(sequência daqui) JL - O seu interesse pelo uso da tecnologia como ferramenta indispensável no trabalho de criação foi sempre muito evidente. Actualmente, com os mais recentes desenvolvimentos no campo da Inteligência Artificial, continua a pensar do mesmo modo em relação a ela?
LA - Adoro a IA, usei-a imenso em Amelia. Particularmente, os modelos de linguagem do Machine Learning Institute, em Adelaide, na Austrália, onde sou artista residente. Tudo o que eu, desde sempre, escrevi, gravei ou disse foi alojado num supercomputador. O que me permitiu, de certo modo, colaborar comigo mesma. É uma ideia muito interessante, com imenso potencial para dilatar os limites da actividade artística. Por outro lado, deixei de ser tão optimista quando me apercebi que a realidade começou a transformar-se em algo bizarro, opcional. A IA pode ser-nos muito útil mas teremos de estar muito atentos ao caminho por onde nos irá conduzir e aquilo que, por aí, poderemos ir perdendo. E também me arrepia o facto de ela fazer parte da enorme e aterradora cultura da vigilância que rasteja atrás de nós e do elevadíssimo e perigosíssimo potencial para gerar desinformação que contém.
JL - A "sua" IA foi utilizada recentemente para a escrita dos textos de canções do último álbum dos Loma, How Will I Live Without A Body?, a partir de imagens fotográficas. De quem é, então, a autoria destes textos?
LA - Os algoritmos que participaram na criação desses textos foram treinados na minha escrita. Trata-se, portanto, da minha personagem IA. Tanto pode resultar muito bem como assemelhar-se ao que escreveria um chimpanzé agarrado a um teclado. No fundo, nem é muito diferente da minha própria escrita: a maior parte vai parar ao lixo e há uma coisa aqui, outra ali, que merece ser salva. (segue para aqui)
1 comment:
Björk/Laurie Anderson
Interview Magazine, 1er novembre 2004
Yeah, World Expo [2005]. I’m making a film and doing a long piece of music that people will listen to as they walk
through the gardens. There will be installations all along the way to look at. I’m doing all these things outside because
I’ve gotten too claustrophobic being inside with computers. That was another question I had for you : Did you do a lot
of laptop stuff on Medúlla ? Once you get the music done, do you like to sit around and edit it ?
Yeah. I was almost religious about it on the last album, Vespertine [2001]. The vocals sound like I was
whispering and trying to have a sound that would be the same coming out from tiny speakers as big ones.
Medúlla is really different in the sounds, but with all the vocals, I wanted them to be quite bloody and
meaty. But we actually ended up recording a lot on a laptop.
Why not ? That’s so great and handy.
Yeah. And we traveled to so many of the singers’ houses and just set it up. You can just be chatting
while you’re working. It was fun. I really feel like I’ve touched on something. Since I gave the record to the
publishers, I keep finding new CDs of sounds that I never knew about, like yodeling.
Post a Comment