OLHAR EM VOLTA
Na madrugada de 10 de Março de 1966, no estúdio A da Columbia, em Nashville, durante 4 horas, Bob Dylan entregar-se-ia por inteiro à gravação das 7 takes de "I Want You" que apenas conheceríamos na íntegra, em 2015, no Bootleg Series Vol. 12: The Cutting Edge 1965–1966. Seria a última faixa de Blonde On Blonde a ser gravada e, como então confessaria, "Não se trata de colar palavras bonitas a uma melodia ou o inverso. Eu quero ouvir o som do que pretendo dizer". Naquela que viria a ser - talvez apenas com excepção de "Love Calls You By Your Name", de Leonard Cohen - a mais perfeita canção de paixão obsessiva, entre um refrão obstinado ("I want you, I want you, I want you so bad, honey I want you") e um desfile improvável de personagens (o "guilty undertaker", o "lonesome organ grinder", a "Queen of Spades", a "dancing child with his Chinese suit", o "drunken politician"), de raspão, enxergava-se a "chambermaid": "I'll return to the Queen of Spades, and talk with my chambermaid, she knows that I'm not afraid to look at her". (daqui; segue para aqui)

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