12 July 2008

NÃO DEIXAR DE CANTAR



Com os Buffalo Springfield e Crosby, Stills, Nash & Young, integrou a imensa maré hippie, alternativa, contra a guerra do Vietname. Mais tarde, foi apoiante de Ronald Reagan. Agora, viaja pelo mundo para promover o filme CSNY: Déjà Vu, documentário que regista o “Freedom Of Speech Tour” de 2006, momento de reunião da antiga banda, por ocasião das eleições intercalares americanas desse ano, realizado por Bernard Shakey (aliás, Neil Young, aliás, Joe Yankee, Joe Canuck, Phil Perspective, Clyde Coil, Dirigible Dan, Dr Shakes ou Shakey Deal). Nessa altura, publicara também Living With War, um militante manifesto de agitpop no qual apelava "Let's impeach the President for lyin' and misleading our country into war, abusing all the power that we gave him and shipping all our money out the door".



No final do ano passado, Chrome Dreams II como que revia todo o seu percurso pessoal e musical anterior mas, em “Ordinary People”, voltava à carga fotografando a área de catástrofe do sonho americano “They're ordinary people and they're livin' in a nightmare, hard workin' people and they don't know how they got there”. Apesar de viver nos EUA há quarenta anos, permanence cidadão canadiano mas, ao “Times Online” de 29 de Junho, declarava “I’m Canadians for Obama”, acrescentando “nenhuma canção poderá mudar o mundo. Mas isso nunca será justificação para deixar de cantar”. Precisamente aquilo que continua intensamente a fazer, agora em digressão europeia de Verão, cujos concertos têm terminado sob as labaredas de uma versão de “A Day In The Life” (dos Beatles), encore de um alinhamento que equilibra uma generosa percentagem dos seus clássicos privados com reportório mais recente.

(2008)

2 comments:

Anonymous said...

Que grande concerto, o de ontem!

Filipa Rosário said...

eu delirei.
filipa