... VEDE, PORÉM, COMO SOFREM, OS FILHOS DO SENHOR...
Sônia Hernandes, mais conhecida como bispa Sônia, fundadora da Igreja Renascer, se apresentou nesta segunda-feira à Justiça americana. Ela foi encaminhada para uma penitenciária, onde vai cumprir 140 dias de prisão em regime fechado. Sônia e o marido, Estevam Hernandes, também fundador da Renascer, foram presos nos Estados Unidos no dia 9 de janeiro de 2007, quando tentaram entrar no país com US$ 56 mil escondidos em uma bolsa, em uma Bíblia, em um porta-CDs e na mochila do filho. (mais aqui)
Desabamento do teto da Igreja Renascer deixa 9 mortos e mais de cem feridos (aqui)
(2009)
31 July 2009
OH FELICIDADE SUPREMA!...
(ludopédio e religião, juntos e ao vivo
ou "enquanto papai marca gol,
a gente pisa na cabeça do Diabo!")
Caroline Celico, a mulher do jogador de futebol Kaká, abrirá uma igreja evangélica em Madrid, cidade espanhola onde seu marido atua pelo time Real Madrid. “Como pode, no meio da crise econômica, alguém ter dinheiro? E o dinheiro foi cair onde? No Real Madrid para contratar o Kaká. Acima de financeiro, acima dos benefícios da mudança, vamos poder abrir uma igreja lá. Há vidas que precisam ouvir este testemunho”, diz ela em um vídeo divulgado no “Youtube”. De acordo com informações publicadas no site, a gravação foi feita no dia 21 de junho, na Flórida, nos Estados Unidos.
No vídeo, ela também comenta sobre o fato de ter esperado até depois do casamento para ter relações sexuais com o atleta. “Quando eu conheci o Kaká eu não era convertida e acabei me apaixonando pela igreja Renascer. Fiz uma aliança com o Senhor e ele tinha colocado no meu espírito casar virgem. Um dia acabei falando para o Kaká e eu pensei: ‘quando falar para ele, ele vai me largar’. Quando contei que queria casar virgem, ele ficou emocionado e falou: ‘Esse é o sinal que eu tinha pedido para o Senhor. Se você fosse a pessoa certa ia querer fazer essa aliança.’”
(2009)
Kaká na Igreja do Evangelho Quadrangular (sim, Evangelho Quadrangular)
Estão no “YouTube” dois vídeos com a pregação de Caroline. Cada um com cerca de 8 minutos de duração. Logo na abertura, a mulher do craque brasileiro é apresentada pela bispa Sonia Hernandes, fundadora da Igreja Renascer. Com o filho do casal no colo - Luca, de 1 ano -, ela abre sua pregação falando do trabalho religioso de Caroline: "Enquanto papai marca gol, a gente pisa na cabeça do diabo”, diz. A “Pastora Carol”, segundo a bispa, “administra a escola de profetas” e agora tem uma nova missão: “abrir uma igreja na Espanha”. (aqui)
Kaká fala aqui acerca do doce e divino suplício da virgindade; e lá vai progredindo na hierarquia...
(2009)
(ludopédio e religião, juntos e ao vivo
ou "enquanto papai marca gol,
a gente pisa na cabeça do Diabo!")
Caroline Celico, a mulher do jogador de futebol Kaká, abrirá uma igreja evangélica em Madrid, cidade espanhola onde seu marido atua pelo time Real Madrid. “Como pode, no meio da crise econômica, alguém ter dinheiro? E o dinheiro foi cair onde? No Real Madrid para contratar o Kaká. Acima de financeiro, acima dos benefícios da mudança, vamos poder abrir uma igreja lá. Há vidas que precisam ouvir este testemunho”, diz ela em um vídeo divulgado no “Youtube”. De acordo com informações publicadas no site, a gravação foi feita no dia 21 de junho, na Flórida, nos Estados Unidos.
No vídeo, ela também comenta sobre o fato de ter esperado até depois do casamento para ter relações sexuais com o atleta. “Quando eu conheci o Kaká eu não era convertida e acabei me apaixonando pela igreja Renascer. Fiz uma aliança com o Senhor e ele tinha colocado no meu espírito casar virgem. Um dia acabei falando para o Kaká e eu pensei: ‘quando falar para ele, ele vai me largar’. Quando contei que queria casar virgem, ele ficou emocionado e falou: ‘Esse é o sinal que eu tinha pedido para o Senhor. Se você fosse a pessoa certa ia querer fazer essa aliança.’”
(2009)
Kaká na Igreja do Evangelho Quadrangular (sim, Evangelho Quadrangular)
Estão no “YouTube” dois vídeos com a pregação de Caroline. Cada um com cerca de 8 minutos de duração. Logo na abertura, a mulher do craque brasileiro é apresentada pela bispa Sonia Hernandes, fundadora da Igreja Renascer. Com o filho do casal no colo - Luca, de 1 ano -, ela abre sua pregação falando do trabalho religioso de Caroline: "Enquanto papai marca gol, a gente pisa na cabeça do diabo”, diz. A “Pastora Carol”, segundo a bispa, “administra a escola de profetas” e agora tem uma nova missão: “abrir uma igreja na Espanha”. (aqui)
Kaká fala aqui acerca do doce e divino suplício da virgindade; e lá vai progredindo na hierarquia...
(2009)
30 July 2009
POLITICS IS ENTERTAINMENT
What's your take on politics?
Politics is entertainment. It's a sport. It's for the well groomed and well-heeled. The impeccably dressed. Party animals. Politicians are interchangeable.
Don't you believe in the democratic process?
Yeah, but what's that got to do with politics? Politics creates more problems than it solves. It can be counter-productive. The real power is in the hands of small groups and I don't think they have titles. (Bob Dylan em entrevista a Bill Flanagan, para a "Mojo" de Agosto)
(2009)
What's your take on politics?
Politics is entertainment. It's a sport. It's for the well groomed and well-heeled. The impeccably dressed. Party animals. Politicians are interchangeable.
Don't you believe in the democratic process?
Yeah, but what's that got to do with politics? Politics creates more problems than it solves. It can be counter-productive. The real power is in the hands of small groups and I don't think they have titles. (Bob Dylan em entrevista a Bill Flanagan, para a "Mojo" de Agosto)
(2009)
LET'S TALK ABOUT WORK
(Peter Conrad)
Once in my Australian childhood, during an election campaign, I asked my father how he was going to vote. He replied with a thump of his meaty fist on a nearby table. "We're workers", he said, "so we votes Labour". I've never forgotten the way he defined himself, if only because it made me determined to clamber out of the working class and to shake off its bullying solidarity. My father painted houses for a living; he would have thought it effete and futile to paint canvases. Since I went on to get paid for writing and for discussing books with students, he probably considered I didn't know what work was. Nor, in his sense, do I: for me, it has always been a pleasure, indistinguishable from play. But my father was a child of the Depression, who grew up with a ragged tribe of siblings in the backblocks in the 1930s. A job, when he finally found one, was a personal validation and a means of anchorage to society. It seems odd to me now that he should have thought of work, which he actually hated and retired from early, citing a spurious war wound, as a stalwart proof of virtue and virility.
