30 November 2025

Crayola Lectern - "Slow Down"

CRASS: THE SOUND OF FREE SPEECH
"Crass took the DIY ethic of punk to its extreme, controlling every aspect of their art and lives" – George Berger, author of The Story of Crass Celebratory, shocking and raw, this film is as close to the story of the anarcho-punk band as you're going to get... Crass were an art collective and punk band that formed in Essex in 1977, and disbanded in 1984. They promoted anarchism and a movement of resistance that awakened and appealed to many. 
 
Directed by Brandon Spivey 
Music by Crass Featuring: Penny Rimbaud, Mike Duffield, Annie Bandez, Steve Ignorant, Ben Ponton, Pete Wright"

 2025 - Prémio "E, se tivesse trazido a lanterna, não andava agora aos tombos"

 "Modelo não falhou, falhou o caminho para lá chegar"

29 November 2025

Que, no exterior de todos os comícios do neo-facho, um carro com potente megafone lhe ofereça uma riquíssima banda sonora (IX 

Taraf de Haidouks - "Cucu si Corbu" (Original Clejani)

28 November 2025

Chega a ser intolerável assistir de novo ao massacre de um moderador totalmente incapaz de moderar uma birra infantil - ... e não se atrevem mesmo ao corte do microfone do babuíno, pois não?
The Divine Comedy - "All The Pretty Lights"
(daqui; do álbum Rainy Sunday Afternoon, na íntegra aqui)

26 November 2025

À BEIRA DO ABISMO
Quando, em 1997, Jeff Buckley morreu por afogamento no Wolf River - um afluente do Mississipi -, a sua discografia consistia de um e só um álbum de estúdio (Grace, 1994). Actualmente, sem que tenha sido registado algum fenómeno de ressurreição miraculosa, contam-se 10 álbuns de compilações, 11 ao vivo, 2 box-sets, 2 EP, e 5 videos, nos quais faltará ainda incluir outros cofres do tesouro que, na Wikipedia, recolhem inéditos como 'Dido's Lament' (uma ária de Dido e Æneas, de Henry Purcell, interpretada no Meltdown Festival de 1995, sob a direcção de Elvis Costello) ou "All Flowers In Time Bend Towards the Sun" (a colaboração de Buckley com Elizabeth Fraser, dos Cocteau Twins, que esta impediria de ser publicada considerando-a "inacabada" - ainda que acrescentando "Talvez eu não venha a ter essa ideia para sempre"). Responsável por tamanho dilúvio de material post mortem? Mary Guibert, a mãe adolescente do jovem génio Buckley, filho de outro Buckley genial, Tim, tão mais excepcional explorador dos infinitos sonoros quanto figura paternal distante e ausente. O qual, em It’s Never Over, Jeff Buckley (2025), o documentário de Amy Berg agora disponível, apenas de passagem é referido por Tim em à parte acri-doce: "O que herdei do meu pai? Pessoas que se lembram do meu pai... pergunta seguinte?" (daqui; segue para aqui)
 
 "Grace" | The Late Show | BBC | London

21 November 2025

 
"Dissolve"
 
(sequência daqui) E, partilhando com Tom Waits uma particularidade da qual, este, há anos, falava, "Haverá, sem intenção, 'acidentes felizes' com os textos, à medida que as pessoas infundem a sua própria narrativa na minha. Gosto particularmente desta característica, pois a ideia inicial fica difusa. Gosto de coisas que corram um pouco mal e fiquem algo confusas, pois isso também é o que se passa na minha cabeça. Para que as palavras sangrem, é necessário subvertê-las de alguma forma". Crayola Lectern transforma-se assim num espaço onde céus estrelados, tardes calcinadas e falhas de memória se transformam em canções. É psicadélico, é jazz de câmara experimental, são letras singulares convertidas em confetti mental. Não foi Chris Anderson quem assim falou de Disasternoon. Talvez quem lhe chamou "melanchodelia" e louvou o alcance cinemático, a contenção minimalista, os crescendos ousados e os momentos de quietude solene, projectando sombras sob uma luz pálida.


