunstâncias locais diferentes.

Mas é apenas food for thought.

João Lisboa said...

Errata: "se pode ler".

alexandra g. said...

Adenda alheia: "Mas é apenas food for though"
Errata: (...) não é (...)

João Lisboa said...

Errata: "thought".

:-)))

alexandra g. said...

Adenda: belezo :)*

Anonymous said...

Insisto no iminência ( questão de tempo e teimosia)

Ainda mal que pergunte porque é que no Japão ( que como sabemos é um país tecnologicamente atrasado , assim como os que mencionei acima) tem uma taxa de desemprego de 3% ?

Pela lógica iminente de tamanhas criaturas não seria de esperar que fossem os países mais desenvolvidos que tivessem maior taxa de desemprego ? Então porque será que são os mais atrasados que têm mais desemprego?

Vá lá , vão ler o Marx , não sejam calões . É chato , não é nada fashion ,mas ensina.

João Lisboa said...

"Insisto no iminência (questão de tempo e teimosia)"

Tempo???...

"porque é que no Japão...?"

Receio bastante que não seja preciso esperar muito tempo para que haja resposta para todas essas perguntas.

"não é nada fashion"

Eis uma irritante expressão simultaneamente "fashion" e errada. Porque, correctamente, seria "fashionable".



Anonymous said...

Continuo a recomendar a estas iminências pardas a leitura de Marx. Se quiserem, estejam à vontade , não são obrigados .

João Lisboa said...

Então porque insiste? (os livros desse tal Marques têm bonecos?)