Modern Times - real. Charlie Chaplin, 1935
In earlier times, our culture treated work as a curse or at least a lowly, shaming necessity like defecation. Adam and Eve spent the time in Eden cultivating their garden and were only condemned to earn a living after their expulsion from the good, happy, idle place. Christianity made work a consequence of the fall and for that reason afflicted women with what are penitentially known as labour pains. The Greeks took an even more disdainful view of work, which for them was beneath the dignity of a true human being. The 12 labours of Hercules, which include cleaning mucky stables, a job fit for desperate members of the underclass, were tasks imposed by the gods to demean the uppity hero. This lofty classical attitude took for granted the existence of slaves, who were the equivalent of our labour-saving gadgets - not people but appliances to be worked to death and then thrown away. The world we recognise as modern began by revoking the curse on work. As Alain de Botton argues in his new book The Pleasures and Sorrows of Work, ours is the first society to believe that work should make us happy, "even in the absence of a financial imperative". (texto integral aqui)
(2009)
PARA LÁ DO ALPENDRE
Irene Flunser Pimentel - José Afonso/Fotobiografias do Século XX
Irene Flunser Pimentel - José Afonso/Fotobiografias do Século XX
Mesmo no final do capítulo introdutório desta fotobiografia de José Afonso, salta uma interrogação: “Mas será que hoje a sua obra é conhecida?” E, pela voz de Júlio Pereira, vem a resposta/lamento: ele ainda será apenas encarado “como uma figura muito polémica e ligada a actividades políticas” o que terá tido como consequência que “por isso, muita gente ainda não ouviu o seu trabalho”. Permitamo-nos duvidar: se é verdade que, para o bem e para o mal, José Afonso ficará sempre como o autor de “Grândola” que, ainda durante muitos anos, continuaremos, anualmente, a escutar em todas as comemorações do 25 de Abril, isso não é destino muito diferente dos de – em planos e circunstâncias diferentes – Jacques Brel como “o autor de ‘Ne Me Quitte Pas’”, de Serge Gainsbourg como “o tipo que cantava ‘Je t’Aime Moi Non Plus’ com Jane Birkin” ou de Woody Guthrie na condição de criador de “This Land Is Your Land”. Por outras palavras, haverá, inevitavelmente, quem nunca passará desse alpendre mas isso não impede que muitos outros possam ir – e as homenagens e iniciativas de difusão da obra não têm sido poucas – mais longe e mais fundo. O livro de Irene Pimentel vem contribuir de forma importante para que virtualmente tudo o que foi dito, fotografado e escrito acerca de Afonso (e por ele próprio) fique, agora, aqui reunido e disponível; o que, se constitui uma imensa riqueza biográfica, por outro lado, perturba, por vezes, a fluência da leitura, de tal modo obriga a uma esgotante prova de obstáculos por entre sucessivas citações. Mas que acaba, afinal, por se ultrapassar com o prazer que decorre de deparamos com nacos de prosa afonsina como aquele em que ele, preparando-se para regressar do Algarve a Coimbra, anseia por que alguém lhe pague “de vez em quando, um almoço” e espuma contra a sina dos “monstros sagrados tristemente burocratizados em profissões indignas e ignorados por todos os brutamontes deste ignóbil e pírrico music-hall português”, ele a quem, como recorda o irmão João, tanto seduzia “o hábito do jogo e dos disparates (…), improvisações de discursos macarrónicos, frases feitas, coisas sem nexo e surrealizantes”.
(2009)
29 July 2009
DAS OSCILAÇÕES DA SIMPATIA,
DA OBEDIÊNCIA À HIERARQUIA
E DA COMPETÊNCIA DA SEGURANÇA
Pope Benedict XVI said Wednesday that his 'guardian angel' let him down when he fell and broke his wrist earlier this month, but that the angel was clearly acting 'on superior orders'. The pope thanked law enforcement officials for being 'like angels', as he prepared to depart Les Combes, the Alpine resort where he tripped and injured his wrist 10 days ago while on vacation. 'Unfortunately, my own guardian angel did not prevent my injury, certainly following superior orders', Benedict said. 'Perhaps the Lord wanted to teach me more patience and humility, give me more time for prayer and meditation', the pope added". (aqui)
Ou: primeiro, simpatiza-se com o anjo; depois, percebe-se que, afinal, estava só a cumprir ordens superiores (embora, se calhar, com algum prazer); a seguir, transfere-se a simpatia para os transcendentes "powers that be" que, em vista dos factos, alguma coisa de bom, sabe-se lá, terão; finalmente, compreende-se que, com tais "serviços de segurança pessoal", mal por mal, antes a bófia sem asinhas emplumadas.
(2009)
DA OBEDIÊNCIA À HIERARQUIA
E DA COMPETÊNCIA DA SEGURANÇA
Pope Benedict XVI said Wednesday that his 'guardian angel' let him down when he fell and broke his wrist earlier this month, but that the angel was clearly acting 'on superior orders'. The pope thanked law enforcement officials for being 'like angels', as he prepared to depart Les Combes, the Alpine resort where he tripped and injured his wrist 10 days ago while on vacation. 'Unfortunately, my own guardian angel did not prevent my injury, certainly following superior orders', Benedict said. 'Perhaps the Lord wanted to teach me more patience and humility, give me more time for prayer and meditation', the pope added". (aqui)
Ou: primeiro, simpatiza-se com o anjo; depois, percebe-se que, afinal, estava só a cumprir ordens superiores (embora, se calhar, com algum prazer); a seguir, transfere-se a simpatia para os transcendentes "powers that be" que, em vista dos factos, alguma coisa de bom, sabe-se lá, terão; finalmente, compreende-se que, com tais "serviços de segurança pessoal", mal por mal, antes a bófia sem asinhas emplumadas.
(2009)
O PENSAMENTO FILOSÓFICO PORTUGUÊS (XX)
Laurinda Alves
O universo num grão de areia, a eternidade num segundo e a humanidade inteira numa plataforma do metro. Laurinda actualiza e amplia a visão de Blake e, apelando sempre ao que de melhor em nós existe (até porque, em Portugal, não há essas modernices americanas dos psicopatas e serial-killers), sugere que mergulhemos nos olhos uns dos outros. Por isso, se, entre Saldanha e Picoas, reparar numa gótica cujos olhos se dissolvem apaixonadamente nos de um revisor oficial de contas, isso é o efeito-Laurinda. (aqui)
(2009)
Laurinda Alves
O universo num grão de areia, a eternidade num segundo e a humanidade inteira numa plataforma do metro. Laurinda actualiza e amplia a visão de Blake e, apelando sempre ao que de melhor em nós existe (até porque, em Portugal, não há essas modernices americanas dos psicopatas e serial-killers), sugere que mergulhemos nos olhos uns dos outros. Por isso, se, entre Saldanha e Picoas, reparar numa gótica cujos olhos se dissolvem apaixonadamente nos de um revisor oficial de contas, isso é o efeito-Laurinda. (aqui)
(2009)
28 July 2009
MERDA! ELES NÃO NOS QUEREM...
Bandeira da União Ibérica proposta por
Sinibald de Mas i Sans em 1854
Federação ibérica é ideia que entusiasma mais portugueses que espanhóis
(2009)
Bandeira da União Ibérica proposta por
Sinibald de Mas i Sans em 1854
Federação ibérica é ideia que entusiasma mais portugueses que espanhóis
(2009)
THE SMITHS - "PANIC (HANG THE DJ)"
Panic on the streets of London
Panic on the streets of Birmingham
I wonder to myself
Could life ever be sane again?
The Leeds side-streets that you slip down
I wonder to myself
Hopes may rise on the Grasmere
But Honey Pie, you're not safe here
So you run down
To the safety of the town
But there's Panic on the streets of Carlisle
Dublin, Dundee, Humberside
I wonder to myself
Burn down the disco
Hang the blessed DJ
Because the music that they constantly play
It says nothing to me about my life
Hang the blessed DJ
Because the music they constantly play
On the Leeds side-streets that you slip down
Provincial towns you jog 'round
Hang the DJ, Hang the DJ, Hang the DJ...
(2009)
Panic on the streets of London
Panic on the streets of Birmingham
I wonder to myself
Could life ever be sane again?
The Leeds side-streets that you slip down
I wonder to myself
Hopes may rise on the Grasmere
But Honey Pie, you're not safe here
So you run down
To the safety of the town
But there's Panic on the streets of Carlisle
Dublin, Dundee, Humberside
I wonder to myself
Burn down the disco
Hang the blessed DJ
Because the music that they constantly play
It says nothing to me about my life
Hang the blessed DJ
Because the music they constantly play
On the Leeds side-streets that you slip down
Provincial towns you jog 'round
Hang the DJ, Hang the DJ, Hang the DJ...
(2009)
O SENHOR JESUS É O MEU DJ!
Os corpos agitam-se, ao ritmo da música, na penumbra rasgada por focos de luz. Ouvem-se risos, gritos de entusiasmo, improvisam-se coreografias. Mas naquela sala em festa ninguém tem um copo na mão. Não há fumo. Nem bola de espelhos. Só a figura da Virgem Maria, iluminada, no palco, parece fitar-nos.
