ELA OU AS MARIONETAS
P J Harvey & John Parish - A Woman a Man Walked By
Polly Jean Harvey (ou a personagem P J Harvey ou qualquer uma das outras marionetas que ela cria e manipula) está completamente perdida. Não importa se é autobiografia ou impuríssima ficção, é irrelevante saber se, entre uma e outra coisa, existem vasos comunicantes: em A Woman A Man Walked By, grita-se, murmura-se, suplica-se, uiva-se “These days just seem to crush me, hatching, collapsing, tumbling down”, “I imagine a dream in which I’m a soldier, and I’m walking on the faces of dead women”, “How do we cope with the days after a death? Empty days, nothing left, not even a funeral”, alude-se a Baudelaire e – à maneira de uma descendência ainda mais malsã de Is This Desire? (1998) obliquamente trespassando Dance Hall At Louse Point (1996, a anterior colaboração a duo com John Parish) – derrama-se dor em valsas sonâmbulas, beefheartismos dementes e folkismos puídos. Ao ponto de se poder dizer que só a suspeita (porventura, injusta) de ser mero diletantismo “arty” impede de o incluir de imediato no cânone-PJ.
(2009)
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