É PRÓ VERÃO
Ercília Costa - As Primeiras Gravações (1929 – 1930)
No final da década de 20 de século passado, cantava Ercília Costa “aos poucos, minha Alfama vai morrendo, recordação tão linda do passado, e o modernismo ainda hoje vai tecendo, desmoronando esse sonho encantado”. Ainda bem que se enganou e que a canção “cantada por meretrizes”, em Alfama e fora dela, não sucumbiu ao “modernismo”. Ela também não.
Maria Alice - As Primeiras Gravações (1929 – 1931)
Salazar ainda não era primeiro-ministro quando Maria Alice – aliás, Glória Mendes Leal de Carvalho –, em 1929, entrou nos estúdios Valentim de Carvalho. Oitenta anos depois, fados como o “menor” em que canta “por eu vender o meu corpo, olham pra mim com desdém, as ricas também se vendem e tudo lhes fica bem” só podem ter um sabor muito especial.
Amália Rodrigues - Amália Secreta (1953 – 1958)
Primeira gravação realizada por Amália no Brasil (acrescentada de outras peças orientadas no mesmo rumo de internacionalização de carreira), aqui se reúne um conjunto de fados e não-fados: temas de George Auric e o “Limelight”, de Chaplin, as pouco amadas “espanholadas” e, de um modo geral, os primeiros passos de uma Amália a caminho do futuro estatuto de diva.
Alasdair Roberts - Spoils
Escuta-se na música de Alasdair Roberts todos os ecos do que, nos últimos quarenta anos, foi a história do folk e folk-rock britânicos, dos Fairport Convention a Bert Jansch e inúmeras notabilidades afins. Não será nunca um Richard Thompson (embora, certamente, o desejasse muito) mas esta música acústica e suavemente eléctrica fica bem com o Verão.
Susanna - Flower Of Evil
Susanna Karolina Wallumrød - anteriormente, Susanna and the Magical Orchestra, na companhia de Morten Qvenild – no seu segundo álbum a solo, persiste na reinterpretação de “clássicos” estilisticamente ecléticos. A saber: Sandy Denny, Nico, Prince, Lou Reed, Roy Harper, ABBA, Will Oldham, Tom Petty, Thin Lizzy ou Black Sabbath. E não se sai nada mal.
Vários - The Rough Guide To Gipsy Music
No âmbito propriamente musical, a cultura cigana é uma esponja que absorve as marcas e traços de identidade musicais dos locais por onde a trajectória nómada se vai desenhando: dos Balcãs à Ibéria, da Grã Bretanha aos EUA. Este guia de viagem musical não é exaustivo mas da Fanfare Ciocarlia a Boban Markovic, ou ao Taraf de Haïdouks, não fica muito de fora.
(2009)
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1 comment:
E o disco do Rodrigo Leão?
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