14 January 2016

12 comments:

Táxi Pluvioso said...

Oiço esta treta há mais de cem anos; ó não se aprende nada; ó os jovens não sabem nada; ó pedagogia; ó o horror; no final, afinal, nada disso impediu que tivéssemos existido todos nós, nada impediu que tivéssemos Cavaco Silva, Passos Coelho, Sócrates, das Neves, Pedro Lomba, os ministros Maduro e Álvaro, Laurinda Alves, Marcelo R Sousa, etc. etc. etc. etc.; se a má escola nos produziu a todos nós, muito bons, se a escola fosse boa, não haveria pai para nós, seríamos Obamas.

Anonymous said...



Uma Esquerda que se preze - valerá ainda o esforço em separar esquerda de direita ou direita de esquerda? -, no sentido mais radical (raiz) e transformador da realidade, terá que ultrapassar o beco ideológico em que a esquerda 'normal' hoje se encontra.

Isto significa desde já reflectir o Estado Novo fora do paradigma do chamado antifascismo, tecla gasta e desajustada para pensar essa realidade de outrora.

Posto isto, sou favorável ao regresso do exame da 4ªclasse.
E do regresso à necessidade de ensinar as crianças a tabuada, a saber escrever, e sobretudo a saber LER, LER, LER.

E à diminuição do tempo dos alunos na escola.

E à obrigação, em lei, para todas as crianças que atingem os 6 anos , o ingresso nos escuteiros ou outra actividade grupal onde não exista avaliação.

Penso que o Crato foi o melhor ministro da educação que já tivemos desde o 25 de Abril.

Para finalizar, e descontando os aspectos ideológicos inerentes ao funcionamento escolar do Estado Novo, sou adepto, em traços gerais, do modelo de ensino dessa altura, que deveria ser alvo de uma adaptação aos tempos que correm, maus, produtores de analfabetos.

Anonymous said...

A juntar ao pensamento do Guilherme Valente, este aqui também me parece particularmente interessante, sobre a matéria.

http://observador.pt/opiniao/nao-gostavam-do-crato-ora-tomem-la-tiago/

João Lisboa said...

"Oiço esta treta há mais de cem anos"

Oiça, bisavô, os antibióticos terem sido descobertos apenas no século XX também "não impediu que tivéssemos existido todos nós". Queremos viver sem antibióticos? Não, não queremos.

"Penso que o Crato foi o melhor ministro da educação que já tivemos desde o 25 de Abril"

O Crato foi o melhor ministro da educação que já tivemos desde o 25 de Abril... até ser ministro.

O menos mau foi o David Justino.

Táxi Pluvioso said...

Não percebi o que têm os antibióticos a ver com o choradinho da educação - "ó no meu tempo é que se aprendia" - de facto, antes dos antibióticos, foi inventada a roda.

João Lisboa said...

Try again.

João Lisboa said...

Pronto, eu dou uma ajuda: podemos viver sem antibióticos? Podemos, mas é melhor com *; podemos viver com uma escola de merda? Podemos, mas é melhor com uma escola decente.

* exactamente o oposto do preservativo: é mais seguro com mas é melhor sem.

Táxi Pluvioso said...

E quem define esse "universal" (para centrar o tema na Idade Média circa sec. XI) "melhor" para a escola, qual é a substância primeira que bota esse formaliter escola decente? também vivemos bem com um terrorismo melhor, nosso amiguinho, que mate os nossos inimigos; também vivemos bem com ditaduras melhores, amiguinhas, que nos vendam petróleo; viver melhor não nos custa. A escola é outra coisa, não depende nem de Cratos, nem de políticos, é apenas uma rede de relações, uns safam-se outros estão lixados, no fundo, é a vida (para citar Paulo Portas).

João Lisboa said...

"E quem define esse "universal" (para centrar o tema na Idade Média circa sec. XI) "melhor" para a escola?"

Não é nada difícil, é até mesmo bastante fácil.

Táxi Pluvioso said...

Claro, Miguel Relvas, that's who.

Anonymous said...

Muita gente se interroga sobre quem foi o autor da mudança do sistema de ensino que tínhamos em 25 de Abril de 1974 quanto à divisão entre ensino técnico-profissional, com as escolas secundárias comerciais e industriais, como se chamavam então e o ensino liceal vocacionado para a preparação para as universidades.

A divisão "de classe" causou sérios engulhos ao sistema esquerdista vigente, com notório destaque para o partido comunista que pautava a ideia de democracia pela de igualdade, através de uma colectivização da economia e do próprio ambiente colectivo com vista à almejada e constitucionalizada "sociedade sem classes".
O melhor exemplo deste tipo de pensamento que dominava então a intelligentsia que ensinava e comunicava nos media é Rui Grácio, já falecido.
Recuperemos o falecido Grácio : " "Trata-se de democratizar, ao nível do ensino secundário, as estruturas escolares, implantando um tronco comum, em que não haja vias paralelas de desigual prestígio que reproduzam e reforcem a hierarquia classista da formação social, designadamente a divisão de trabalho manual e do trabalho intelectual. A estratificação e hierarquizada sociedade portuguesa sofreu, com o 25 de Abril, abalo forte, mas não se decompôs, de maneira que os grupos socialmente dominantes nunca terão perdido a esperança de uma recuperação."

É difícil encontra maior estupidez junta numa frase.
E tanto mal que se fez a um país, com estas ideias estúpidas.

É mais do mesmo, é o que agora parece estar a acontecer de novo como o iluminado de Coura, o recente ministro da Educação, boneco do ventríloquo 'prof' nogueira

João Lisboa said...

"É difícil encontrar maior estupidez junta numa frase"

Com nuances - pálidas - continua a ser assinada, da "esquerda" à "direita", praticamente por toda a gente.

Mas o verdadeiro veneno letal, activíssimo até hoje, foi sintetizado no laboratório de Roberto Carneiro http://lishbuna.blogspot.pt/2016/01/o-que-e-particularmente-terrivel-em.html.