29 February 2024

A ler (e escrever)

AGUARELA SUBAQUÁTICA

Ela apresenta-se: "Chamo-me Emma Gatrill, escrevo canções na harpa. Gosto de contar histórias, reais e de ficção". E, à "For Folk's Sake", acrescentava: "Não sou capaz de apenas escrever uma canção, ela tem de vir até mim. Há dias em que as palavras são como enxames no meu cérebro e não consigo concentrar-me senão nelas, no seu significado, no som delas, como exprimir sentimentos por meio dessas enunciações dispersas. Por vezes penso que, quando estou nesse estado de espírito, não devo ser grande companhia". Explicando-se melhor, enumerava o que com ela actua como matéria de inspiração: "Deambulações, relíquias, aventuras, Rachmaninoff, pintura, florestas, Yeats, o mar, o céu, Satie. Muito do que me inspira está à minha volta. Cresci numa quinta, no campo, e agora vivo perto do mar, em Brighton. Os sons e as imagens naturais foram sempre uma grande parte da minha vida e parecem infiltrar-se na música que escrevo: o som das folhas secas que piso no Outono, as colinas cobertas de neve, os cordeiros recém-nascidos, as longas noites de Verão. Muitas das palavras que canto chegam-me enquanto caminho. Somos, afinal, muito pequenos no grande esquema das coisas mas isso não significa que o que sentimos não seja importante". (daqui; segue para aqui)

28 February 2024

... e eis-nos chegados, literalmente, à política da cueca, verdadeiro eixo conceptual-simbólico do pensamento neo-facho

Edit (29/02/2024) - ... e um neo-facho fã de Rui Reininho: "Por ela assalto a caixa de esmolas, atirem-me água benta"

Montenegro adere aos Verdes

Edit (16:40) - Chamam-me a atenção para o facto de, num protesto de carácter ecológico-ambiental, ser erradamente utilizada tinta industrial - esta deverá ser vantajosamente substituída por bosta de vaca, cabra, ovelha ou burro biologicamente certificada.

Vera Sola - "Desire Path"

(daqui; ver também aqui)

26 February 2024

Embora tardiamente, a Emma Stone evoca o glorioso sonho do Álvaro
 
O que era realmente interessante saber - mas não parece haver jornalistas "de investigação" interessados em fazê-lo - é quais as forças que, no interior do partido social-fascista, foram responsáveis pela ascensão da nulidade-Raimundo em vez daqueles dois ou três que se supunha serem os óbvios candidatos

LIMPAR O PÓ AOS ARQUIVOS (XCI)

(com a indispensável colaboração do R & R)

(clicar na imagem para ampliar)

Neil Young & Crazy Horse - "Like a Hurricane"

25 February 2024

 Campanha eleitoral

(os "homens da rua")


Hyppolythe Flandrin - Entrada de Jesus em Jerusalém (1846) Igreja de Saint Germain des Pres, Paris

"Indo os discípulos, fizeram como Jesus lhes ordenara; trouxeram a jumenta e o jumentinho, puseram sobre eles as capas, e fizeram-no montar. A maior parte da multidão estendia as suas capas pela estrada, e outros cortavam ramos de árvores e os espalhavam no caminho. As turbas que o precediam e as que o seguiam, clamavam: Hossana ao filho de David! Bendito aquele que vem em nome do Senhor! Hossana nas maiores alturas! Ao entrar ele em Jerusalém, agitou-se a cidade inteira, perguntando: Quem é este? A multidão respondia: Este é Jesus, o profeta de Nazaré da Galiléia" (Mateus 21: 6-11)

Cara de Espelho - "Tratado de Paz"

(daqui; álbum integral aqui)

22 February 2024

20 February 2024

2024 - Prémio "Os galarós esganiçados (acrobatas vocais das altas frequências V - variante feminina)"
 
Apoiante do Trampas
 
"Bad Idea" (daqui; ver também aqui)
 
(sequência daqui) Se o belíssimo anterior (Shades, 2019) podia definir-se como uma sequência de litanias “for the lovers, for the killers, for the liars”, este, com a determinante co-produção de Kenneth Pattengale, alarga horizontes e, bebendo tanto da atmosfera da Sinfonia do Novo Mundo, de Dvořák (aquela que Neil Armstrong fez viajar até à Lua, em 1969) como do "surruralismo" sonoro de Tom Waits, espraia-se por amplíssimas paisagens de "western", cenário e, ao mesmo tempo, matéria-prima mental. Ela explica: "Vejo este álbum como uma topografia da memória. Como se a desdobrássemos e os momentos que a constituem se erguessem em relevo. Uma colecção de histórias cerzidas por uma linha de sonhos que permite a convergência de espaços diferentes numa única vastidão dificilmente reconhecível. Os espaços em que vivemos atribuem-nos uma forma. E a memória redesenha tudo outra vez".

