29 January 2016

O trafulha do Freud abdicava de uma snifadela de coca por um lapsus linguae como este - mas muito pior é o terreno fértil que isso será para a proliferação de frases que incluem o bárbaro "chamar de" (uma das mais recentes adições à lista infame)

20 comments:

Anonymous said...

"(,,,)O trafulha do Freud(...)????!!!!!

Trafulha porquê?

Anonymous said...

Este, em matéria de lapsus linguae, é o melhor de todos

https://www.youtube.com/watch?v=JoOAqzLEqwE

João Lisboa said...

"Trafulha porquê?"

Tudo explicadinho (por exemplo) aqui:

http://www.fnac.pt/Anti-Freud-Michel-Onfray/a643650

Anonymous said...

Michel Onfray ?

Por favor...Por acaso saber quem é esta personagem e o que ela representa no Meio Cultural parisiense ? Um arrivista do pior calibre!

Anonymous said...

Freud dá na branca? Tenho duvidas,aquilo é mais MDMA feito num vão de escada com cheiro a ...esturrado.E vai mais um espirro,e la vai a branca(10 euros? 100 euros?) a voar.Viva o W.Allen...

João Lisboa said...

"Michel Onfray?"

E que tal ler?... Foi só um exemplo. Há muitos mais. E que o "freudismo" é puríssima parlapatice pseudo-científica só duvida quem quer muito duvidar. Uma questão de fé.

Anonymous said...


Existem pessoas que querem fazer apenas aquilo que lhes apetece, quando lhes apetece e como lhes apetece. Em senso comum, chamamos a isto ser egocêntrico, egoísta ou infantil. Outras pessoas há que são mais contidas e sabem que nem sempre podemos fazer aquilo que nos apetece como nos apetece e quando nos apetece, aceitando esta realidade com maior facilidade. Chamamos-lhe maturidade, responsabilidade ou racionalidade.
Em termos psicanalíticos, há dois conceitos interessantes introduzidos por Sigmund Freud há muitas décadas atrás: princípio do prazer e princípio da realidade. O princípio do prazer é então o desejo de obter uma gratificação imediata. Quando movido por este instinto, o sujeito age de forma a sentir prazer e evitar a dor, mostrando uma baixa tolerância à frustração. Opõe-se ao princípio da realidade, que representa a capacidade de adiamento de uma gratificação.
Ou seja, o que acontece é que quando queremos fazer algo que não é correcto ou oportuno fazer, temos duas alternativas: uma, passamos por cima do que for necessário para concretizar a nossa vontade, movidos pelo caprichoso princípio do prazer; duas, aguardamos por um melhor momento ou aceitamos a impossibilidade total de realizar tal desejo, compreendendo que a vida apresenta limitações e que nem tudo acontece como gostaríamos.
Nos primeiros tempos de vida, o ser humano é dominado pelo princípio do prazer. As crianças querem ver os seus desejos realizados imediatamente e a capacidade de adiar a satisfação de um desejo ou necessidade e de suportar a dor e a ansiedade vai sendo construída ao longo do tempo. Depois, o desenvolvimento desta capacidade torna-se em grande parte uma responsabilidade dos educadores, que desde cedo vão mostrando aos seus filhos o que pode e não pode acontecer, o que é e não é possível, apresentando-lhes as primeiras frustrações da vida e ensinando-lhes quotidianamente com naturalidade que nem sempre as coisas acontecem quando e como queremos. Começa a desenvolver-se o princípio da realidade. Num indivíduo adulto bem estruturado, este é o princípio dominante.
No entanto, nem sempre tal acontece. Por vezes, há uma falha no equilíbrio entre os dois princípios e o princípio do prazer sobrepõe-se, tornando o sujeito omnipotente, caprichoso e desajustado socialmente, pois ao procurar sistematicamente satisfazer o seu desejo acaba por entrar em conflito com o desejo do outro, tantas vezes diferente do seu. Note-se que, embora o princípio da realidade seja mais favorável ao bom desenvolvimento, também pode acontecer o inverso, quando uma exclusividade do princípio da realidade torna o indivíduo exageradamente contido, incapaz de se permitir a saborear. Tão contido que também dificilmente viverá com plenitude. Como sempre, no meio encontramos a virtude. Sofia Pracana

João Lisboa said...

Nesse caso, o farsante de Viena limitou-se a procurar pintar (mal) com cores "científicas" aquilo que é apenas a observação de factos banais da vida.

Anonymous said...

João Lisboa. Não seja tão ignorante. Nesta matéria.
Comece por ir, por exemplo, à página 105 da revista do Expresso de hoje.
Encontrará decerto caminho para sair dessa incompreensão tão jactante.
Quem o avisa, seu amigo é.




Anonymous said...

Cada macaco no seu galho.
Não se pode ser bom a tudo.
Deixe-se de parvoíces.
Leia antes de debitar tanta ignorância-
Sofia Pracana

João Lisboa said...

"página 105 da revista do Expresso de hoje"

Bastou-me ler "pai da psicanálise do Norte" para não ter passado daí.

Ciência é ciência e com a ciência não se brinca. Foram muitos séculos de duríssima luta contra a superstição para nos podermos dar ao luxo de ser tolerantes com as inúmeras variedades de karambismo.

Não se poderá ser bom a tudo. Mas, para ser capaz de identificar a pseudociência das homeopatias, psicanálises e demais trafulhices afins, basta não ser cientificamente iletrado.

João Lisboa said...

Depois de ter lido o que me interessava na Revista, ainda passei os olhos pela "página 105" (eu devia ser canonizado...). E dou com isto: "somos muito mais do que uma máquina biológica ou um cérebro a funcionar"!

O tipo da Bial dizia o mesmo: http://lishbuna.blogspot.pt/2014/03/o-porto-ja-espiritualmente-elevado.html.

E isto acontece em pleno século XXI.

Táxi Pluvioso said...

Ó, o trafulha do Michel Onfray explica, quando oiço falar de ciência chamo logo a GNR para a defender, musculadamente. E, em nome da ciência, Freud "não snifava coca", nem a coca era proibida no seu tempo.

João Lisboa said...

Ninguém disse que era proíbida.

Táxi Pluvioso said...

Mas sugere, na época era um medicamento novo, e como tal apresentado como uma panaceia, e era injetado (não percebi o que significa a palavra snifar).

Táxi Pluvioso said...

... ou tomado por via oral.

João Lisboa said...

Pois.

Já ao "chamar de" ninguém liga.

Táxi Pluvioso said...

A língua tem um leito sociológico, um homem, no qual não nasce pelo branco e que reverteu (ou travou) a queda de cabelo, merece ser chamado de.

Ibidem said...

Os acólitos de Freud são piores que os evangélicos, não se pode questionar o dogma.
Já essa 'lista infame' é serviço público. Vivo no Luxemburgo e vejo muitas aparições desse "chamar de", por causa da contaminação com o francês. Medo.

João Lisboa said...

"Os acólitos de Freud são piores que os evangélicos, não se pode questionar o dogma"

Num caso e noutro, é uma questão de fé.