8 DE MARÇO É QUANDO UMA MULHER QUER
Mariska Majoor: forte e poderosa, no Red Light District
Trabalhou durante quase seis anos como prostituta e já deixou de o fazer há 20, mas há 16 voltou a ter uma montra no Red Light District de Amesterdão. Para mudar as cabeças dos outros e assim ajudar as prostitutas a andarem de cabeça erguida. (...) "Para mim tem tudo a ver com liberdade de escolha. É uma forma de ganhar dinheiro e não tem nada a ver com bem ou com mal. Onde a prostituição é ilegal há muito mais violência contra quem trabalha nesta área". Isso chega-lhe e Mariska garante não ser "demasiado romântica" e diz que é também por saber que há chulos, há tráfico e mulheres trazidas de países pobres para Amesterdão que faz o que faz. (...) "Há uma parte do conselho municipal que quer mudar a imagem do Red Light, que sempre foi uma parte muito especial da cidade. O problema é essas pessoas verem a zona como o seu projecto. Têm esta ideia de encher a zona história com hotéis elegantes e a indústria do sexo está no caminho. Há restaurantes que querem expandir os negócios. O problema é que o querem fazer à custa das prostitutas. E eu odeio isso. Ao expulsar daqui as mulheres só as estão a empurrar para a clandestinidade, ao fecharem bordéis não estão a ajudar as verdadeiras vítimas do tráfico", defende. (...)
O que mais enfurece Mariska no actual discurso do município é que este sublinha cada preconceito que as pessoas têm sobre a prostituição. "É uma confirmação. Permite às pessoas dizerem: 'Vêem, tínhamos razão. Isto é mau. Se eles dizem, é porque é verdade'". E este é que é o seu combate. "[Se] te olham de cima, vais ter mais dificuldades em acreditar que mereces respeito e em exigir os teus direitos". (...) Apesar de tudo, Mariska não pensa que os preconceitos sociais contra a prostituição tenham vindo sempre a piorar. "Depende, se lermos os livros de História, percebemos que já foi pior. A Igreja neste país não é tão forte como era há 100 anos e, se dependesse da Igreja, a prostituição seria sempre ilegal. Mas há mais violência contra as trabalhadoras do sexo do que há alguns anos", diz. Por isso é que ela acusa as autoridades de travarem as batalhas erradas. Se ela mandasse, declarava guerra total aos chulos: "A polícia é mole. Os senhorios sabem quem são e dizem que não sabem. Se eu tivesse forças, partia-lhes os joelhos, corria com eles à pancada". (texto integral aqui)
(2010)
12 comments:
Quem devia voltar era a Laurinda.
Eh pah, Obama vem a Portugal!!!! Este ano há pra todos, para uns o Papa, para os outros o Papa... viva! viva!
É quando uma mulher quiser se não lhe «doer a cabeça» ou fazer-nos a cabeça em água, em vez de generosos e aromáticos e apaladados fluidos
O sr. dr. Fallorca está muito azedo com o belo sexo... :)
ao fecharem bordéis não estão a ajudar as verdadeiras vítimas do tráfico", defende. (...)
E quem serão as verdadeiras vítimas do tráfico?
"E quem serão as verdadeiras vítimas do tráfico?"
As prostituras traficadas. Fechando os bordéis (legais) serão empurradas para situações de ilegalidade - ou semilegalidade - logo, menos protegidas.
Como curiosidade, deixo aqui esta proposta relacionada com a temática da prostituição, mas em Portugal
http://www.euparticipo.org/legislativas2009/justica/Legalizacao-da-prostituicao
Mas se elas são traficadas, elas tem dono.
Com bordéis legais ou ilegais elas vão ser exploradas da mesma forma.
Para elas essa questão é menor, na maioria das vezes elas são forçadas a prostituição, não é uma escolha.
"Mas se elas são traficadas, elas tem dono. Com bordéis legais ou ilegais elas vão ser exploradas da mesma forma"
Não sou, de certeza, um especialista no assunto. Mas suponho que a legislação que autoriza a existência de bordéis pressuponha alguma inspecção das condições de trabalho - incluindo situações de tráfico e exploração - das respectivas sex-workers.
E também imagino que esse seja o tipo de interrogações a que a Mariska poderá responder melhor do que ninguém.
Azedo, eu?? Só se foi substância que ingeri ao engano
Se ela pode falar não sei. Mas com uma quase absoluta certeza, o tráfico de mulheres, principalmente do Leste Europeu e de países pobres tem como destino certo a ilegalidade.
A legalização dos bordéis só é importante para quem trabalha por escolhe a profissão.
O resto é discurso.
Post a Comment