19 February 2024

... e, no final, que não falte uma réplica dos trepidantes momentos do festival da canção: "Alô, júri de Beja, o vosso voto vai para..."
 
Edit (20/02/2024) - ... nem o cerco da bófia animou um bocadinho aquele "tête à tête" de zombies enjoados...
 
 
Edit (13:15) - isto não é uma votação; isto não é uma sondagem; isto é o quê? Isto é a reciclagem da velha técnica Cro-Magnon de abordar meia dúzia de transeuntes na rua e, no final, declarar "Os portugueses pensam que..."

"Nós, professores, já não lemos. Nem sequer estudamos. Estamos demasiado ocupados em escrever e em explicar o que supostamente deveríamos ter lido, mas as horas de enriquecimento cultural e de reflexão foram praticamente desterradas do trabalho universitário (...). Se um investigador, por exemplo um filólogo, quiser pedir um financiamento para um projecto, o primeiro obstáculo que encontra é um muro de palavras absurdas: sinergias, interdisciplinaridade, disrupção... (...) pressupostos que na sua origem parecem provir das ciências experimentais ou aplicadas, mas que, no entanto, traduzem mais a verborreia alucinada do fundador de uma 'startup'. Tudo são 'desafios', 'talentos' das 'sociedades inclusivas´ e outros títulos que demonstram preocupação, e que alternam, com tons contraditórios, entre o messiânico e o apocalíptico, ainda que coincidam sempre em tomar o futuro como ideologia. (...) Desde há demasiado tempo que temos querido converter a universidade num absurdo que conjuga os piores delírios do activismo simplório com os abusos da produção capitalista. A prestação de contas que, até certo ponto, é razoável, tornou-se na única prioridade, até converter-nos em peritos em prestar contas do que nunca aconteceu. A nossa obsessão pela eficácia acabou por nos condenar à pior ineficácia. Investimos milhões a criar redes de conhecimento internacional, congressos e publicações ao mesmo tempo que somos incapazes de conseguir o mais imprescindível: tempo. Tempo para o silêncio, o estudo e a leitura. Tudo o que não seja isso é fumaça"

18 February 2024

TOPOGRAFIA DA MEMÓRIA 

O Colt Single Action Army é um famoso revólver concebido, em 1872, pela Colt's Patent Firearms Manufacturing Company para o governo dos EUA e que viria a ser adoptado pelo exército norte-americano entre 1873 e 1892 bem como por rancheiros, agentes da lei e fora da lei notórios. Tinha como alcunha "Peacemaker" em virtude do modo como, numa situação de confronto violento, possuia os argumentos necessários para o fazer cessar de imediato. "Foi a arma que 'domesticou' o Oeste americano. A derradeira ironia residia não apenas no facto de ser um símbolo da paz alcançada através da violência mas também uma bonita palavra que embrulhava algo horrível", diz Vera Sola a propósito da inspiração para o título - Peacemaker - do seu segundo álbum. E acrescenta: "Tem uma ressonância temática com a essência do disco tal como um significado pessoal em relação â minha linhagem familiar de velhos pistoleiros do Oeste. Agarra realmente a complexidade da música. Essa complexidade é importante para mim. Esse gesto de encarar as sombras e ser capaz de as reintegrar". (daqui; segue para aqui)

"The Line" (ver também aqui)

16 February 2024

O assassinato do Pai Natal 
segundo Putin

 
(ver aqui)

LIMPAR O PÓ AOS ARQUIVOS (XC)

(com a indispensável colaboração do R & R)
(clicar na imagem para ampliar)
 
Scott Johnson - "Mom Dad" (da BSO de Patty Hearst, na íntegra aqui)
 
Nuno Rebelo - Sagração Do Mês De Maio (1ª Sinfonia Falsificada)
Philip Glass – 1000 Airplanes On The Roof

