27 May 2015

Contra o Aborto Ortográfico
(email em circulação)
 
"Quando ainda estava em Londres, fui surpreendentemente nomeado vogal, em representação do Primeiro Ministro, da Comissão da Língua portuguesa ou lá como se chamava, sendo chamado a pronunciar-me sobre o Acordo. Votei contra e dei as minhas razões, tendo o cuidado de não medir as palavras… Tenho escrito frontalmente contra o acordo e assinado todas as petições contra o dito. O problema é a profunda iliteracia e cobardia dos deputados que insistem em implementar este aborto, devido ao lobby forte dos editores oportunistas que se apressaram a fabricar manuais e dicionários, seguindo o (des)acordo, contra o que tudo recomendava. Agora choram por causa do 'prejuízo' que traria a abolição de obsceno COISO (que a inefável Edite Estrela defende com argumentos de sopeira, sem desprimor para as sopeiras, que já não há…) Este acordo, filho espúrio do Malaca Casteleiro, meu colega da Academia e um dos homens mais burros e obstinados, que há debaixo da Via Láctea (burro e gago: a tempestade perfeita!) é das coisas mais infames que este nosso Parlamento tem votado. Ficará na História, como uma das maiores nódoas produzidas depois do 25 de Abril. Pode divulgar estas palavras junto de quem entender". (Eugénio Lisboa)

16 comments:

alexandra g. said...

Grande homem, este senhor! :)

João Lisboa said...

:-)

Táxi Pluvioso said...

Ó, como se chamará? gayfight? O catfight, quando começa, é duro e sangrento:

http://expresso.sapo.pt/sociedade/2015-05-27-Inspetora-da-PJ-que-tinha-sido-absolvida-condenada-a-17-anos-de-prisao

no gayfight, com certeza, se partirá algumas unhas. "Burros" é adjetivo qualificativo de todos os portugueses, não de um específico, e sei-o, porque sou português.

RH said...

Não há uma única prova de que este texto seja de Eugénio Lisboa (que até é contra o acordo). Basta pesquisar e não há uma única fonte credível, só meia dúzia de blogues. Parece-lhes até linguagem de escritor? E escreveria Eugénio Lisboa algo como «uma das maiores nódoas produzidas depois do 25 de Abril»? :) Pensem um pouco antes de publicar coisas forjadas.

Anonymous said...

Quem fala assim, fala bem. E não é gago. Em meia dúzia de linhas diz o essencial e chama os bois pelos nomes.

Luciano

alexandra g. said...

Vai ali (https://novaziodaonda.wordpress.com/2015/05/27/pode-divulgar/#comments) uma polémica do caraças :)

RH said...

O texto tem origem na publicação deste blogue: http://aquitailandia.blogspot.pt/2015/05/os-apatridas-da-lingua-que-nos-governam.html. Data de 21 de Maio e nem é atribuída autoria. Agora, aparece aqui, no suposto blogue do filho de Eugénio Lisboa, atribuído a este, seis dias depois. Hm... E Eugénio diria ao filho «Pode divulgar estas palavras junto de quem entender», não diria? Claro. Hm...

João Lisboa said...

"uma polémica do caraças"

:-)))))))))))

"no suposto blogue do filho de Eugénio Lisboa"

Vamos lá a ver:

1) Isto não é um "suposto blog", é mesmo um blog - acho que, sobre isso, conseguimos estar de acordo;

2) Se calhar, queria dizer o "suposto filho" mas a coisa saíu-lhe mal... se está à espera que apresente a certidão de nascimento, acho melhor que se sente - mas pode retirar o "suposto" (se não retirar, também é para o lado que durmo melhor);

"E Eugénio diria ao filho «Pode divulgar ..."

