VAI SEMPRE DAR TUDO AO MESMO
"Talvez o mais preocupante sinal dos condicionamentos à liberdade de informação em Portugal se revele no estranhíssimo silêncio sobre o que se passa em Angola. Em Angola estão a decorrer eleições, todo o mínimo protesto é reprimido por uma combinação de polícias e milícias do MPLA, as condições do acto eleitoral são contestadas pelo principal partido da oposição, a UNITA, que ameaça não ir às urnas nestas circunstâncias. Dentro e fora de Luanda, tem havido e estão anunciadas grandes manifestações da UNITA, ameaçadas sempre de contramanifestações do MPLA. Na verdade, nem isto se sabe pela comunicação social portuguesa, sabe-se pela circulação de fotografias, informações dispersas e algumas declarações corajosas de angolanos que são silenciadas em Portugal.
"Talvez o mais preocupante sinal dos condicionamentos à liberdade de informação em Portugal se revele no estranhíssimo silêncio sobre o que se passa em Angola. Em Angola estão a decorrer eleições, todo o mínimo protesto é reprimido por uma combinação de polícias e milícias do MPLA, as condições do acto eleitoral são contestadas pelo principal partido da oposição, a UNITA, que ameaça não ir às urnas nestas circunstâncias. Dentro e fora de Luanda, tem havido e estão anunciadas grandes manifestações da UNITA, ameaçadas sempre de contramanifestações do MPLA. Na verdade, nem isto se sabe pela comunicação social portuguesa, sabe-se pela circulação de fotografias, informações dispersas e algumas declarações corajosas de angolanos que são silenciadas em Portugal.
Em Angola está tudo bem, os negócios vão de vento em popa, o dinheiro
vindo da corrupção e do nepotismo flui para os bancos portugueses em
malas, importantes posições na banca, em empresas estratégicas e na
comunicação social são compradas por membros da elite do poder angolana.
Presume-se que ainda mais compras vão ser feitas, em particular na
comunicação social, dados os apertos financeiros dos grupos portugueses e
as boas relações de governantes locais com os corruptos de lá, ambos
partilhando a ideia de que o dinheiro nunca teve cor e isso das
ditaduras corruptas em África é 'normal' para criar 'países'. Usei a
palavra corrupção várias vezes nas frases anteriores, devia usar mil,
porque ainda gostava que alguém me explicasse de onde vem o dinheiro de
gente que, fora das relações de poder no MPLA e com o Presidente e a
família, nunca teve qualquer actividade que explique os milhões que tem,
seja sequer uma lanchonete numa rua de Luanda.
Escrevo isto, com a sensação muito forte, de que, a continuar assim, em
breve isto não vai poder ser escrito na comunicação social portuguesa". (aqui)
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