15 February 2024

Anna Calvi on scoring the music of Peaky Blinders season 5
 
(sequência daqui) Tendo como tema principal "Red Right Hand", de Nick Cave, muitas outras eminências da música actual - PJ Harvey, Laura Marling, Radiohead, Sam Lee, White Stripes, Sinéad O'Connor, Lisa O'Neil... - se lhe foram agregando. Nas duas últimas temporadas, foi, porém, a magnífica Anna Calvi a ocupar o lugar central, criando 37 temas agora recolhidos em Peaky Blinders: Season 5 & 6 (Original Score). Há 4 anos, aquando da publicação de Hunted, dizia-nos: “Queria ter a noção de quão profundamente seria capaz de entrar naquele imenso abismo negro do espírito do Tommy Shelby, a personagem principal. Explorar aquelas trevas e vulnerabilidade, aquela brutalidade e sensibilidade que sempre procurei na minha música, como se eu fosse ele. Uma espécie de diálogo que me conduziu a procurar inspiração na música dos 'westerns' porque Peaky Blinders é, de facto, um 'western' situado em Birmingham”. Bem-vindos ao imenso abismo negro.

13 February 2024

É só continuar a investigar e, 
debaixo das pedras, muitos outros 
"portugueses de bem e imigrantes bons" saltarão (via DT)
 
Edit (17:52) - ... e mais uns quantos esqueletos no armário (via OMQ)
 
Edit (14/02/2024) - ... não esquecendo as birras da xungaria evangélica neo-facha luso-brasileira
Olha, uma ideia que vale a pena ser discutida... (embora não seja nada difícil prever que, na hora H, o PS meta o rabo entre as pernas)

12 February 2024

O IMENSO ABISMO NEGRO

Não é propriamente uma inovação herética: na banda sonora de Marie Antoinette, de Sofia Coppola (2006), escutámos, sem sobressalto, Siouxsie & The Banshees, New Order, Cure, Bow Wow Wow ou os Gang Of Four lado a lado com Vivaldi, Rameau ou Scarlatti; em Moulin Rouge, de Baz Luhrmann (2001), cruzarmo-nos com Madonna, T. Rex, Police, Nirvana e Elton John ou assistirmos ao parto de "The Sound Of Music" na trepidante Montmartre da viragem do século, não foi motivo de nenhum escândalo. E, pulando para o domínio das séries de televisão, na belíssima Westworld (2016/2022) - "um 'western' com robots" -, 'Paint It Black', dos Rolling Stones, 'House Of The Rising Sun', dos Animals, 'A Forest', de The Cure, 'Black Hole Sun', dos Soundgarden, ou 'Exit Music (For A Film)', dos Radiohead, tocadas por uma vetusta pianola, não provocaram a menor perplexidade. Mas, provavelmente, nenhuma outra atingiu tão plenamente a perfeição no encaixe entre música eléctrica contemporânea e contexto histórico "divergente" (início do século XX) como Peaky Blinders (2013/2022). (daqui; segue para aqui)
Anna Calvi- "Miquelon"

