GRANDES MOMENTOS DA HISTÓRIA PÁTRIA (II)
Grupo de sobas angolanos (foto do início do sec. XX)
"[Paiva] Couceiro acampava ao pé da embala do soba e entregava-lhe os seus presentes (fazendas, uniformes, quinquilharia vária). No dia seguinte, o soba ia visitá-lo. Couceiro descreve a visita do soba do Lilungo, Dumba, um homem 'novo, alto e forte', de 'fisionomia aberta e agradável', com a 'cara rapada', 'uma pequena pêra' e o 'cabelo cortado rente'. Dumba trazia 'um barrete de lã encarnado com riscas de cores', 'um velho fraque preto' e, aos ombros, um 'belo cobertor de papa'. Da cintura para baixo usava 'um pano de riscas largas, azuis e brancas'. Apareceu precedido de um século (um conselheiro), com um banco, e 'seguido de muito povo'. Atravessou o acampamento e sentou-se no sítio onde estava a bandeira portuguesa e a carga; 'o povo, de cócoras, dispôs-se em elipse à volta dele'. Começou então a 'audiência' e, 'conforme o seu hábito', Couceiro esclareceu Dumba sobre 'a grandeza e bondade de El-Rei de Portugal' (o Muene Puto), que ali ele representava. Dumba ouviu e a cerimónia acabou, como de costume, com o içar da 'bandeira das quinas' entre 'manifestações de regozijo'. O 'avassalamento' fora consumado. (Vasco Pulido Valente, Um Herói Português - Henrique Paiva Couceiro (1861-1944)/Biografia)
(2010)
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