Bem-vindo à Cristoteca, a "discoteca cristã" que faz furor no Brasil e acaba de chegar a Portugal. É sábado à noite e estamos no Salão do Bom Pastor, no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima. Rafael Ferreira, missionário de 26 anos, abandona a pista para falar da iniciativa surgida há cinco anos, no Brasil, pela mão da comunidade católica a que pertence, a Aliança de Misericórdia. (...) No Brasil, onde há "Cristotecas" a funcionar madrugada dentro - de forma fixa ou pontual - em pelo menos 35 cidades, servem-se as chamadas "Cristodrinks". O missionário gosta de pensar na Cristoteca como "um ambiente alternativo para os jovens". (...)
Sempre de acordo com os parâmetros da Igreja, com uma forte vertente formativa. Por isso começa com uma eucaristia, por isso se interrompe a música, de tempos a tempos, para momentos de oração e reflexão. Os missionários também se mostram abertos a conversas, desabafos. (...) Celina Ferraz, de 20 anos, viajou de Paço d'Arcos, propositadamente, para esta celebração católica. "Nem pensei duas vezes!", conta, animada. Depois, conclui: "É uma noite livre, mesmo. Estou só sob o efeito da minha alegria!". (...) Ainda assim, destaca um ponto a favor da Cristoteca: "O jovem diverte-se, vai para casa e, quando acorda, não tem ressaca. Acorda a pensar 'conheci pessoas, participei numa missa e entendi que Deus estava comigo lá a dançar!". (aqui)
(2009)
Os corpos agitam-se, ao ritmo da música, na penumbra rasgada por focos de luz. Ouvem-se risos, gritos de entusiasmo, improvisam-se coreografias. Mas naquela sala em festa ninguém tem um copo na mão. Não há fumo. Nem bola de espelhos. Só a figura da Virgem Maria, iluminada, no palco, parece fitar-nos.
Bem-vindo à Cristoteca, a "discoteca cristã" que faz furor no Brasil e acaba de chegar a Portugal. É sábado à noite e estamos no Salão do Bom Pastor, no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima. Rafael Ferreira, missionário de 26 anos, abandona a pista para falar da iniciativa surgida há cinco anos, no Brasil, pela mão da comunidade católica a que pertence, a Aliança de Misericórdia. (...) No Brasil, onde há "Cristotecas" a funcionar madrugada dentro - de forma fixa ou pontual - em pelo menos 35 cidades, servem-se as chamadas "Cristodrinks". O missionário gosta de pensar na Cristoteca como "um ambiente alternativo para os jovens". (...)
Sempre de acordo com os parâmetros da Igreja, com uma forte vertente formativa. Por isso começa com uma eucaristia, por isso se interrompe a música, de tempos a tempos, para momentos de oração e reflexão. Os missionários também se mostram abertos a conversas, desabafos. (...) Celina Ferraz, de 20 anos, viajou de Paço d'Arcos, propositadamente, para esta celebração católica. "Nem pensei duas vezes!", conta, animada. Depois, conclui: "É uma noite livre, mesmo. Estou só sob o efeito da minha alegria!". (...) Ainda assim, destaca um ponto a favor da Cristoteca: "O jovem diverte-se, vai para casa e, quando acorda, não tem ressaca. Acorda a pensar 'conheci pessoas, participei numa missa e entendi que Deus estava comigo lá a dançar!". (aqui)
(2009)
27 July 2009
AQUI NÃO HÁ MÚSICA
Vários - Dark Night Of The Soul
Este disco não existe. Se lhe puserem a vista em cima, aquilo que estarão a observar é apenas um livro de fotografias de David Lynch (vendido a 50 dólares) onde, no interior, se descobre um CD-R virgem e uma mensagem: “Por motivos legais, o CD-R incluído não contém música. Usem-no como desejarem”. Por outras palavras, preencham-no com as treze canções que nos locais habituais, os suspeitos do costume que operam nas esquinas da Internet, generosamente vos oferecerão. Ou, se mesmo incitados a isso pelos próprios autores, mantiverem reservas e escrúpulos éticos, podem escutá-lo inteirinho em http://www.npr.org/ sem “sujar as mãos”. Como chegámos, então, aqui?
No princípio, esteve uma colaboração entre Mark Linkous (Sparklehorse) e Brian Burton (Danger Mouse) para a qual convidaram uma selecção de notáveis: Julian Casablancas (Strokes), Jason Lytle (Grandaddy), Nina Persson (Cardigans), Wayne Coyne (Flaming Lips), James Mercer (Shins), Gruff Rhys (Super Furry Animals), Frank Black, Iggy Pop, Vic Chesnutt e Suzanne Vega. O título inspirou-se em La Noche Oscura Del Alma, do místico espanhol S. João da Cruz, e, desafiado a participar, Lynch não só se ocupou das imagens como é audível também em dois temas. O segundo capítulo envolve as proverbiais trapalhadas contratuais, desta vez, com a EMI. O último é este singular objecto só virtualmente reconstituível na íntegra: um quase "lost album" de curtas-metragens musicais, que fica a dever mais ao mito da sua gestação do que, propriamente, ao conteúdo. Genericamente moody e crepuscular, só as faixas interpretadas por Frank Black, Iggy Pop, Vic Chestnutt e Suzanne Vega são, de facto, memoráveis.
(2009)
Vários - Dark Night Of The Soul
Este disco não existe. Se lhe puserem a vista em cima, aquilo que estarão a observar é apenas um livro de fotografias de David Lynch (vendido a 50 dólares) onde, no interior, se descobre um CD-R virgem e uma mensagem: “Por motivos legais, o CD-R incluído não contém música. Usem-no como desejarem”. Por outras palavras, preencham-no com as treze canções que nos locais habituais, os suspeitos do costume que operam nas esquinas da Internet, generosamente vos oferecerão. Ou, se mesmo incitados a isso pelos próprios autores, mantiverem reservas e escrúpulos éticos, podem escutá-lo inteirinho em http://www.npr.org/ sem “sujar as mãos”. Como chegámos, então, aqui?
No princípio, esteve uma colaboração entre Mark Linkous (Sparklehorse) e Brian Burton (Danger Mouse) para a qual convidaram uma selecção de notáveis: Julian Casablancas (Strokes), Jason Lytle (Grandaddy), Nina Persson (Cardigans), Wayne Coyne (Flaming Lips), James Mercer (Shins), Gruff Rhys (Super Furry Animals), Frank Black, Iggy Pop, Vic Chesnutt e Suzanne Vega. O título inspirou-se em La Noche Oscura Del Alma, do místico espanhol S. João da Cruz, e, desafiado a participar, Lynch não só se ocupou das imagens como é audível também em dois temas. O segundo capítulo envolve as proverbiais trapalhadas contratuais, desta vez, com a EMI. O último é este singular objecto só virtualmente reconstituível na íntegra: um quase "lost album" de curtas-metragens musicais, que fica a dever mais ao mito da sua gestação do que, propriamente, ao conteúdo. Genericamente moody e crepuscular, só as faixas interpretadas por Frank Black, Iggy Pop, Vic Chestnutt e Suzanne Vega são, de facto, memoráveis.
