"Um exército armado de painelistas e comentadores capturou a esfera pública e assegura a prossecução desta festa diária que em momentos críticos e de irrupção de algo novo, como é este que estamos a viver, se torna uma torrente de discursos que nos sufocam e sufocam tudo. Trata-se de um exército de elite que tem a seu cargo a acção de mortificar aquilo em que toca. (...) A espiral barroca do comentário passa também pelos politólogos. (...) Enquanto um comentador diz muito simplesmente que 'hoje não chove e por isso ainda não vamos ter governo', o politólogo diz antes: 'A chuva é, em termos kantianos, um transcendental governativo, isto é, uma condição de possibilidade de formação do governo. E como estamos em seca...'" (António Guerreiro)
23 October 2015
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