09 February 2024

 
(sequência daqui) Se Gaiteiros de Lisboa, Deolinda ou Naifa "foram laboratórios muito importantes, chegámos aqui com a mochila bem carregada" para a construção do álbum, passo a passo, peça a peça, houve, inevitavelmente, que ajustar hábitos e métodos, procurando pontos de equilíbrio entre ditadura sanguinária e democracia radical. "Nos Gaiteiros mando eu, aqui, não mando nada. Limitei-me a entregar as minhas coisas que, depois, foram escolhidas por eles. Há uma confiança artística entre nós", confessa Carlos Guerreiro, detalhando a seguir os mistérios ocultos da composição: "Nos Gaiteiros, eu não faço canções. Na verdade, não sei o que é que faço. Tentei encarar aquilo como canções e não conseguia. De facto, são mais... exercícios sonoro-musicais do que propriamente canções. As únicas canções foram aquelas que o José Manuel David compôs sobre letras da Amélia Muge. É o que mais se assemelha a canções". E, recuando muito até ao lugar das origens, "Começámos por divinizar a música tradicional. O Michel Giacometti era um deus, era todo um universo, um manancial a descobrir, era a minha música. Ouvi aquilo tudo em pescadinha, sabia tudo de cor. Chegávamos a reproduzir as imperfeições da recolha. Foi um processo que acabou por atingir um impasse. Quando chegou a altura dos Gaiteiros, eu já tinha perdido o respeitinho pela música portuguesa mas, ao mesmo tempo, sentia-me mais rico porque aquilo tinha-se ido transformando dentro de mim. A consequência disso foi ter ganhado uma grande liberdade e ter começado a sentir a necessidade de criar sons. E isso passaram a ser os meus instrumentos. Depois de samplados, passei a tê-los num teclado". Se, algures no Big Bang que desencadeou todo este processo, se encontrava presente José Mário Branco tutelando a gestação dos Gaiteiros, é, agora, altura de escutar Sérgio Godinho que sobre os Cara de Espelho lança publicamenteo seu selo de aprovação: "Coloca-se a fasquia alta, sem medos de falhar, de ser apenas uma vírgula no tempo. E se for, não valerá ela por si mesma, pelo prazer comum de criar algo de perene num momento, de partilhar entre si e entre nós o simples prazer da música, o entusiasmo da música, a cadência, a inventividade, outra forma de energia? Como se cumpre então as expectativas? Precisamente cumprindo. Parece uma redundância, mas é apenas o pôr em prática de uma realidade moderna e já antiga. Ver a nossa cara particular no espelho comum. Missão desde logo bem executada, digo eu. E nisso estou de acordo comigo, como por certo muita gente estará".
É a banca e a transcendente e sempre 
 

07 February 2024

Goa, 1974: a "pouca vergonha" das “sessões de droga e orgias frequentes (...) especialmente nas noites de luar” e explorando-se a “sonolência da polícia” 

... é só hippies, obálhamedeus...
The Cable Street Mural in Shadwell, East London, was painted on the side of St George's Town Hall by Dave Binnington, Paul Butler, Ray Walker and Desmond Rochfort between 1979 and 1983 to commemorate the Battle of Cable Street in 1936
 
(sequência daqui) Do outro lado do intercâmbio, Pedro traduz o modo como esse condicionamento aconteceu: "A partir do momento em que recebi aquele convite, comecei a pensar no que faria sentido acontecer com aquelas três peças - o Carlos, o Sérgio, o Luis - e comecei a escrever canções com estes ingredientes. Quando estou a compor gosto de ter todas as peças em cima da mesa. O que acabou por desbloquear isto tudo foi a Mitó com aquela voz, aquela personalidade. O lugar onde a voz dela se situa não pode ser uma qualquer canção. Houve canções que escrevi antes de existir a voz da Mitó que pura e simplesmente não resultaram com a voz dela". E Luís Martins alarga a perspectiva: "De repente, em canções que já estavam muito preenchidas, tivemos de encontrar espaço excluindo algumas coisas. Foi uma forma completamente diferente de trabalhar". Da qual resultou uma dúzia de canções impuríssimamente híbridas tanto do ponto de vista musical como do painel gloriosamente mestiço cuja imagem se reflecte no espelho: "Separando o africano do cigano/ Do chinês, do indiano, ucraniano,/ muçulmano, do romeno ou tirolês/ Como vês/ Sobra muito, muito pouco português, ó pá/ Separando o cristão do taoista,/ do judeu do islamita, do ateu ou do budista,/ do baptista mirandês/ Como vês/ Sobra muito, muito pouco português, ó pá/ (...) Ora tenta separar o teu genoma/ Tu tеns tanto de Lisboa como de Rabat ou Doha/ Tudo soma no que és/ Como vês/ Sobra muito, muito pouco português, ó pá". Ou - tal como o anterior "Corridinho Português", também com eloquentíssimo vídeo de Joana Brandão -, a figura de Nosferatu do mui conhecido "Político Antropófago" que “Crava a unha, carne, pele e osso/ Ferra o dente sedente no pescoço/ O político antropófago/ Na tv, o banquete no palanque/ Na régie, querem sangue, pedem sangue/ E em casa num sarcófago”. (segue para aqui)

05 February 2024

Alerta Ucrânia! Não permitam que este pantomineiro meta a mão no "redesenho de toda a dimensão curricular"!!!
 
