21 August 2010

O PENSAMENTO FILOSÓFICO PORTUGUÊS (LVI)

A tropa


O departamento de Estudos Étnicos e Crítica
Pós-Colonial no intervalo para o café

Já nos havíamos dado conta da vocação para a crítica de arte da bófia. É, por isso, menos surpreendente tomarmos conhecimento da existência de uma vibrante e convicta corrente de pensamento e crítica literária no interior da tropa:

"Um grupo de oficiais na reforma - entre os quais se conta o ex-chefe do Estado-Maior da Força Aérea, Morais da Silva - quer processar António Lobo Antunes por difamação e injúrias. Considerando-se insultados e ofendidos pelo 'chorrilho de infames mentiras' que o escritor usa sobre a guerra colonial, os militares - que cumpriram comissões de serviço em África - admitem mesmo dar 'um par de murros em público' ou 'ir ao focinho' do escritor que apelidam de 'bandalho' e de 'atrasado mental'". (no "Expresso" de hoje)

(2010)

3 comments:

fallorca said...

Ai, os militares, esses intocáveis anjos metálicos dos interesses da Pátria deles.
Já agora «...admitem mesmo dar 'um par de murros em público' ou 'ir ao focinho' do escritor...» uma afirmação pública - poupo-me chamar-lhe ameaça do reumático - não é passível de processo, pelo menos «disciplinar?

João Lisboa said...

"O gabinete do chefe do EME [perante o pedido de processo-crime contra ALA] declinou a possibilidade de avançar para os tribunais, alegando estar-se perante uma 'obra de ficção'".

Mas o que desencadeou a actividade dos críticos literários foi uma entrevista do ALA ao João Céu e Silva...

(à suivre)

menina alice said...

Bandalho é dos meus insultos preferidos. Pelo menos ultimamente.