(2009)
26 July 2009
NOTA MENTAL
John R. Pierce
"(John R.) Pierce created a rare environment in any industry or research lab, one in which the scientists felt empowered to do their best and in which creativity was highly valued. At the time, the Bell Telephone Company/AT&T had a complete monopoly on telephone service in the U.S. and a large cash reserve. Their laboratory was something of a playground for the very best and brightest inventors, engineers and scientists in America. In the Bell Labs 'sandbox', Pierce allowed his people to be creative without worrying about the bottom line or the applicability of their ideas to commerce. Pierce understood that the only way true innovation can occur is when people don't have to censor themselves and can let their ideas run free. Although only a small proportion of those ideas may be practical, and a smaller proportion still would become products, those that did would be innovative, unique, and potentially very profitable. Out of this environment came a number of innovations including lasers, digital computers, and the Unix operating system". (Daniel J. Levitin, This Is Your Brain On Music)
(2009)
John R. Pierce
"(John R.) Pierce created a rare environment in any industry or research lab, one in which the scientists felt empowered to do their best and in which creativity was highly valued. At the time, the Bell Telephone Company/AT&T had a complete monopoly on telephone service in the U.S. and a large cash reserve. Their laboratory was something of a playground for the very best and brightest inventors, engineers and scientists in America. In the Bell Labs 'sandbox', Pierce allowed his people to be creative without worrying about the bottom line or the applicability of their ideas to commerce. Pierce understood that the only way true innovation can occur is when people don't have to censor themselves and can let their ideas run free. Although only a small proportion of those ideas may be practical, and a smaller proportion still would become products, those that did would be innovative, unique, and potentially very profitable. Out of this environment came a number of innovations including lasers, digital computers, and the Unix operating system". (Daniel J. Levitin, This Is Your Brain On Music)
(2009)
ISLÃO & LUDOPÉDIO
"Na semana que passou, um jornalista do Público teve a ousadia de escrever, numa crítica a um concerto do Super Bock Super Rock, que o estádio do Restelo costuma estar às moscas. A direcção do Belenenses escreveu uma carta ao Público a chamar boi ao jornalista e exigiu um pedido de desculpas — que aliás obteve. O mesmo jornal que, no caso das caricaturas de Maomé, considerou que as desculpas eram injustificadas, pede desculpa ao Belenenses por uma crítica musical. Américo Thomaz, esteja onde estiver, repousará com certeza satisfeito". (Ricardo Araújo Pereira - daqui)
(2009)
TONY SOPRANO ESTÁ VIVO NOS NOSSOS CORAÇÕES
HOBOKEN, N.J. — Even in the state of "The Sopranos" and "On the Waterfront," where corruption seems institutionalized, the arrest of a neophyte mayor in office a mere three weeks stands out. Voters might wonder how Hoboken Mayor Peter Cammarano, no grizzled politician but a 32-year-old lawyer with a promising political career, could be accused of taking $25,000 in bribes after watching so many politicians follow the same road to jail. Authorities said that what he told a government witness wearing a wire — a purported real-estate developer whom Cammarano assured he would treat "like a friend" — not only led to his arrest but also added a new chapter to New Jersey's culture of corruption. (continua aqui)
(2009)
HOBOKEN, N.J. — Even in the state of "The Sopranos" and "On the Waterfront," where corruption seems institutionalized, the arrest of a neophyte mayor in office a mere three weeks stands out. Voters might wonder how Hoboken Mayor Peter Cammarano, no grizzled politician but a 32-year-old lawyer with a promising political career, could be accused of taking $25,000 in bribes after watching so many politicians follow the same road to jail. Authorities said that what he told a government witness wearing a wire — a purported real-estate developer whom Cammarano assured he would treat "like a friend" — not only led to his arrest but also added a new chapter to New Jersey's culture of corruption. (continua aqui)
(2009)
AOS ABRIGOS!
The Decemberists - The Hazards Of Love
Álbum conceptual. Ópera rock. Ópera folk. Ópera folk-rock. Riffalhagem bravia. Coros infantis. Inglês “arcaico” (exemplo: "thou unconsolable daughter, when wilt thou trouble the water?"). Donzelas seduzidas por monstros mutantes. Pérfidas e vingativas “forest queens”. Crianças-fantasma. Os mais iníquos genes dos Black Sabbath, Pink Floyd e Jethro Tull cozinhados em lume vivo com tempero – total e absolutamente treslido – do que o folk-rocker de fim-de-semana supõe terem sido os Fairport Convention. Shara Worden (My Brightest Diamond) numa imitação bastante conseguida de Grace Slick - que é ainda o melhor de The Hazards Of Love. Consegui, até aqui, evitar a expressão p**g-r**k e não será agora que caírei em tentação. Mas é de toda a conveniência que, à semelhança do que, em situações idênticas, acontece, os serviços de emergência tomem as medidas de contenção sanitária que se impõe. Porque – encaremos a besta de frente –, a seguir, virão inevitavelmente, as suites pastorais com Joanna Newsom na tripulação e ninguém está suficientemente preparado para isso. Aviso muito sério: em comparação com os Decemberists, o H1N1 é um Teletubby.
(2009)
The Decemberists - The Hazards Of Love
Álbum conceptual. Ópera rock. Ópera folk. Ópera folk-rock. Riffalhagem bravia. Coros infantis. Inglês “arcaico” (exemplo: "thou unconsolable daughter, when wilt thou trouble the water?"). Donzelas seduzidas por monstros mutantes. Pérfidas e vingativas “forest queens”. Crianças-fantasma. Os mais iníquos genes dos Black Sabbath, Pink Floyd e Jethro Tull cozinhados em lume vivo com tempero – total e absolutamente treslido – do que o folk-rocker de fim-de-semana supõe terem sido os Fairport Convention. Shara Worden (My Brightest Diamond) numa imitação bastante conseguida de Grace Slick - que é ainda o melhor de The Hazards Of Love. Consegui, até aqui, evitar a expressão p**g-r**k e não será agora que caírei em tentação. Mas é de toda a conveniência que, à semelhança do que, em situações idênticas, acontece, os serviços de emergência tomem as medidas de contenção sanitária que se impõe. Porque – encaremos a besta de frente –, a seguir, virão inevitavelmente, as suites pastorais com Joanna Newsom na tripulação e ninguém está suficientemente preparado para isso. Aviso muito sério: em comparação com os Decemberists, o H1N1 é um Teletubby.
(2009)
25 July 2009
O PENSAMENTO FILOSÓFICO PORTUGUÊS (XIX)
Laurinda Alves
Há aqui indesmentíveis pontos de contacto com esta outra comovente reflexão da filósofa Laurinda: no coração da multidão indiferenciada, ela concentra o olhar sobre um par de humanos e, do anódino episódio do quotiano, extrai uma gnóstica (e "apaixonante") centelha da luz divina que a todos ajuda à elevação e à transcendência. Mas bastaria apenas o farrapo de uma frase: "Na noite em que fui um bocado contrariada ao concerto dos Eagles (preferia a Katie Melua)". Que nos diz tanto. Que diz tudo!
(2009)
Laurinda Alves
Há aqui indesmentíveis pontos de contacto com esta outra comovente reflexão da filósofa Laurinda: no coração da multidão indiferenciada, ela concentra o olhar sobre um par de humanos e, do anódino episódio do quotiano, extrai uma gnóstica (e "apaixonante") centelha da luz divina que a todos ajuda à elevação e à transcendência. Mas bastaria apenas o farrapo de uma frase: "Na noite em que fui um bocado contrariada ao concerto dos Eagles (preferia a Katie Melua)". Que nos diz tanto. Que diz tudo!
(2009)
24 July 2009
BARACK OBAMA AND THE FIRST "AFRICAN-ROMAN" EMPEROR OF ROME (Mary Beard)
"I'm surprised that no-one seems to have spotted an obvious Roman parallel for the success of Barack Obama. Or have I missed it? In the second century AD, Lucius Septimius Severus became the first ‘African-Roman’ emperor of Rome. Like Obama he was of mixed race - his father from Libya, his mother of European descent. He too had an outspoken and determined wife, from Syria. And his first task on coming to the throne in 193 AD was to deal with a military disaster in Iraq (‘Parthia’ as it was then known). The success of his surge was commemorated in the great arch, which remains to this day one of the most impressive monuments in the Forum at Rome". (continua aqui)
(2009)
23 July 2009
PODIA SER SÓ DA SILLY SEASON...
... mas, quando uma crítica a um festival de música dá origem a "comunicados oficiais" da gebalhada do ludopédio, páginas de comentários congestionadas e ameaças, mais ou menos explícitas, de retaliações várias (seguidos de pedido de desculpas da direcção do jornal, em editorial), compreende-se bastante melhor o caldo de cultura dos cornos do Pinho - neste caso, também com supostas honras "bovinamente" ofendidas - e, como dizer?... (pronto, repito-me) o intenso fedor que, de todos os quadrantes, se eleva da latrina.