"We stood in the windy city, The gypsy boy and I, We slept on the breeze in the midnight, With the rain droppin' tears in our eyes" ("Gyp Mills, also known as Gypsy Dave, was a friend of Donovan, with whom he travelled a lot during 60s era. His was his tour manager and the right hand man, to whom Donovan dedicated the songs 'To Try for the Sun' and 'Hey Gyp (Dig the Slowness)”. The footages of him and Donovan can be seen in the TV film A boy called Donovan)

 
A Boy Called Donovan, 1965 (real. Charles Squires)
 

18 November 2025

MELANCHODELIA
O que esperar de um álbum cuja música foi já comparada à de Robert Wyatt, dos Gorky's Zygotic Mynci, Mercury Rev, Flaming Lips, Fred Frith, Sparklehorse ou Lalo Schifrin? Como encaixar aí o conhecimento de que o percurso anterior da personagem principal - Chris Anderson - se cruzou com os Spiritualized, Peter Buck, Go-Betweens, Sundays, Lotus Eaters e Cardiacs? E de que modo haveremos de determinar a exacta medida das variadíssimas contribuições dos que, às de Anderson (voz, piano, mellotron, sintetizadores, orgão, sax, guitarras e baixo), somaram trompete, cornet e jogo de sinos (Alistair Strachan), bateria e percussão (Damo Waters), guitarra eléctrica (Bic Hayes) e violino (Maria Marzaioli)? Chris Anderson dá uma ajuda: "Quando componho ao piano, suspendo o meu 'cérebro racional' e deixo que os dedos se movam até surgirem padrões e acasos curiosos". (daqui; segue para aqui)
 
"Disasternoon"
Não, "os candidatos não atropelaram o moderador"; o moderador é que se ofereceu como tapete para as piruetas dos candidatos (custará muito cortar o microfone a taberneiros javardos?)
 
Gogol Bordello - "Wonderlust King"

(ver aqui) "Gogol Bordello is an American punk rock band from the Lower East Side of Manhattan, formed in 1999 by musicians from all over the world and known for theatrical stage shows and persistent touring. Much of the band's sound is inspired by Romani and Ukrainian music mixed with punk and dub, incorporating accordion and violin (and on some albums, saxophone)" (daqui)

16 November 2025

13 November 2025

12 November 2025

 
(sequência daqui) Coisas, supõe ele, como 'Achilles' (inspirada no trágico poema do poeta Patrick Shaw-Stewart e nos horrores da Primeira Guerra Mundial), a faixa-título que faz pensar em Randy Newman, 'The Last Time I Saw the Old Man', uma reflexão sobre a morte do pai de Hannon vertida numa melodia arrebatadora, ou 'The Man Who Turned Into A Chair' que adiciona uma pitada de humor ao já rico tempero. Neil Hannon (ou, se preferirem, The Divine Comedy) não apenas domina já os segredos da pop orquestral com secções de cordas luxuriantes que recordam Burt Bacharach ou John Barry como os aplica com destreza a qualquer tema. Por exemplo, a 'Mar-A-Lago By The Sea', inspirada no covil de Donald Trump: "Foi concebida para provocar uma sensação de náusea. imaginei-o preso na cela, morto de saudades da sua bela casa: 'Oh, como eu sinto a falta das festas de gala fascistas e das casas de banho douradas!'... Sonho com um tempo em que iremos esquecer tudo isto, mas a verdade é que está a ficar cada vez pior..."

Naoko

10 November 2025

Representação de figuras ciganas (Constant Wauters; Alfred Steinacke; Ferencz Pongrácz) (III)


 


UMA TARDE DE DOMINGO CHUVOSA
Ser responsável pela banda sonora de Wonka (2023) - prequela de Willy Wonka & The Chocolate Factory (1971) - valeu a Neil Hannon não apenas a oportunidade de beneficiar do sucesso do filme mas, particularmente apetecível para ele, permitiu-lhe pisar o chão sagrado dos lendários estúdios de Abbey Road: "Como tinham um orçamento largamente generoso, pudemos trabalhar com excelentes músicos no estúdio Abbey Road Three durante o que nos pareceu uma eternidade. Sempre tinha sonhado que, antes de morrer, haveria de gravar um álbum que soasse assim tão bem ", confessou Hannon à "Clash". O título - Rainy Sunday Afternoon - sintetiza o espírito que terá presidido às operações: "Chamei-lhe Rainy Sunday Afternoon porque acho que não deveria ter um daqueles títulos pomposos e heróicos que costumo dar aos álbuns. Teria de ser algo mais simples, como o que atravessa a mente de alguém numa tarde de domingo chuvosa". (daqui; segue para aqui)
 

07 November 2025

Que, no exterior de todos os comícios do neo-facho, um carro com potente megafone lhe ofereça uma riquíssima banda sonora (VI)

