17 June 2009

STAY TUNED!



Começou aqui. Passou para aqui. Prossegue aqui.

(2009)

17 comments:

Anonymous said...

Assustador.
Ainda bem que não era de futebol que se estava a falar. Ou será que estes lobbies também terão braços armados?

João Lisboa said...

Até foi uma troca de opiniões bastante civilizada. Qualquer tarde (de manhã, é impensável) na Assembleia da República é mil vezes mais gore...

Anonymous said...

Gabo-lhe a paciência.

Rodrigo Ribeiro Telles said...

Isso é que, precisamente, me assusta, a passibilidade com que esta troca de argumentos se assemelha a uma tarde no parlamento. À parte a preguiça da crítica ou a visão guillulliana do João, que esperamos, Lisboa. Fico triste que não se escreva mais sobre o disco e que sobre apenas a esterilidade da cena sociológica, por mais que ela revele algo mais sobre a banda em causa.

João Lisboa, critique com palavras suas, é isso que se espera, mais nada.

Um abraço

Rodrigo

João Lisboa said...

"a passibilidade com que esta troca de argumentos se assemelha a uma tarde no parlamento"

... não percebi bem... mas eu disse exactamente o contrário...

"Fico triste que não se escreva mais sobre o disco e que sobre apenas a esterilidade da cena sociológica"

... pois... agora é que não percebi mesmo nada.

Calor Humano said...

Gonçalo,

O que há de assustador numa conversa?

Unknown said...

Esta "conversa" ja tem barbas, começou numa crítica num blog pouco conhecido a um concerto na Casa das Artes em Famalicão, passou pela caixa de comentários de um blog mais conhecido (pena alguns posts e respectivos comentários terem sido eliminados),continua no mesmo blog e aqui, no blog de um jornalista de renome.
E é capaz de continuar.

Jorge Mendes said...

O quê, o revisionismo histórico chegou a certos blogs?

É consistente com o «todos de pé que se vai cantar o roque tradicional» e com a resposta a um comentário que vou citar de cabeça porque já não a encontro no tal blog(ue): «criticar aqueles que carregam a nossa bandeira é apanágio dos fracos».

Agora uma informação rodoviária para os mais distraídos: A Avenida da Ribeira das Naus esteve fechada uns meses e fizeram uma limpeza. Agora já a reabriram, mas só parte dela(a que interessa).

Estas coisas são tão 1984, dão-me vontade de reler Orwell.

Calor Humano said...

essa frase é muita boa pá

Almirante said...

http://ribeiradasnaus.blogspot.com/2009/02/uma-vila-nova.html#comments

http://ribeiradasnaus.blogspot.com/2009/03/excitacao.html#comments

http://ribeiradasnaus.blogspot.com/2009/05/acusticos.html#comments

Que não vos falte nada meus caros berlinenses. Assim não há mais distorção.

Com a sua permissão, caro João Lisboa. Cumprimentos.

João Lisboa said...

"Esta "conversa" ja tem barbas"

Só agora percebi que sim. Oh well...

Anonymous said...

A mim apenas me impressionou a confusão entre crítica, que é sempre uma opinião pessoal fundamentada da forma que quem a assina entende, e informação. (Em termos de informação pura, o João Lisboa recomenda a press release; eu, como se trata de um disco, recomendo ouvir a música.) Mas esse é o mesmo tipo de confusão que também se estabeleceu, principalmente num programa que a TVI transmite às sextas-feiras, entre jornalismo, comentário e opinião. Não entender as balizas de cada campo de acção, chamemos-lhe assim, gera, no mínimo, equívocos.

fallorca said...

E já que é «conversa com barbas», aqui deixo as minhas de molho.
Gabo-te a pachorra, João

Anonymous said...

e os RICH KIDS todos contentes.
Realmente haja paciência.

Táxi Pluvioso said...

Vi com agrado que estes moços citam riffs de Emanuel na sua música. Bom. Emanuel é o Mozart ou Beethoven luso. E Tony Carreira é os Beatles.

Jorge Cruz said...

