06 October 2012

O PACHECO PEREIRA QUE ME DESCULPE MAS, A 20 DE FEVEREIRO DE 2005 (DIA DAS ELEIÇÕES QUE IÇARAM O FUTURO ESTUDANTE DE SCIENCES PÔ AO PODER), EU JÁ TINHA VISTO ALGUMAS SILHUETAS * DAQUELE  "FIM" SOBRE O QUAL ELE, HOJE, ESCREVE NO "PÚBLICO" ** (COMO LÁ DIZIA, RESSALVADO O EVENTUAL AJUSTE DE "MAIS OU MENOS UM ANO")



Recapitulando, então:

"Algures nas tripas da Net, no domingo 20 de Fevereiro de 2005, pela 1:47 pm - ainda com as urnas generosamente abertas ao teatro povero do "voto democrático" -, revelei a visão que poderes que me transcendiam me tinham oferecido: 

'Foi entre o duche e o pequeno-almoço. Um momento transcendente de clarividência em que o futuro se me revelou. Tudo acontecerá assim:

- com ou sem maioria absoluta (não é um detalhe menor mas, para a minha visão, poderá não ser essencial), o PS ganha as eleições logo à noite e poderá governar até 2009; 

- com amplíssima maioria, Cavaco Silva é eleito PR em 2006; 

- algures por 2008/2009 (hipótese generosa, isto é, se não for antes - mas não deve ser), Cavaco, perante o cenário da pátria-a-cair-aos-bocados, demite Sócrates e dá posse a um governo de iniciativa presidencial assente nas opiniões e nas figuras de um 'comité de sábios'; 

- O PS, naturalmente, esperneia um bocado, mas, juntamente com o PSD e PP (o grande arco dos partidos do poder), acaba por se render à inevitabilidade; até porque, no novo governo, participarão sábios das áreas desses três partidos, além de independentes; 

- Cavaco anuncia à pátria que o regabofe acabou, agora é a sério, o que deve ser feito irá, de uma vez por todas, ser feito; a situação é de emergência nacional, impõem-se medidas excepcionais, o governo empossado, para poder levar a cabo as reformas necessárias, deverá manter-se no poder por cinco ou seis anos;


- PS, PSD e PP colocam reticências e PC e Bloco apelam à mobilização popular contra o 'golpe de estado' (e, inicialmente, geram alguma confusão mas, depois, tudo volta à normalidade... suficiente); porém, os três primeiros, satisfeitíssimos por não terem de sujar as mãos no descontentamento que, naturalmente, surgirá, explícita ou implicitamente, não hostilizam Cavaco e preparam-se para, no fim do processo 'de regeneração', colher os frutos; 

- o momento crítico acontecerá em 2011: ou tudo está a correr aceitavelmente bem e Cavaco é reeleito num esmagador plebiscito nacional e o processo continua; ou, prevendo a possibilidade de solavancos, Cavaco se auto-prolonga o mandato (com o acordo dos partidos) por mais um ou dois anos; ou a experiência correu mal e deus-ou-lá-o-que-é nos acuda; 

- em qualquer dos casos, a moral será sempre: 'the future's so bright I gotta wear shades'." 

Com um ajustezinho de mais ou menos um ano, temo que os meus poderes proféticos, mais tarde ou mais cedo, me conduzam a fundar uma seita messiânica qualquer'".

* alguns detalhes da dramaturgia (o transitório capítulo-Passos Coelho não estava previsto), naturalmente, foram-se modificando;

** o link será postado logo que for possível.

2 comments:

Anonymous said...

Ai o narcisismo...

João Lisboa said...

... ?... (está alguma coisa errada?)