("Romani music or Gypsy music is the music of the Romani people, who have their origins in northern India, but today live mostly in Europe. Historically nomadic, though now largely settled, the Romani people have long acted as entertainers and tradesmen. In many of the places Romanies live they have become known as musicians. The wide distances travelled have introduced a multitude of influences of Byzantine, Greek, Arabic, Indian, Persian, Turkish, Slavic, Romanian, German, Dutch, French, Spanish and even Jewish musical forms. It is difficult to define the parameters of a unified Romani musical style, as there are many differences in melodic, harmonic, rhythmic and formal structures from region to region. Lyrics to Romani songs are often sung in one or more dialects of the Romani language, and dance frequently accompanies Romani music performance. 

The quintessentially Spanish flamenco is to a very large extent the music (and dance, or indeed the culture) of the Romani people of Andalusia. Apart from Romani music for local use, in Eastern Europe a separate Romani music originated for entertainment at parties and celebrations. This music drew its themes from Hungarian, Romanian, Russian and other sources. Later on it gained popularity in Western Europe, where many Romani orchestras were active, playing sophisticated melodies of East European origin. Most Romani music is based on the folk music of the countries where the Romani went through or settled. Local music is adopted and performed – usually instrumental – and, slowly, it is transformed into Romani styles, which are usually more complex than the original styles. In its turn, Romani music has greatly influenced the local music")

Mas o Francisco de Assis (não confundir com o intelectual do Largo do Rato Mickey) não era uma espécie de hippie fofinho e amiguinho dos bichinhos?
 
Edit (10/11/2025) - ... e, agora, já só importa a rançosa beatice-neo-facha
 
 
(+ aqui)

06 November 2025

Emma Swift - "No Happy Endings"

Que, no exterior de todos os comícios do neo-facho, um carro com potente megafone lhe ofereça uma riquíssima banda sonora (V):
Emir Kusturica & the No-Smoking Orchestra - "Bubamara" (de Black Cat, White Cat, real. Emir Kusturica;, BSO; Goran Bregović)

05 November 2025

Lankum - "Ghost Town"

 
"Dublin folk miscreants Lankum have returned with a new, stand-alone single: a devastatingly powerful and otherworldly interpretation of The Specials’ 1981 number one, ‘Ghost Town’. The original single was a haunting and perfectly timed piece of social commentary, capturing the bleak national mood of urban decay, mass unemployment, and racial tension that culminated in widespread riots across Britain just as the song topped the charts. As Lankum state below, it feels eerily relevant to be referencing it yet again. The release, announced today by Rough Trade Records, is accompanied by a stunning, 8-minute short film. Directed by the renowned Leonn Ward and shot on location in County Wicklow with cinematography by Oscar-nominee Robbie Ryan (Poor Things, American Honey), the video is a haunting piece of visual art, reminiscent of Andrei Tarkovsky, that matches the track’s unsettling intensity" (daqui; ver também aqui)

02 November 2025

Mulheres ciganas (Alexandru Romano (1857-1916); Alois Hans Schram (1864-1919); Cecile Villeneuve; Orest Kiprensky) (II)
 




 
(sequência daqui) Bastante menos positivo é que, na posse de imenso e riquíssimo material de arquivo, o realizador Chris Smith pareça ter-se debatido com tal abundância que, pelo meio da estrutura inerentemente desordenada de algo que tenha a ver com os Devo, não tenha sido capaz de lhe achar um rumo melhor definido. Visualmente, o filme é um banquete: antigas atuações em concerto, participações televisivas, estranhos filmes curtos e gráficos animados que combinam com a estética caótica dos Devo. Parece um documentário editado por alguém preso numa máquina de jogos, o que. no caso, é até precisamente o ambiente adequado. Com menos de duas horas, poderá, ainda assim, ser necessário algum repouso após a sobrecarga sensorial. Mas não fica espaço para dúvidas acerca da influência que exerceram sobre gerações de músicos e artistas visuais, bem como a persistência da sua crítica ao consumismo e à conformidade. Mais do que um documentário musical, Devo capta a essência daquela arte que se encara como forma de resistência, oferecendo uma celebração da criatividade da banda e um alerta acerca dos tempos turbulentos que os moldaram.

01 November 2025

Que, no exterior de todos os comícios do neo-facho, um carro com potente megafone lhe ofereça uma riquíssima banda sonora (IV):

Taraf de Haïdouks - Balkan Gypsy Folk Music