Mais um grande momento da História pátria: aquele em que o Tó filosofa sobre a insignificância do sapiens perante a horrorosa natureza pseudo-mãe e o Crato de Schrödinger, mesmo moribundo, garante que ainda pode vir a estar vivo
14 October 2014
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5 comments:
Crato tem a sua graça nas patacoadas que escrevia sobre educação: naquela conversa de velho, de que no meu tempo é que se aprendia, agora é uma balda, não sabem nada, blabla... -, ele esquecia-se de dizer que já o pai dele dizia a mesma coisa sobre ele, é uma conversa recorrente de todas as gerações. Os alunos de agora dirão a mesma coisa aos filhos.
Ou o velhote das economias que o acompanhava, o Medina virado para Meca, com a sua história de estar na bicha do supermercado e a gaja em frente não saber multiplicar para determinar o número de garrafas numa grade e ter que contar garrafa a garrafa. Que tempo que se perde por se vir mal preparado da escola, filosofava ele. Enfim, faz parte do envelhecimento isolar factos para com eles se fazer uma conceção do mundo, como ensinaram os alemães, a tal Weltanschauung. Não é nenhuma realidade, é uma ilusão pessoal,mas cada um engana-se que É a Realidade, (e toca impor aos outros).
O Crato não dizia nada disso, mas tudo bem.
Obviamente que não, ele é um intelectual, um grande da nação, não vai usar linguagem de meretriz do Cais do Sodré, o seu palato é mais apurado, não vai dizer, Aquilo é uma balda, as pessoas passam sem saber, não sabem contar garrafas, é preciso exames de 4.ª classe para todos, dirá:
"A mente humana arquiva informação e recupera informação. Até há pouco tempo admitia-se que estes processos cognitivos funcionavam separadamente: arquiva-se a informação na memória e vai-se buscá-la depois. No entanto, alguns estudos recentes da psicologia cognitiva sublinharam que o processo de retenção da informação não é distinto do processo da sua recuperação e que este último reforça o primeiro. Sendo assim, a atividade de teste torna-se um processo de aprendizagem, pois a recuperação de conhecimentos vai consolidar a sua assimilação".
E claro botará muito saber sentado em cima de ciência (não dirá No meu tempo marrava-se mais):
"O deslumbre provinciano pela modernidade, no
entanto, esquece esta verdade simples. E não quer aprender
com os erros dos outros. Estudos vários (v., e.g., Educ. Studies in Math., 56, p. 119)
apontam para o abuso das calculadoras como um dos factores de insucesso escolar".
Quando todos sabem que isso depende do aluno, varia de aluno para aluno.
"E claro botará"
Não botará. Já botou.
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