06 September 2007

DEPARTAMENTO "PEQUENOS ÓDIOS DE ESTIMAÇÃO" (VIII)
(mas este é dos bons: vencedor do Mercury Prize!)



The Klaxons - Myths Of The Near Future

Imaginem uma espiral que se enrosca de fora para dentro, em movimento uniformemente acelerado. É a história de uma parte da pop (a menos interessante), nos últimos quinze anos: ciclicamente, passa pelos mesmos lugares, se estiver para um esforçozito, muda uma ou duas peças no guarda-roupa, a reunião semanal da redacção do “NME” proclama-a a “new”-qualquer-coisa do trimestre seguinte e o “marketing” faz o resto. Ninguém garantiria que a pop fora inoculada com a vacina contra a “rave” e ideologia neo-hippie-robótica adjacente mas talvez também não se previsse que ela regressasse tão, tão cedo. E, no entanto, ei-la aí, recauchutada como (vá lá, não se riam...) “new rave”, pela mão dos Klaxons e Myths Of The Near Future. Absolvamo-los, alegando auto-ironia perversa: em 1982, J. G. Ballard, falando sobre a sua recolha de contos... Myths Of The Near Future, dizia: “Resumiria o meu medo em relação ao futuro numa só palavra: aborrecimento. É esse o meu único medo: que tudo tenha já acontecido, que nada de novo, excitante ou interessante possa acontecer outra vez, que o futuro seja apenas um vasto e resignado subúrbio da alma”. (2007)

6 comments:

Anonymous said...

Question: é a björk que decide a primeira parte dos seus concertos? Talvez sim. Talvez não. Talvez alguns e outros será marketing da editora? A pergunta põe-se depois de há umas semanas via o blog BrooklynVegan ficar a saber dos Klaxons e de Santogold (uma desinteressante variação de MIA) a abrirem concertos futuros da Bjork.
Ah! e depois há ainda remix de Simian Mobile Disco, primeira parte de joanna Newsom (nem por isso foi pedir, na base de derivados, à tujiko noriko ou hanayo...)

João Lisboa said...

So?...

Se a Björk lhe der uma coisinha má e, de súbito, passar a derramar louvores sobre o Paulo Coelho, isso converte-o inevitavelmente em algo que valha a pena?

Ezara Pound era fascista. Isso reabilita o fascismo ou diminui a poesia de Pound?

Anonymous said...

No. No. no. expressei-me mal. A questão era mesmo no sentido de não ver a Bjork muito entusiasmada com estas bandas, tipo klaxons, e Simian, e não sei mais o quê... Até acredito no entusiasmo que tem pela MIA (do que li recentemente é recíproco) mas estas bandas não [me] convencem. Claro que não espero que ela [me] legitime nada. Agora a outra parte envolvida certamente fica com créditos interessantes "...bla bla bla Já abriu para björk...". De qualquer modo também percebo que falamos dos States: sempre junta mais povo Klaxons no support do que mu-ziq ou aphex twin. Não que quem vá ver a cantora o faça pela primeira parte. A não ser tipo a Rolling Stone. Anyway, é aproveitar a onda.

João Lisboa said...

Órraite.

saturnine said...

que horror, ainda não consgui ouvir uma única música de Klaxons até ao fim.

Anonymous said...

Eles são muito chatos. Só isso.
Quem quer falar sobre tédio?