(2009)
PARA O DOLCE FAR NIENTE, NÃO HÁ MELHOR
(aqui - e é incomparavelmente melhor do que lá se diz; + o contexto)
(2009)
(aqui - e é incomparavelmente melhor do que lá se diz; + o contexto)
(2009)
HOMICÍDIO POR TÉDIO AGRAVADO
Gomo - Nosy
Nada contra a pop descartável. Capítulos inteiros (e não dos menos ilustres) da história da música popular se escreveram (e deixaram descendência) à custa de "one-hit wonders", melodias-agrafo de meia dúzia de compassos e profundidades literárias do género “awopbopaloobopalopbamboom”. Nem todos os dias e a todas as horas estamos no mood apropriado para cortar as veias enquanto escutamos Leonard Cohen ou para nos entregarmos à decifração dos mil-folhas sonoros dos Animal Collective. Mas convém que a pop-chiclete, acima de tudo, fuja do pecado capital de, à segunda faixa de um álbum, se tornar monótona, repetitiva e aborrecida. Gomo (aliás, Paulo Gouveia), aprecia dizer coisas absurdas como “para mim não faz sentido nenhum cantar em português, apesar de agora estar novamente na moda” e, enquanto versão frívola e saltitante de um David Fonseca-dos-pobres, incorre, de forma contumaz, no ilícito de homicídio voluntário por tédio agravado. Embora pareça que a intenção fosse exactamente a oposta.
(2009)
Gomo - Nosy
Nada contra a pop descartável. Capítulos inteiros (e não dos menos ilustres) da história da música popular se escreveram (e deixaram descendência) à custa de "one-hit wonders", melodias-agrafo de meia dúzia de compassos e profundidades literárias do género “awopbopaloobopalopbamboom”. Nem todos os dias e a todas as horas estamos no mood apropriado para cortar as veias enquanto escutamos Leonard Cohen ou para nos entregarmos à decifração dos mil-folhas sonoros dos Animal Collective. Mas convém que a pop-chiclete, acima de tudo, fuja do pecado capital de, à segunda faixa de um álbum, se tornar monótona, repetitiva e aborrecida. Gomo (aliás, Paulo Gouveia), aprecia dizer coisas absurdas como “para mim não faz sentido nenhum cantar em português, apesar de agora estar novamente na moda” e, enquanto versão frívola e saltitante de um David Fonseca-dos-pobres, incorre, de forma contumaz, no ilícito de homicídio voluntário por tédio agravado. Embora pareça que a intenção fosse exactamente a oposta.
(2009)
22 July 2009
O PENSAMENTO FILOSÓFICO PORTUGUÊS (XVIII)
Laurinda Alves
O que está em cima é igual ao que está em baixo, tudo tem a ver com tudo, a Juventude Leonina rula e quem não tem mãe não tem nada. Laurinda prescruta o universo insondável, bebe a sabedoria que jorra da boca de outros sábios e alerta-nos - mas sempre, sempre, sotto voce - para o iminente apocalipse. Que - Jeshua, Mitra, Shakyamuni e a Irmã Lúcia sejam louvados! - até tem alguma coisinha de bom.
"Desta vez não só houve o maior eclipse do século como, para cúmulo, hoje às 6h36 da tarde entra a Lua Nova de Leão. Ou seja, dois acontecimentos marcantes que revelam que o Sol e a Lua ficarão sob o signo de Leão e da sua energia intensa e transformadora. O que é que isto quer dizer? Perguntei ao Alberto Vaz da Silva, cujos conhecimentos de astronomia e astrologia me fascinam e ele explicou-me que quando a energia leonina invade a Terra desta forma, muita coisa pode acontecer. Boa e má, quero dizer. Os mais susceptíveis parem de ler aqui. Os outros fiquem a saber que as duas grandes guerras mundiais do século XX começaram exactamente com esta energia, revelada na sua expressão mais violenta. A boa notícia é que a vida não pára e uma nova fase gera sempre uma nova riqueza. (aqui)
(2009)
Laurinda Alves
O que está em cima é igual ao que está em baixo, tudo tem a ver com tudo, a Juventude Leonina rula e quem não tem mãe não tem nada. Laurinda prescruta o universo insondável, bebe a sabedoria que jorra da boca de outros sábios e alerta-nos - mas sempre, sempre, sotto voce - para o iminente apocalipse. Que - Jeshua, Mitra, Shakyamuni e a Irmã Lúcia sejam louvados! - até tem alguma coisinha de bom.
"Desta vez não só houve o maior eclipse do século como, para cúmulo, hoje às 6h36 da tarde entra a Lua Nova de Leão. Ou seja, dois acontecimentos marcantes que revelam que o Sol e a Lua ficarão sob o signo de Leão e da sua energia intensa e transformadora. O que é que isto quer dizer? Perguntei ao Alberto Vaz da Silva, cujos conhecimentos de astronomia e astrologia me fascinam e ele explicou-me que quando a energia leonina invade a Terra desta forma, muita coisa pode acontecer. Boa e má, quero dizer. Os mais susceptíveis parem de ler aqui. Os outros fiquem a saber que as duas grandes guerras mundiais do século XX começaram exactamente com esta energia, revelada na sua expressão mais violenta. A boa notícia é que a vida não pára e uma nova fase gera sempre uma nova riqueza. (aqui)
(2009)
20 July 2009
FILOSOFIA ESTIVAL
João Coração - Muda Que Muda
João Coração é uma espécie de JP Simões mais chique e menos trágico, que substituiu a monodieta de Chico Buarque por uma ementa mais diversificada que privilegia a culinária francesa dos grandes chefs como Gainsbourg ou Delerm. Nada, porém, que o impeça (aliás, à imagem dos mestres) de incluir um ou outro alimento mais substancial recolhido nos menus do Sul dos EUA, naqueles mais saborosos desperdícios da cuisine pop que sobraram da mesa dos Talking Heads ou até de repastos não tão distintos de veia proletariamente cançoneteira. O que em Nº1 Sessão de Cezimbra havia ainda de gravitas faustiana (da linhagem Bordalo Dias), menos de um ano depois, vaporizou-se aqui quase integralmente em puro devaneio de filosofia estival (“enquanto houver algum sossego eu não descanso, não me deixo embalar pela inércia das cadeiras ocidentais”), epicurismo requintado e luxo artesanal. E, não esquecer, não é qualquer um que se permite o luxo de, na banda, ter Walter Benjamin curvado sobre os teclados.
(2009)
João Coração - Muda Que Muda
João Coração é uma espécie de JP Simões mais chique e menos trágico, que substituiu a monodieta de Chico Buarque por uma ementa mais diversificada que privilegia a culinária francesa dos grandes chefs como Gainsbourg ou Delerm. Nada, porém, que o impeça (aliás, à imagem dos mestres) de incluir um ou outro alimento mais substancial recolhido nos menus do Sul dos EUA, naqueles mais saborosos desperdícios da cuisine pop que sobraram da mesa dos Talking Heads ou até de repastos não tão distintos de veia proletariamente cançoneteira. O que em Nº1 Sessão de Cezimbra havia ainda de gravitas faustiana (da linhagem Bordalo Dias), menos de um ano depois, vaporizou-se aqui quase integralmente em puro devaneio de filosofia estival (“enquanto houver algum sossego eu não descanso, não me deixo embalar pela inércia das cadeiras ocidentais”), epicurismo requintado e luxo artesanal. E, não esquecer, não é qualquer um que se permite o luxo de, na banda, ter Walter Benjamin curvado sobre os teclados.
(2009)
19 July 2009
E NÃO PODEMOS EXTERMINÁ-LOS?
(ou o eterno regresso da latrina)
Festa de irmãos no prédio inacabado
Chefes de Estado e de Governo de Portugal e Espanha inauguraram ontem, sexta-feira, o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, que só tem duas salas prontas. Braga abafou sob tanta segurança. (...) Como amigos, saíram aos pares de dois carros. Os chefes de Estado e os de Governo. Como amigos, trocaram apertos de mão, entre si e com os ministros encarregados das pastas da Ciência. Como amigos, sorriram para a foto de família, espreitaram juntos as placas e as pedras e os nomes e tudo o mais que havia ali para ver: um relvado aos quadrados bem alinhados, frente a uma fachada reluzente de nova, as letras INL gigantes ainda em faixa de pano.
