"'I'm no Maria Callas' … Juliette Gréco in the gardens of her house near St Tropez."
Mais uma daquelas revolucionárias que apoiaram as lutas da classe operária quando não tinham rugas e passeia-se pelos jardins da sua mansão perto de St Tropez, região conhecida pelos frutos do operariado...
há muitos anos, uma vez, o Henri Lefebvre disse de Sartre que este, embora não acreditasse em Deus, acreditava no Diabo. Apesar de tudo o que separa Foucault de Sartre, o mesmo dele se poderia dizer, quando consideramos a sua teodiceia que tem por eixo a oposição entre a "resistência" e o "poder". É que, esquematizando um pouco ma non troppo, Foucault bem pode denunciar as astúcias do poder e fazer a apologia da resistência: feitas todas as contas, fica-se com a ideia de que tudo o que a segunda consegue — e tudo o que não seja "inconseguimento", como diria a Esteves, é aos olhos de Foucault suspeito — é um refinamento dos mecanismos do poder, que se refaz apesar da resistência e através dos seus aparentes triunfos. A concepção do poder de Foucault é também monolítica: o poder é sempre, só e necessariamente concebido como dominação. A ideia de que se poderia transformá-lo e exercê-lo para lá da dominação (da vigilância, da disciplina, do controle, do raio que o parta) só mereceria da sua parte um escárnio de aristocrata desabusado. Mas se a ordem é sempre poder, e se o poder é sempre dominação, quala racionalidade da resistência? Ah, mas é que a raciponalidade e a razão são também para Foucault, necessariamente e sob todas as formas, formas de poder (dominação)… De momento, não posso ir mais longe, embora muito houvesse a dizer sob outros aspectos: a apologia da "revolução em nome de Deus", os milhares de páginas sobre a sexualidade que têm por tese que esta não tem importância (objecção de Blanchot), etc., etc. Mas creio que já te dei uma ideia da apreciação que faço de Foucault (há grãos de verdade - embora a verdade para ele seja outra forma de poder do mal que é todo o poder - nas suas análises, mas, no essencial, nada de muito novo em relação ao que já tinham visto os autores da Escola de Frankfurt e muitos outros, menos irracionalistas e/ou perversos…).
6 comments:
Mais uma flausina de esquerda...Das da direita não realças tu...
Olha lá, a propósito, já começaste a ler a vergonha de pecados da esquerda que povoa o livro dos saneamentos politicos no Diário de Notícias em 1975?
Uma curte. Um festival de arrogância e de marxismo leninismo às fatias...
Eh!Eh!Eh!
o zé polvinho e em particular o que se encontra ligado ao pcp
sofre do 'complexo de matar o pai'
um rafeiro sobrevivente da colónia de férias do Tarrafal
saneou a administração da empresa onde trabalhávamos
veio ameaçar-me na minha qualidade de fascista e
fez-se acompanhar de alguns camaradas para impor respeito
respondi que as matérias-primas acabavam dentro de 2 meses e
nesse dia seriamos 750 pedintes de mão estendida na mesma rua
saiu de imediato e mandou-me à pqp,
mas não indicou a morada
"'I'm no Maria Callas' … Juliette Gréco in the gardens of her house near St Tropez."
Mais uma daquelas revolucionárias que apoiaram as lutas da classe operária quando não tinham rugas e passeia-se pelos jardins da sua mansão perto de St Tropez, região conhecida pelos frutos do operariado...
"Mais uma flausina de esquerda...Das da direita não realças tu"
Uma sugestão de uma "flausina de direita", sff. Se for catita, também marcha.
há muitos anos, uma vez, o Henri Lefebvre disse de Sartre que este, embora não acreditasse em Deus, acreditava no Diabo. Apesar de tudo o que separa Foucault de Sartre, o mesmo dele se poderia dizer, quando consideramos a sua teodiceia que tem por eixo a oposição entre a "resistência" e o "poder". É que, esquematizando um pouco ma non troppo, Foucault bem pode denunciar as astúcias do poder e fazer a apologia da resistência: feitas todas as contas, fica-se com a ideia de que tudo o que a segunda consegue — e tudo o que não seja "inconseguimento", como diria a Esteves, é aos olhos de Foucault suspeito — é um refinamento dos mecanismos do poder, que se refaz apesar da resistência e através dos seus aparentes triunfos. A concepção do poder de Foucault é também monolítica: o poder é sempre, só e necessariamente concebido como dominação. A ideia de que se poderia transformá-lo e exercê-lo para lá da dominação (da vigilância, da disciplina, do controle, do raio que o parta) só mereceria da sua parte um escárnio de aristocrata desabusado. Mas se a ordem é sempre poder, e se o poder é sempre dominação, quala racionalidade da resistência? Ah, mas é que a raciponalidade e a razão são também para Foucault, necessariamente e sob todas as formas, formas de poder (dominação)…
De momento, não posso ir mais longe, embora muito houvesse a dizer sob outros aspectos: a apologia da "revolução em nome de Deus", os milhares de páginas sobre a sexualidade que têm por tese que esta não tem importância (objecção de Blanchot), etc., etc. Mas creio que já te dei uma ideia da apreciação que faço de Foucault (há grãos de verdade - embora a verdade para ele seja outra forma de poder do mal que é todo o poder - nas suas análises, mas, no essencial, nada de muito novo em relação ao que já tinham visto os autores da Escola de Frankfurt e muitos outros, menos irracionalistas e/ou perversos…).
a flausina Cristas
Post a Comment