SHE FEELS LOVE IN DIGITAL STEREO
Saint Etienne - Words
And Music By Saint Etienne
Custa um pouco a acreditar mas, segundo um
estudo recente da YouGov – uma empresa "online"
de "market research" – a forma mais
popular para o público descobrir uma música continua a ser a rádio, o local
preferido para se ler críticas de música ainda é a imprensa escrita e o prazer
de comprar um disco físico supera o de o descarregar da Internet. Nós podemos
duvidar mas os Saint Etienne, não. Simultaneamente, fãs e clássicos académicos
pop – Bob Stanley e Pete Wiggs foram jornalistas e críticos de música –, ao
oitavo álbum, optaram por tornar absolutamente explícito aquilo que,
anteriormente, era apenas o subtexto latente da sua discografia: a pop como
guia para a vida e ferramenta para decifrar o mundo.
Exactamente da mesma forma que Rob Fleming (o protagonista de High Fidelity, de Nick Hornby), organizava a sua colecção de discos não alfabeticamente mas autobiograficamente, na capa de Words And Music, exibem o mapa de uma localidade imaginária onde todas as ruas e artérias têm nomes de canções – "Tobacco Road", "Thunder Road", "Penny Lane"... – e todo o disco é uma gigantesca madalena de Proust pronta a fazer disparar os gatilhos da memória. Que a voz de "indie sex-kitten" bem comportada de Sarah Cracknell evoca, sussurrando “I used Top Of The Pops as my world atlas”, “I feel love in digital stereo”, “I was in love, and I knew he loved me because he'd made me a tape" ou defendendo “the strange and important sound of the synthesiser”. Coisa “estranha e importante” que foi sempre a matriz da sua "indie dance music" amável e literata e que, em Words And Music (título esclarecedor sugerido por Lawrence, dos Felt), tem o seu instante de autocelebração, no qual, ao contrário, de Rob Fleming, nunca vacila na sua fé.
Exactamente da mesma forma que Rob Fleming (o protagonista de High Fidelity, de Nick Hornby), organizava a sua colecção de discos não alfabeticamente mas autobiograficamente, na capa de Words And Music, exibem o mapa de uma localidade imaginária onde todas as ruas e artérias têm nomes de canções – "Tobacco Road", "Thunder Road", "Penny Lane"... – e todo o disco é uma gigantesca madalena de Proust pronta a fazer disparar os gatilhos da memória. Que a voz de "indie sex-kitten" bem comportada de Sarah Cracknell evoca, sussurrando “I used Top Of The Pops as my world atlas”, “I feel love in digital stereo”, “I was in love, and I knew he loved me because he'd made me a tape" ou defendendo “the strange and important sound of the synthesiser”. Coisa “estranha e importante” que foi sempre a matriz da sua "indie dance music" amável e literata e que, em Words And Music (título esclarecedor sugerido por Lawrence, dos Felt), tem o seu instante de autocelebração, no qual, ao contrário, de Rob Fleming, nunca vacila na sua fé.
4 comments:
Esta também custa a acreditar:
"Não estar no Facebook pode ser sinal de «perturbação mental»"
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=586349
Estes romanos são loucos.
Oops ... só agora descobri que desde sempre confundi estes St Etienne ... com o artista St Germain!!
Logo eu que nos anos 80 me orgulhava de distinguir os Feelies, os Fall e os Felt... LOL
Nuno Gonçalves
Looool!
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