E pronto. E convidados, uma giga-lista que mal caberia no quase nano-auditório do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL). Que é isto que conta e pouco mais: uma sala, uma, que será laboratório. Todo o resto é obras, pó, um enorme estaleiro. Como amigos, os chefes de Portugal e Espanha sorriam, alheios à faixa que o PCP colou na rede do campo de jogos fronteiriço à antiga Bracalândia. "Para quê inaugurar uma obra por acabar? Quem paga a vossa festa é o povo". (...) O INL - primeiro laboratório com estatuto internacional a dedicar-se à nanotecnologia em todo o Mundo, para bem da medicina, do ambiente, da tecnologia, de tudo, em suma - só deverá começar a trabalhar a sério em Março de 2010. Depois das eleições... Mas já é "um marco histórico" que abre um "novo ciclo e dá um novo impulso à relação entre Portugal e Espanha", garantiu Sócrates. (..) O presidente português citou poetas e falou da nano-placa de dois milímetros com duas nano-assinaturas, implantada na giga-rocha trazida da pedreira de Foz Côa. Cientista até no porte, José Rivas, o espanhol director do INL, contou dos projectos. Dos 200 cientistas que com este acto público se quer acordar pelo Mundo fora, dos dez acordos de recrutamento já feitos com países da Europa e América do Norte e das 18 teses de doutoramento em curso na Península. Lá fora, o vento levantava o pó das obras. (daqui)
(ou o eterno regresso da latrina)
Festa de irmãos no prédio inacabado
Chefes de Estado e de Governo de Portugal e Espanha inauguraram ontem, sexta-feira, o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, que só tem duas salas prontas. Braga abafou sob tanta segurança. (...) Como amigos, saíram aos pares de dois carros. Os chefes de Estado e os de Governo. Como amigos, trocaram apertos de mão, entre si e com os ministros encarregados das pastas da Ciência. Como amigos, sorriram para a foto de família, espreitaram juntos as placas e as pedras e os nomes e tudo o mais que havia ali para ver: um relvado aos quadrados bem alinhados, frente a uma fachada reluzente de nova, as letras INL gigantes ainda em faixa de pano.
E pronto. E convidados, uma giga-lista que mal caberia no quase nano-auditório do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL). Que é isto que conta e pouco mais: uma sala, uma, que será laboratório. Todo o resto é obras, pó, um enorme estaleiro. Como amigos, os chefes de Portugal e Espanha sorriam, alheios à faixa que o PCP colou na rede do campo de jogos fronteiriço à antiga Bracalândia. "Para quê inaugurar uma obra por acabar? Quem paga a vossa festa é o povo". (...) O INL - primeiro laboratório com estatuto internacional a dedicar-se à nanotecnologia em todo o Mundo, para bem da medicina, do ambiente, da tecnologia, de tudo, em suma - só deverá começar a trabalhar a sério em Março de 2010. Depois das eleições... Mas já é "um marco histórico" que abre um "novo ciclo e dá um novo impulso à relação entre Portugal e Espanha", garantiu Sócrates. (..) O presidente português citou poetas e falou da nano-placa de dois milímetros com duas nano-assinaturas, implantada na giga-rocha trazida da pedreira de Foz Côa. Cientista até no porte, José Rivas, o espanhol director do INL, contou dos projectos. Dos 200 cientistas que com este acto público se quer acordar pelo Mundo fora, dos dez acordos de recrutamento já feitos com países da Europa e América do Norte e das 18 teses de doutoramento em curso na Península. Lá fora, o vento levantava o pó das obras. (daqui)
18 July 2009
MY GOD, IT'S FULL OF STARS! (I)
"Starry Night" - Van Gogh, 1889
O Ano Internacional da Astronomia vai provocar um "apagão" que atingirá cidades e vilas por todo o país no dia 18 de Julho (sábado). De Braga a Lisboa, de Angra do Heroísmo a Cascais, de Coimbra a Bragança, da Calheta a Espinho, de Moimenta a Mira, alguns dos mais emblemáticos monumentos e praças centrais vão "desaparecer" na noite para fazer brilhar as estrelas. A iniciativa, promovida pelo Ano Internacional da Astronomia, pretende alertar os portugueses para o grave problema da poluição luminosa e, ao mesmo tempo, mostrar a beleza do céu nocturno. (daqui)
(2009)
"Starry Night" - Van Gogh, 1889
O Ano Internacional da Astronomia vai provocar um "apagão" que atingirá cidades e vilas por todo o país no dia 18 de Julho (sábado). De Braga a Lisboa, de Angra do Heroísmo a Cascais, de Coimbra a Bragança, da Calheta a Espinho, de Moimenta a Mira, alguns dos mais emblemáticos monumentos e praças centrais vão "desaparecer" na noite para fazer brilhar as estrelas. A iniciativa, promovida pelo Ano Internacional da Astronomia, pretende alertar os portugueses para o grave problema da poluição luminosa e, ao mesmo tempo, mostrar a beleza do céu nocturno. (daqui)
(2009)
17 July 2009
E DEPOIS ADMIRAM-SE QUE A FÉ NÃO SEJA MUITA...
"Os sacerdotes católicos começam hoje a receber uma circular da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde em que se pede a sua colaboração para divulgarem aos fiéis as recomendações a seguir para evitar a propagação da Gripe A H1N1. (...) Quanto aos templos, é recomendado o seu arejamento, sobretudo nas celebrações dominicais, e o esvaziamento das pias baptismais para evitar a transmissão do vírus, recomendação incluída à última hora, explicou ontem à Lusa o padre Feytor Pinto, responsável da Comissão Nacional da Pastoral de Saúde. Relativamente às celebrações litúrgicas, a circular que hoje começa a ser enviada pela Conferência Episcopal aos sacerdotes aconselha que os padres e ministros extraordinários da comunhão (leigos com mandato especial para dar a comunhão) desinfectem as mãos e que as hóstias não sejam colocadas na boca dos fiéis mas sim nas mãos. (...) Recomenda-se ainda que o abraço da paz, normalmente um beijo ou um aperto de mão, seja reduzido 'a um pequeno sinal ou inclinação da cabeça sem o contacto físico'". (aqui)
Mas, então, a "água benta" - pela sua própria e intrínseca natureza miraculosa - não é antiséptica? E, quando o corpo do Senhor Santo Cristo toca nas mãos conspurcadas do oficiante, não as deixa, instantaneamente, sem mácula? E nem na casa do Senhor Omnipotente há imunidade antiviral?... Assim, é como se o Divino Messias, quando devolvia a visão aos ceguinhos, lhes dissesse "Mas, pelo sim, pelo não, vá a uma consulta de oftalmologia..."
(2009)
ARTISTA, FILHO DE ARTISTA,
NUNCA DESAPRENDE A ARTE
(ou, agora, da 3ª divisão para o mundo)
"João Loureiro: 'O regresso dos Ban vai ser surpreendente - Nada mais havia a conquistar em Portugal. E não queríamos que o nosso trabalho se banalizasse. Além disso faltava-nos cumprir o horizonte internacional'. João Loureiro é hoje um homem que projecta mudanças e que as quer ver internacionais, sobretudo porque, graças às 'recentes mudanças' na sua vida, tem tempo. (...) Os Ban vão regressar, com um novo disco de originais, cantado em inglês * e a editar até ao final do ano".
* Working title: The Golden Whistle (homenagem a Andrew Bird).
(2009)
NUNCA DESAPRENDE A ARTE
(ou, agora, da 3ª divisão para o mundo)
"João Loureiro: 'O regresso dos Ban vai ser surpreendente - Nada mais havia a conquistar em Portugal. E não queríamos que o nosso trabalho se banalizasse. Além disso faltava-nos cumprir o horizonte internacional'. João Loureiro é hoje um homem que projecta mudanças e que as quer ver internacionais, sobretudo porque, graças às 'recentes mudanças' na sua vida, tem tempo. (...) Os Ban vão regressar, com um novo disco de originais, cantado em inglês * e a editar até ao final do ano".
* Working title: The Golden Whistle (homenagem a Andrew Bird).
(2009)
É PRÓ VERÃO
Ercília Costa - As Primeiras Gravações (1929 – 1930)
No final da década de 20 de século passado, cantava Ercília Costa “aos poucos, minha Alfama vai morrendo, recordação tão linda do passado, e o modernismo ainda hoje vai tecendo, desmoronando esse sonho encantado”. Ainda bem que se enganou e que a canção “cantada por meretrizes”, em Alfama e fora dela, não sucumbiu ao “modernismo”. Ela também não.
