A FITA DO TEMPO
No ano passado, Rooting For Love apresentava-se com todos os preocupantes sintomas da obra de final de carreira: Laetitia Sadier, ao 5º álbum a solo após a separação dos Stereolab (2009), parecia desinteressar-se de vez do, até aí, fértil cruzamento entre a estética retro-futurista e o diálogo com o marxismo e o situacionismo e escorregava, ideologia abaixo, para o território das "personal politics", abeirando-se mesmo da involuntária comicidade "new age":“Smile at your spleen, inundated with light, and be serene, smile at your kidneys, lights escaping, color is blue, feel your organs smiling back at you”. Os Stereolab tinham emergido em Londres no acampamento "indie" local dos anos 90, mas, na verdade, nunca soaram como os seus contemporâneos. Se mantinham alguns pontos de contacto exteriores, estes situavam-se no pós-rock, no revivalismo do easy listening, na eletrónica experimental e na cena underground que revelou bandas como Pram, Broadcast e Plone. (daqui; segue para aqui)

2 comments:
Tal como sucedeu com o último disco dos Pulp, gostei mas não fiquei deslumbrado (ainda assim, o dos Pulp parece-me mais consistente). Dos discos que não passaram pelo crivo do "Provas de Contacto", gostei dos mais recentes dos These New Puritans, do Robert Forster e do Marc Ribot. E, pela amostra da versão orquestrada do Sleep Talk, fiquei com curiosidade no futuro EP (quatro faixas) das Goat Girl "Below the Waste - Orchestrated, com o Chamber Ensemble.
Dos últimos, gosto imenso do "Songs of Love and Hate" e "Mãe". E tudo da
Katty Stables.
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