25 April 2010

25.04.10 + 5

Em Abril de 2000, lia-se a seguinte notícia na imprensa cultural do país: "A discografia completa do GAC (Grupo de Acção Cultural) vai ser reeditada em CD. Serão reeditados os álbuns Pois Canté!!, ...E Vira Bom, ...Ronda de Alegria (que incluirá o EP Marchas Populares) e a compilação de singles A Cantiga é uma Arma".
Dez anos depois deste primeiro anúncio, estes álbuns, EP e singles de vinil vão finalmente conhecer a edição em CD. São 4 edições individuais em CD, com som restaurado e remasterizado a partir das fitas originais por José Fortes. Cada álbum contém um libreto de 20 páginas com a transcrição
integral das edições originais, incluíndo as letras das músicas. As autorias individuais são aqui reveladas pela primeira vez. Os libretos têm textos introdutórios de Nuno Pacheco e João Lisboa. Os inéditos “Hino da Reconstrução do Partido” e “Hino da Confederação” enriquecem a versão CD que reúne os 4 singles em A Cantiga É Uma Arma. A 30 de Abril de 2010, no seu 36º aniversário, o GAC está de volta. (notícia aqui)

"No GAC, desde o primeiro momento, escrever canções era um assunto tremendamente sério. Porque, se 'a cantiga era uma arma', era preciso saber manuseá-la com cuidado, dirigir bem 'a bala e a pontaria' e não desperdiçar munições. Por outras palavras, como tudo o resto na época, a política deveria estar no posto de comando, dirigir o conteúdo dos textos e a forma musical, orientar ideológica e esteticamente todos os movimentos. No entanto, embora os elementos do GAC se reconhecessem abertamente como 'militantes, agitadores e propagandistas políticos ao serviço do marxismo-leninismo e da necessidade do partido comunista', nem tudo se regia já então por uma leitura demasiado literal das determinações do realismo-socialista ortodoxo de Zhdanov (que era muito pouco levado a sério) nem sequer (embora citadas e veneradas) das famigeradas Teses de Yenan, de Mao-Tse-Tung". (do texto da reedição de A Cantiga É Uma Arma)

+ artigo de Fernando Magalhães sobre o GAC

(2010)

7 comments:

Rui Gonçalves said...

Só o nosso atraso cultural é que explica tão tardia reedição de um naco essencial da história musical deste pequeno país. Venha a Filarmónica Fraude, «Corsária» de Né Ladeiras e «Contos da Barbearia» da Banda do Casaco, caso contrário é a nossa memória que nos foge.

Discos Com Sono said...

Bolas, agora que eu ia ripar os discos do GAC para meter no blog... É um dia de luto para os Discos Com Sono :-(

João Lisboa said...

Ora, há muitos outros à espera...

Discos Com Sono said...

A propósito, há vários singles cujos temas não integraram o LP compilação A Cantiga É uma Arma.
Estes temas virão como bónus tréques no CD, ou continuarão no limbo?

João Lisboa said...

Não sei. Pensava que iam ser incluídos todos os singles na reedição.

Anonymous said...

Boa merda!

João Lisboa said...

Parece que temos aqui um especialista em merda.