26 November 2025

À BEIRA DO ABISMO
Quando, em 1997, Jeff Buckley morreu por afogamento no Wolf River - um afluente do Mississipi -, a sua discografia consistia de um e só um álbum de estúdio (Grace, 1994). Actualmente, sem que tenha sido registado algum fenómeno de ressurreição miraculosa, contam-se 10 álbuns de compilações, 11 ao vivo, 2 box-sets, 2 EP, e 5 videos, nos quais faltará ainda incluir outros cofres do tesouro que, na Wikipedia, recolhem inéditos como 'Dido's Lament' (uma ária de Dido e Æneas, de Henry Purcell, interpretada no Meltdown Festival de 1995, sob a direcção de Elvis Costello) ou "All Flowers In Time Bend Towards the Sun" (a colaboração de Buckley com Elizabeth Fraser, dos Cocteau Twins, que esta impediria de ser publicada considerando-a "inacabada" - ainda que acrescentando "Talvez eu não venha a ter essa ideia para sempre"). Responsável por tamanho dilúvio de material post mortem? Mary Guibert, a mãe adolescente do jovem génio Buckley, filho de outro Buckley genial, Tim, tão mais excepcional explorador dos infinitos sonoros quanto figura paternal distante e ausente. O qual, em It’s Never Over, Jeff Buckley (2025), o documentário de Amy Berg agora disponível, apenas de passagem é referido por Tim em à parte acri-doce: "O que herdei do meu pai? Pessoas que se lembram do meu pai... pergunta seguinte?" (daqui; segue para aqui)
 
 "Grace" | The Late Show | BBC | London

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