14 January 2024

"Willie Crotty"
 
(sequência daqui) Foi nas "salas de aula" do Cobblestone ("Vivo ao virar da esquina, por isso, duas ou três vezes por semana passo por lá. Foi ali que forjei a minha identidade musical. Todas as noites podemos escutar diferentes tipos de música. Ao longo dos anos, fui-me aperfeiçoando lá. Tudo sem pagar um cêntimo, aprendendo com os mestres e fazendo bons amigos. O Cobblestone é mais um centro cultural do que um pub. Haverá sempre gente a tocar música tradicional irlandesa mas, se não for assim, nunca se poderá desenvolver um sentido enraizado de comunidade. Se não existe um ponto de encontro, é difícil dar início a qualquer coisa") que a matéria do que viria ser Look Over The Wall See The Sky começou a ser modelada: "Este álbum ocupa-se a explorar a identidade irlandesa e o que ela significa. Faço experiências mas não toco na sua essência. A música irlandesa não precisa de ser refrescada ou modernizada. Não a vou salvar, ela não precisa de ser salva, está de muito boa saúde. Simplesmente, há um muito amplo espectro de formas de a abordar". Tal como já se anunciava em I Would Not Live Always, estão todas presentes em Look Over The Wall See The Sky. Seja em peças enraizadamente irlandesas ou noutras objecto de conversão por afinidade, pelo meio de melodias em dissolução ou em confronto com tempestades de ruído branco, sintetizadores, guitarras, violino, drones, electrónica, flauta, interferências de rádio, e painéis de dissonância electro-acústica, afagam ou esventram "Willie Crotty" (a história de um fora-da-lei do século XVIII, das montanhas de Comeragh), "Mole In The Ground" (exumada da Anthology of American Folk Music, de Harry Smith) ou "The Lag’s Song" (lamento de prisão de Ewan McColl). Sob uma só condição: "Se respeitarmos a música de origem e a essência da canção, temos todo o direito de seguir em busca de uma visão diferente". (segue para aqui)

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