 
(sequência daqui) Uma pequena correcção: dos armários não sairam apenas as guitarras mas, principalmente, aquilo a que, carinhosamente, Carlos Guerreiro chama "os meus trecos". A saber, entidades sonoras do Além que dão pelos nomes de caixofone, turuta, carretofone, cadeireta, canarion, cabeçadecompressorofone, tubarões, sanfonocello, serpentalho e túbaros de Orfeu, saídas da sua mente de "luthier" de Belzebu. Como, sem um pingo de modéstia fingida, ele explica, "O que fez aqui a grande diferença foi a introdução dos meus trecos - só de olhar para eles, ninguém dá nada por aquilo, parecem lixo - em música a sério. Isto é um velho sonho: quando comecei a construir os primeiros instrumentos com os Gaiteiros, na altura, lançámo-nos a fazer as primeiras partes dos concertos da Setima Legião. O Ricardo Camacho adorava aqueles instrumentos e passava a vida a dizer-me 'Sampla isso!' Aquela proposta para mim era um ultrage: nunca na vida, porque eu queria... 'a verdade do destempero'! Acabei por deixar-me convencer e fiz imensos 'samples'. A coisa que me deu mais gozo foi perceber que aquilo, timbricamente, muda um bocado a temperatura das coisas e isso condicionou todo o processo". (segue para aqui)

03 February 2024

Cara de Espelho - "Corridinho Português" (daqui)
 
(sequência daqui) O trio chamado a depor (Carlos, Pedro e Luís), exploradores de longo curso dos atalhos, curvas e contracurvas de géneros, eras e blasfémias várias, recorda como, já antes, haviam dado sinais de que uma convergência de energias poderia vir a acontecer: "Em Novembro de 2013, no S. Jorge, os Gaiteiros e os Delinda já tinham tocado em conjunto num concerto do Misty Fest. Foi uma coisa histórica, aconteceu mesmo uma fusão das nossas linguagens: a troca era perfeita, todas as combinações foram possíveis. Poderia, facilmente, ter-se prolongado numa digressão nacional. Mas essa possibilidade acabaria por ser absurdamente abortada". Porém, desta vez, as forças do bem estavam atentas e, conta Pedro Martins, "A partir do momento em que o Carlos me contactou, disse-lhe que escreveria as canções mas queria participar nessa banda. O Luis também desejava participar, e o Serginho lembrou-se logo da voz da Mitó. Já toda a gente tinha mais ou menos arrumado as botas e, de repente, fomos todos buscar as guitarras aos armários e limpar-lhes o pó". (segue para aqui)

01 February 2024

(clicar na imagem para ampliar; daqui; ver também aqui)

TRANSFUSÃO DE SANGUE

Título: Cara de Espelho; Personagens: Pedro da Silva Martins (autor e compositor dos Deolinda, mas também para António Zambujo), Carlos Guerreiro (Gaiteiros de Lisboa, José Afonso, Fausto, GAC), Nuno Prata (baixista dos Ornatos Violeta), Luís J. Martins (Deolinda, António Zambujo, Cristina Branco), Sérgio Nascimento (das bandas de Sérgio Godinho e David Fonseca, antes dos Peste & Sida, um dos membros dos Humanos) e Mitó (voz de A Naifa e Señoritas); Sinopse (feita, de um fôlego, por Carlos Guerreiro): "Um dia, ia a passar à porta dos correios da Av de Roma e encontrei o Sérgio Nascimento que já não via há algum tempo. Estivemos a falar e tal, e adeus. À noite, telefona-me e desafia-me para fazermos alguma coisa em conjunto. Uma daquelas conversas que se tem muitas vezes e depois não dão em nada. Não sei se foi ele que sugeriu que falássemos com o Pedro Martins (o Pedro é, como o Zeca Afonso chamava ao Vitorino, "uma vaca parideira"). A partir daí, a coisa fugiu-nos do controlo e ganhou vida pópria". Neste ponto, é indispensável esclarecer que, em causa, está um álbum - Cara de Espelho, também o nome adoptado pelo sexteto - capaz de, logo no primeiro mês do ano, actuar como poderosa transfusão de sangue destinada a fortalecer a assaz anémica música portuguesa dos últimos tempos. (daqui; segue para aqui)

"Dr. Coisinho" (ver também aqui, aqui e aqui)
E parece que a bófia também tinha avaliado o "menino da lágrima" nuns valentes milhões