Maria Alice - As Primeiras Gravações (1929 – 1931)
Salazar ainda não era primeiro-ministro quando Maria Alice – aliás, Glória Mendes Leal de Carvalho –, em 1929, entrou nos estúdios Valentim de Carvalho. Oitenta anos depois, fados como o “menor” em que canta “por eu vender o meu corpo, olham pra mim com desdém, as ricas também se vendem e tudo lhes fica bem” só podem ter um sabor muito especial.
Amália Rodrigues - Amália Secreta (1953 – 1958)
Primeira gravação realizada por Amália no Brasil (acrescentada de outras peças orientadas no mesmo rumo de internacionalização de carreira), aqui se reúne um conjunto de fados e não-fados: temas de George Auric e o “Limelight”, de Chaplin, as pouco amadas “espanholadas” e, de um modo geral, os primeiros passos de uma Amália a caminho do futuro estatuto de diva.
Alasdair Roberts - Spoils
Escuta-se na música de Alasdair Roberts todos os ecos do que, nos últimos quarenta anos, foi a história do folk e folk-rock britânicos, dos Fairport Convention a Bert Jansch e inúmeras notabilidades afins. Não será nunca um Richard Thompson (embora, certamente, o desejasse muito) mas esta música acústica e suavemente eléctrica fica bem com o Verão.
Susanna - Flower Of Evil
Susanna Karolina Wallumrød - anteriormente, Susanna and the Magical Orchestra, na companhia de Morten Qvenild – no seu segundo álbum a solo, persiste na reinterpretação de “clássicos” estilisticamente ecléticos. A saber: Sandy Denny, Nico, Prince, Lou Reed, Roy Harper, ABBA, Will Oldham, Tom Petty, Thin Lizzy ou Black Sabbath. E não se sai nada mal.
Vários - The Rough Guide To Gipsy Music
No âmbito propriamente musical, a cultura cigana é uma esponja que absorve as marcas e traços de identidade musicais dos locais por onde a trajectória nómada se vai desenhando: dos Balcãs à Ibéria, da Grã Bretanha aos EUA. Este guia de viagem musical não é exaustivo mas da Fanfare Ciocarlia a Boban Markovic, ou ao Taraf de Haïdouks, não fica muito de fora.
(2009)
Ercília Costa - As Primeiras Gravações (1929 – 1930)
No final da década de 20 de século passado, cantava Ercília Costa “aos poucos, minha Alfama vai morrendo, recordação tão linda do passado, e o modernismo ainda hoje vai tecendo, desmoronando esse sonho encantado”. Ainda bem que se enganou e que a canção “cantada por meretrizes”, em Alfama e fora dela, não sucumbiu ao “modernismo”. Ela também não.
Maria Alice - As Primeiras Gravações (1929 – 1931)
Salazar ainda não era primeiro-ministro quando Maria Alice – aliás, Glória Mendes Leal de Carvalho –, em 1929, entrou nos estúdios Valentim de Carvalho. Oitenta anos depois, fados como o “menor” em que canta “por eu vender o meu corpo, olham pra mim com desdém, as ricas também se vendem e tudo lhes fica bem” só podem ter um sabor muito especial.
Amália Rodrigues - Amália Secreta (1953 – 1958)
Primeira gravação realizada por Amália no Brasil (acrescentada de outras peças orientadas no mesmo rumo de internacionalização de carreira), aqui se reúne um conjunto de fados e não-fados: temas de George Auric e o “Limelight”, de Chaplin, as pouco amadas “espanholadas” e, de um modo geral, os primeiros passos de uma Amália a caminho do futuro estatuto de diva.
Alasdair Roberts - Spoils
Escuta-se na música de Alasdair Roberts todos os ecos do que, nos últimos quarenta anos, foi a história do folk e folk-rock britânicos, dos Fairport Convention a Bert Jansch e inúmeras notabilidades afins. Não será nunca um Richard Thompson (embora, certamente, o desejasse muito) mas esta música acústica e suavemente eléctrica fica bem com o Verão.
Susanna - Flower Of Evil
Susanna Karolina Wallumrød - anteriormente, Susanna and the Magical Orchestra, na companhia de Morten Qvenild – no seu segundo álbum a solo, persiste na reinterpretação de “clássicos” estilisticamente ecléticos. A saber: Sandy Denny, Nico, Prince, Lou Reed, Roy Harper, ABBA, Will Oldham, Tom Petty, Thin Lizzy ou Black Sabbath. E não se sai nada mal.
Vários - The Rough Guide To Gipsy Music
No âmbito propriamente musical, a cultura cigana é uma esponja que absorve as marcas e traços de identidade musicais dos locais por onde a trajectória nómada se vai desenhando: dos Balcãs à Ibéria, da Grã Bretanha aos EUA. Este guia de viagem musical não é exaustivo mas da Fanfare Ciocarlia a Boban Markovic, ou ao Taraf de Haïdouks, não fica muito de fora.
(2009)
16 July 2009
15 July 2009
O PENSAMENTO FILOSÓFICO PORTUGUÊS (XVII)
Laurinda Alves
Vão ser, de certeza, imperdíveis as entrevistas que Laurinda Alves tem andado a preparar para o jornal "i" do mês de Agosto. Como esta, em "cenário provençal" (o "cenário provençal" é um dos mais sedutores ostinati literários da filósofa, de par com o "frio granítico" e o "sentido performativo") com Alberto Vaz da Silva: "Conversámos sobre o essencial da vida: a dor e o sofrimento; a alegria e a gratidão; a leitura dos astros e a decifração cósmica; o céu e a terra; a noite e o dia e, ainda, sobre grafologia. (...) Estruturalmente elegante, Alberto é um esteta. Tudo o que diz e tudo o que faz revela uma inclinação para a luz e a perfeição. Não no sentido perfeccionista, note-se". Notou-se, esteja descansada. (aqui)
(2009)
Laurinda Alves
Vão ser, de certeza, imperdíveis as entrevistas que Laurinda Alves tem andado a preparar para o jornal "i" do mês de Agosto. Como esta, em "cenário provençal" (o "cenário provençal" é um dos mais sedutores ostinati literários da filósofa, de par com o "frio granítico" e o "sentido performativo") com Alberto Vaz da Silva: "Conversámos sobre o essencial da vida: a dor e o sofrimento; a alegria e a gratidão; a leitura dos astros e a decifração cósmica; o céu e a terra; a noite e o dia e, ainda, sobre grafologia. (...) Estruturalmente elegante, Alberto é um esteta. Tudo o que diz e tudo o que faz revela uma inclinação para a luz e a perfeição. Não no sentido perfeccionista, note-se". Notou-se, esteja descansada. (aqui)
(2009)
ESTA MALTA DE ENGENHARIA
NUNCA SE DEU BEM COM NÚMEROS...
... mas, ainda com um curso de engenharia "à antiga" ou com outro que já anunciava a era das "Novas Oportunidades", só pode ser esta a explicação para as más relações com a Sociedade Portuguesa de Matemática.
(2009)
NUNCA SE DEU BEM COM NÚMEROS...
... mas, ainda com um curso de engenharia "à antiga" ou com outro que já anunciava a era das "Novas Oportunidades", só pode ser esta a explicação para as más relações com a Sociedade Portuguesa de Matemática.