Caro João Lisboa,

Fico surpreendido ao vir dar, já fora de tempo, com este falatório que o seu comentário acerca do disco d'Os Golpes terá gerado. Seguia em frente para outra coisa qualquer mas lembro-me de um café que tomámos e de uma breve conversa e fico motivado a escrever porque nesse dia não tinha dinheiro nem para esse café, nem para um pastel de nata, ou para uma aguardente prazenteira que teria sido adequada. Tinha a mente vaga dos esbaforidos. Não era possível ter nada para dizer.
É a essa conversa que nunca tivémos que regresso. Se o tópico é este, tanto melhor. Deixemos por agora o Dylan vs Ochs.
Este disco de que falam foi produzido por mim. Dediquei-lhe por volta de meio ano, intermitentemente. O tempo que separou os 400 Golpes d'Os Golpes. Foi uma viagem suada, algo extensa e transformadora para quem a viveu. Nesse tempo, era a música. Não havia cruzes vermelhas, nem bandeiras, nem cavalos. Os nossos amigos da Flor Caveira não poderiam imaginar a alegria com que fariam mosh num Santiago Alquimista cheio quase um ano depois. Não poderiam imaginar e não queriam acreditar. A verdade é que lá estiveram, rodeados de mais ou menos betos (eu não reparei - já estou esquecido dos tempos do liceu). A verdade é que não é qualquer conjunto de canções que provoca o efeito inatacável que esse concerto provocou em quem o viu. Em mim, é isso que fica.
No principio era a música. Nunca ouvi um disco inteiro de Heróis do Mar. Não acredito em Deus. O meu avô era padeiro. O meu pai pintava murais no PREC. Já fiz meia dúzia de discos. Tenho uma ideia do que isso é. Partilho com orgulho este disco com Os Golpes. Um disco que já vem depois dessa vergonha de fazer música portuguesa que a minha geração representou. Que se responsabiliza por isso. E festeja-o com euforia adolescente. Nada de censurável. Eu bem sei que musica se fazia em Portugal quando eu tinha os vinte e poucos anos destes rapazes.
Sobre esta espécie de movimento (ou sindicato) que une rapazes de canções na zona de Lisboa, de dizer que é raro haver tanta gente com tanta afinidade, com carismas e talentos tão diferentes que se mantém unida e alegre fazendo coisas em conjunto. Não é Deus que nos une. É o roque, o respeito mútuo e algumas picardias. Umas que ficam cá dentro. Outras que se tornam verdades públicas, principalmente quando ditas pelo Tiago - que ainda vive excitado com toda essa atenção que merece (e merece) - e não crê em dever domar o seu poder sobre um conjunto de fieis seguidores, nos quais o João se terá inscrito ao adoptar um olhar (que foi esse mas poderia ter sido outro) como modelo para encarar o trabalho d'Os Golpes.
No princípio era a música. Era uma teia de beats e malhas de guitarra (daquelas que não se ouvem nos Herois do Mar), era o pé a querer bater. Era o baixo a sair, a bateria a entrar. Era roque do bom. Do português, como há muito não se fazia.

O João merece-me este devaneio. Devo dizer-lhe que não teria vagar para me alongar desta maneira com outro tipo qualquer só por ele escrever sobre música. Digo-o com fatalismo e sem vaidade. Tenho um livro de entrevistas suas. Li as suas conversas com o Tom Waits, o Leonard Cohen, a Suzanne Vega. Nada do que aí me interessou rondou a preguiça, o imediatismo corrente, as modinhas que vão e vêm, ou o apetite saciado com um simples fait-diver.
Quanto à música dos meninos ricos, informo-o, embora você saiba bem: ela é practicamente toda a que existe e existiu em Portugal. Ser músico é um luxo. Quase todos os que por aí avançaram tinham condições especiais para isso. Não vamos agora reduzir os Ornatos, o Sassetti ou a Carminho a música de meninos ricos.

Não tenho qualquer prazer em fazer críticas, não entendo sequer como algumas pessoas possam ter. Faço apenas questão de esperar melhor de si.

meus cumprimentos,
Jorge Cruz

Anonymous said...

Sr João

porque nao fala d eoutras editoras que tão boa música têm lançado recentemente? Rastilho, Raging Planet, Cobra, Borland,,,?

A mim passa me completamente ao lado tudo o que edita a flor caveira. Este é um fenómeno regional, de lisboa, nada mais.

Porque nao fala do excelente 40.0
2 dos peixe avião? é por ser um disco da melhor editora nacional independente?

ja chega de flores caveiras e amores furias. O povo não é parvo e um dia o hype acaba.

paz