Eugénio até poderia, perfeitamente, ter dito tal ao filho. Embora Eugénio trate o filho por tu. Acontece que o filho de Eugénio conheceu o email de Eugénio-pai através de um amigo do filho de Eugénio que lho enviou. Eugénio-pai e o filho de Eugénio raramente trocam mails embora se dêem muito bem. E o filho de Eugénio fez questão de, antes de o publicar, perguntar a Eugénio-pai se era, de facto, o autor do email. O que Eugénio-pai confirmou. E o filho de Eugénio tratou de publicar não no "suposto blog" mas no blog mesmo.

Vá, voltem lá descansados para a vossa vidinha. Caso ela exista.

alexandra g. said...

Tenho um problema: voto no pai ou voto no filho (sim, que os portocarreros estão fora de questão :)?

Raça de democracia, esta, que uma pessoa não pode botar duas cruzinhas no voletim :))

João Lisboa said...

Vota Lisboa. Cheira bem.

:-)

alexandra g. said...

Voto, sim. Nasci nela e há uma memória do Tejo que muita gente (porventura, a maioria) abomina ou desconhece: o cheiro das marés. Cresci com marés tão baixas quanto altas, a apanha da alfarroba, o agrião louco dos fios de água, a fuga da turma inteira às disciplinas que não interessavam a ninguém (sequer ao docente) e era falta colectiva, os botes abandonados onde nos sentávamos à conversa, sob o fio da derrocada para o reino dos bivalves.

O cheiro da maré baixa é o cheiro do texto do teu pai e por isso gostei tanto dele. O lodo, enunciá-lo, não é para qualquer um. É preciso gostar muito das palavras para o sentir.

Dá-lhe, da minha parte, um beijo redondo, nada de abraços, essa coisa de tios :)

__
(aprendi a maior parte disto com o meu pai)

João Lisboa said...

Só por isto já valeram a pena as "suspeitas" do/da tonto/a RH.

:-)

RH said...

Que explicação/história mais rocambolesca.
E sim, queria mesmo dizer "suposto blogue do filho", leia novamente que, ao que parece, a interpretação de texto não é o seu forte (não sai ao "pai").
Continue a dedicar-se a inventar autorias para textos apresentados noutros blogues quase uma semana antes (neste caso associados ao PNR; Eugénio Lisboa e PNR combinam lindamente, não é?). Simplesmente ridículo, mas há gente que se diverte com isso, demasiado tempo livre...

João Lisboa said...

Então, pronto. Ficamos assim.

Unknown said...

Muito bom.

Aliás o que mais avilta entre os defensores do Aborto Ortográfico é mesmo a argumentação de sopeira (haverá outra possível?); por contraposição a tantos e tantos extraordinários textos de irreprensível seriedade intelectual, qualidade científica e de muita... indulgência - só com muita pachorra se pode discutir tanto dislate e imbecilidade, como se de coisa séria e científica se tratasse -, produzidos por Vitorino Magalhães Godinho, Vasco Graça Moura e Francisco Miguel Valada, entre outros.

A última e suprema sopeirísse que pude ler, veio daqui:
http://jugular.blogs.sapo.pt/acordar-o-acordo-rewindzinho-3873245

Fernanda Câncio discute o seu gosto pelo AO com argumentos com a mesma subjectividade, peso, profundidade e vísceras com que uma astróloga Maia, uma Cristina Ferreira ou um Manuel Luís Goucha, nos seus programas da manhã, discutem os gostos e desgostos por alguma personagem do jet-set ou da Casa dos Segredos.

João Lisboa said...

"Fernanda Câncio discute o seu gosto pelo AO com argumentos com a mesma subjectividade, peso, profundidade e vísceras com que uma astróloga Maia, uma Cristina Ferreira ou um Manuel Luís Goucha, nos seus programas da manhã, discutem os gostos e desgostos por alguma personagem do jet-set ou da Casa dos Segredos"

Exactamente. Já o putativo namorado nem tenta adaptar-se: http://lishbuna.blogspot.pt/2015/02/blog-post_90.html