12 July 2008

BOB DYLAN, LISBOA, 11.07.08


















(2008)

8 comments:

Anonymous said...

aquela "desolation row" veio do fundo dos infernos, não veio?

Táxi Pluvioso said...

Dylan mostrou que está na música pelo motivo certo - pelo dinheiro.

Não autorizou a transmissão televisiva, porque ia perder proventos. E, por ser muito velho - e quando se é velho, parecer novo, depende da luz ambiente - não autorizava transmissão de imagens no videowall do recinto. Por muita insistência da organização lá acedeu. Mas só meia dúzia de câmaras e de ângulos pré-definidos.

Os times já chanjaram há muito tempo. E ainda bem. Foi para melhor.

João Lisboa said...

"Dylan mostrou que está na música pelo motivo certo - pelo dinheiro.

Não autorizou a transmissão televisiva, porque ia perder proventos"

Estar, onde quer que seja, "pelo dinheiro" só é pecado para mentes católicas. E, durante 40 e tal anos, com todos os tombos e desastres, estou-lhe eternamente grato por, "pelo dinheiro" ou não, ele ter andado por cá. Sem ele, eu (e não só eu) seria, certamente (ainda), "un autre". E porque perderia proventos? Pelo contrário, para autorizar a transmissão só poderia ganhá-los...

"E, por ser muito velho - e quando se é velho, parecer novo, depende da luz ambiente - não autorizava transmissão de imagens no videowall do recinto. Por muita insistência da organização lá acedeu. Mas só meia dúzia de câmaras e de ângulos pré-definidos"

Tem todo o direito a fazê-lo. O rosto é dele e autoriza o que quiser. Tal como sempre teve o direito (e usou-o abundantemente) de tratar jornalistas imbecis abaixo de verme. Mas, mesmo isso, não me parece que seja regra: como se pode ver no "tubo" do Rock in Rio, de Madrid, no post anterior, deixou-se filmar num plano constante, bem próximo. E, no "No Direction Home", o rosto dele, em "close-up", enchia o ecrã com todas as rugas e pregas em evidência. Foi também "por dinheiro"? O "artista" cedeu à "prostituição"? Nesse caso, digamos que apenas mudou de sector artístico.

Táxi Pluvioso said...

Não tenho nada contra o dinheiro, antes pelo contário. A verdadeira arte é fazer dinheiro - dizia (e fazia) o Warhol e professava o Dalí. Há coisa melhor do que vender uns riscos numa tela ou uns sons nuns discos? Eu só admiro a Paula Rego por ter vendido aquela tela da Maria Madalena "sado" ao Sampaio. Isso é o verdadeiro génio.

Sou contra o Dylan porque é fake. É um idólo para consumidores de música americana comercial. Como os New Kids On The Block, na geração seguinte.

Táxi Pluvioso said...

Estas fotos são do Oeiras? Então as pessoas não foram revistadas para que não fotografassem a corrupção do mundo sensível?

Completando a ideia do dinheiro: eu acho que eles ganham pouco. Registei-me no YouTube e criei uma página para defender o aumento do preço dos discos. 20 € por um CD é muito pouco, 0.99 € pelo download de uma música é de borla. Por isso, acho que o Dylan ganha pouco. Devia ganhar muito mais.

No concerto gostei muito do Isaltino. No meio dos seus jovens eleitores. Sempre político.

João Lisboa said...

"Estas fotos são do Oeiras? Então as pessoas não foram revistadas para que não fotografassem a corrupção do mundo sensível?"

Havia milhares de máquinas e telemóveis a fotografar os concertos.

"No concerto gostei muito do Isaltino. No meio dos seus jovens eleitores. Sempre político"

Também não vi Isaltino nenhum. Aliás, no género, prefiro o Ferreira Torres.

João Lisboa said...

"Sou contra o Dylan porque é fake. É um idólo para consumidores de música americana comercial"

Toda a música é comercial: paga-se um preço para a escutar (em disco ou ao vivo - a menos que se saque, à borla, da net, mas aí só deixa de ser "comercial" contra vontade).

Interessa apenas saber se é boa ou não - coisa subjectiva, claro. A qualificação de "fake" (caso a caso, poderá ser elogio ou desancanço) é acessória. Dylan poderá ser muito adjectivável mas de "fake" nunca me lembraria.

Menphis said...

Ele até posou para as fotografias no final do concerto...