(2009)
RELIGION IS THE BEST SCIENCE FICTION
(David Byrne)
"Some of us might roll our eyes at the science fiction religions of Mormonism and Scientology — their preposterous myths and stories and references to cosmic apocalyptic events. Mormons believe that when all have had a chance to hear the word of God the apocalypse will commence... hence the rush to conversion. L. Ron Hubbard, founder of Scientology, wrote that 75 million years ago, the head of the Galactic Federation, made up of 76 planets, was a being named Xenu. Faced with an overpopulation problem, he brought beings to this planet, blew them up with hydrogen bombs, and packaged them. Their spirits now infest our bodies. (...) We scoff at religions clearly 'made up' by men just like ourselves within the last couple of centuries. (...) But what makes the more established religions any less preposterous? Weren’t they also mostly 'made up' by men like ourselves? Yes, some have been augmented by other men — additional rules and imagery added over the millennia — but isn’t it just time that gives them more credence or respect? If we’re going to roll our eyes at only the new religions then we are, in my opinion, being very unfair". (daqui)
(2009)
(David Byrne)
"Some of us might roll our eyes at the science fiction religions of Mormonism and Scientology — their preposterous myths and stories and references to cosmic apocalyptic events. Mormons believe that when all have had a chance to hear the word of God the apocalypse will commence... hence the rush to conversion. L. Ron Hubbard, founder of Scientology, wrote that 75 million years ago, the head of the Galactic Federation, made up of 76 planets, was a being named Xenu. Faced with an overpopulation problem, he brought beings to this planet, blew them up with hydrogen bombs, and packaged them. Their spirits now infest our bodies. (...) We scoff at religions clearly 'made up' by men just like ourselves within the last couple of centuries. (...) But what makes the more established religions any less preposterous? Weren’t they also mostly 'made up' by men like ourselves? Yes, some have been augmented by other men — additional rules and imagery added over the millennia — but isn’t it just time that gives them more credence or respect? If we’re going to roll our eyes at only the new religions then we are, in my opinion, being very unfair". (daqui)
(2009)
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14 July 2009
A AUTOCENSURA COMO FORMA DE ARTE
"Toe Jam" - THE BPA & David Byrne (c/ Dizzee Rascal) - real. Keith Schofield
(2009)
"Toe Jam" - THE BPA & David Byrne (c/ Dizzee Rascal) - real. Keith Schofield
(2009)
Regina Spektor - "Laughing With"
"I'm always fascinated with faith, religion, and spirituality, and what those things are to each other, or how they come together or don't come together. When I was done with this record I was like, 'Whoa, I have a lot of stuff here that's just about, like, religion'. Which is amazing. It wasn't planned, but it's one of those concepts that my mind is just fascinated with, and I'm always mulling over. Sometimes I'm really positive about religion, but, you know, sometimes I'm really sarcastic about it, too. Hey, that's God, that's life!"
Miúda, juízo... (a canção até tem pinta).
(2009)
13 July 2009
SÓ PODE TER SIDO, OUTRA VEZ,
POR CAUSA DA COMUNICAÇÃO SOCIAL,
DOS NUNOS CRATOS E DA "OPOSIÇÃO"...
... só que, agora, os spin doctors devem ter aconselhado a táctica do "teatrinho do absurdo": quer as notas subam, quer desçam, é preciso dizer que está "muito feliz e orgulhosa" que é para ver se, entre os protectores solares e o reinício da saison do ludopédio, a coisa passa despercebida. E, contudo...
(2009)
POR CAUSA DA COMUNICAÇÃO SOCIAL,
DOS NUNOS CRATOS E DA "OPOSIÇÃO"...
... só que, agora, os spin doctors devem ter aconselhado a táctica do "teatrinho do absurdo": quer as notas subam, quer desçam, é preciso dizer que está "muito feliz e orgulhosa" que é para ver se, entre os protectores solares e o reinício da saison do ludopédio, a coisa passa despercebida. E, contudo...
(2009)
SALVE REGINA!
Regina Spektor - Far
Não existe, hoje, ninguém a escrever canções como as que Regina Spektor assina. E – embora isso possa afugentar aqueles (oh quão previsíveis!) fãs da primeira hora que nunca verão com bons olhos que o seu secreto tesouro indie possa ter-se tornado património público – uma óptima notícia é que tão excelente songwriter (em especial, desde o último Begin To Hope, de 2006) tenha conquistado a visibilidade que, sem a obrigar a exercer a mais antiga e honrosa profissão do mundo, lhe permite alojamento temporário no genericamente mal frequentado espaço das tabelas de vendas. Até porque não seria, de todo, evidente que isso poderia acontecer: a esta “irmã” – mais nova e só um pouco menos inquietante – de Fiona Apple, descendente oblíqua de Joni Mitchell e Laura Nyro, com a indeterminação estética da Björk mais pop, a bizarria menos hippie de Kate Bush e o lirismo cirúrgico de Suzanne Vega, a esta alma russa-americana de outro e de nenhum século capaz de, sem hesitar, colocar, lado a lado, Madonna e Bob Dylan, como exemplos de quem admira "por estarem sempre em mudança", a esta estilista da auto-irrisão que alinha frases como "but sometimes I forget I got a perfect body cause my eyelashes catch my sweat", nada disto estava destinado.
Far é, então, puríssimo e requintado classicismo pop com suficientes pontas soltas para baralhar as hipóteses de leitura imediata, vestígios q.b. da primordial piano-punk com formação de conservatório, visões desconfortáveis do futuro ("And I'm downloaded daily, I am part of a composite, hooked into machine"), farrapos de filme ("I found a wallet, inside were pictures of your small family,you are so young, your hair dark brown, you had been born in 1953"), haikus envenenados ("Two birds on a wire, one tries to fly away and the other watches him close from that wire, he says he wants to as well, but he is a liar"). Tudo aparentemente cálido como uma aragem de Verão.
(2009)
Regina Spektor - Far
Não existe, hoje, ninguém a escrever canções como as que Regina Spektor assina. E – embora isso possa afugentar aqueles (oh quão previsíveis!) fãs da primeira hora que nunca verão com bons olhos que o seu secreto tesouro indie possa ter-se tornado património público – uma óptima notícia é que tão excelente songwriter (em especial, desde o último Begin To Hope, de 2006) tenha conquistado a visibilidade que, sem a obrigar a exercer a mais antiga e honrosa profissão do mundo, lhe permite alojamento temporário no genericamente mal frequentado espaço das tabelas de vendas. Até porque não seria, de todo, evidente que isso poderia acontecer: a esta “irmã” – mais nova e só um pouco menos inquietante – de Fiona Apple, descendente oblíqua de Joni Mitchell e Laura Nyro, com a indeterminação estética da Björk mais pop, a bizarria menos hippie de Kate Bush e o lirismo cirúrgico de Suzanne Vega, a esta alma russa-americana de outro e de nenhum século capaz de, sem hesitar, colocar, lado a lado, Madonna e Bob Dylan, como exemplos de quem admira "por estarem sempre em mudança", a esta estilista da auto-irrisão que alinha frases como "but sometimes I forget I got a perfect body cause my eyelashes catch my sweat", nada disto estava destinado.
Far é, então, puríssimo e requintado classicismo pop com suficientes pontas soltas para baralhar as hipóteses de leitura imediata, vestígios q.b. da primordial piano-punk com formação de conservatório, visões desconfortáveis do futuro ("And I'm downloaded daily, I am part of a composite, hooked into machine"), farrapos de filme ("I found a wallet, inside were pictures of your small family,you are so young, your hair dark brown, you had been born in 1953"), haikus envenenados ("Two birds on a wire, one tries to fly away and the other watches him close from that wire, he says he wants to as well, but he is a liar"). Tudo aparentemente cálido como uma aragem de Verão.
(2009)
12 July 2009
ESTAVA A VER QUE NUNCA MAIS...
A equipa do INEM
A equipa do INEM
No meio da paranoia generalizada com a gripe A, o primeiro texto da imprensa portuguesa que não cavalga o "apocalipse":
"Se quiserem ter cuidado tenham, mas não é o fim do mundo apanhar isto. É uma gripe como outra qualquer. Já tive gripes bem piores”.
"Se João fosse susceptível de ser assustado nada teria sido pior do que 'a chegada dos astronautas' a sua casa, em Aveiro. Depois de discar o número 808 24 24 24 (Linha de Saúde 24) com receios de ter sido infectado com a estirpe pandémica do vírus da gripe – tinha vindo de Valência (Espanha) e tinha tosse, dor de cabeça e alguma febre – não demorou muito a que chegasse à sua porta uma ambulância do INEM com dois homens vestidos com luvas, óculos, cobertos da cabeça aos pés com fatos brancos especiais, com os pés protegidos para o levar a ele, que nesse dia até estava com menos febre do que no dia anterior".
"A crítica é comum: “Não é nada como dizem nos jornais. Não é nada do outro mundo. Os jornais é que alarmam as pessoas”, palavras de André. “Toda a gente vai tê-la. Não há volta a dar, mas uma pessoa saudável não morre disto”, avisa João".
(2009)
SÓ COM RECEITA MÉDICA
Esculturas eróticas em templos hindus de Khajuraho, sec.X
- proíbidas na Ucrânia
(fotos daqui)
(2009)
Esculturas eróticas em templos hindus de Khajuraho, sec.X
- proíbidas na Ucrânia
(fotos daqui)
(2009)
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