05 February 2024

 
(sequência daqui) Uma pequena correcção: dos armários não sairam apenas as guitarras mas, principalmente, aquilo a que, carinhosamente, Carlos Guerreiro chama "os meus trecos". A saber, entidades sonoras do Além que dão pelos nomes de caixofone, turuta, carretofone, cadeireta, canarion, cabeçadecompressorofone, tubarões, sanfonocello, serpentalho e túbaros de Orfeu, saídas da sua mente de "luthier" de Belzebu. Como, sem um pingo de modéstia fingida, ele explica, "O que fez aqui a grande diferença foi a introdução dos meus trecos - só de olhar para eles, ninguém dá nada por aquilo, parecem lixo - em música a sério. Isto é um velho sonho: quando comecei a construir os primeiros instrumentos com os Gaiteiros, na altura, lançámo-nos a fazer as primeiras partes dos concertos da Setima Legião. O Ricardo Camacho adorava aqueles instrumentos e passava a vida a dizer-me 'Sampla isso!' Aquela proposta para mim era um ultrage: nunca na vida, porque eu queria... 'a verdade do destempero'! Acabei por deixar-me convencer e fiz imensos 'samples'. A coisa que me deu mais gozo foi perceber que aquilo, timbricamente, muda um bocado a temperatura das coisas e isso condicionou todo o processo". (segue para aqui)

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