PORQUE PARECE QUE É NECESSÁRIO RELEMBRAR
"(...) Greves 'simbólicas' são manifestações muito especiais, mais agressivas,
levando a rua para dentro dos locais de trabalho, mas não são
verdadeiramente greves. A greve é uma paralisação do trabalho cujo
objectivo é pressionar alguém, patrão, empresa, sindicato (sim, os
sindicatos podem estar do 'outro' lado), estado, governo para obter uma
qualquer reivindicação de natureza laboral ou política. (...) Pressionar significa usar uma força, neste caso o prejuízo que decorre
da interrupção do trabalho, para obrigar o 'outro' lado a ceder ou a
ponderar entre vantagens e prejuízos. É por isso que as greves que são
greves e não greves 'simbólicas' tentam maximizar os prejuízos como
instrumento de pressão. (...)
Por isso, quem faz greve a sério, escolhe os momentos que mais prejuízo provocam, como fazem os pilotos da TAP, os maquinistas da CP, os trabalhadores dos transportes, os professores, e, numa sociedade civilizada, definem-se os serviços mínimos para impedir a disrupção social para além dos limites do aceitável. Mas os serviços tem que de facto ser mesmo 'mínimos', e os prejuízos fazem parte da conflitualidade consentida pela pluralidade de interesses na sociedade.
O que disse atrás não é comunismo, nem socialismo, nem radicalismo, nem fascismo, nem coisa nenhuma acabada em ismo. É o modo como nas sociedades democráticas se defrontam os conflitos sociais e políticos, com custos sociais, mas, se não for assim, é pior. É pior a começar para a democracia, coisa a que cada vez se liga menos" (daqui)
1 comment:
Isso é no passado, estamos em tempos modernos, e, no poder estão pessoas que sabem qual é o melhor (e o certo) caminho para o país. Este facto de finalmente aparecer no poleiro pessoas que sabem o que estão a fazer deveria ser celebrado como outro milagre.
E cito o maior pensador português, entre os vivos e os mortos, homem que também vê o melhor: "quer dizer, nós andamos a violar o pacto de estabilidade desde 2001 e violámos todos os aninhos".
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