15 September 2023

"Powderfinger" (álbum integral aqui)
 
(sequência daqui) Caso verdadeiramente sério, porém, é o de Neil Young: possuidor de um desmedido acervo de gravações inéditas, de estúdio e ao vivo (uma visita aos seus Archives será instantaneamente esclarecedora), muitas, desde há muito, circulando em modo corsário e, posteriormente, "oficializadas" ou não, de vez em quando, surgem enigmas e mistérios que, só à lupa se esclarece. Chrome Dreams é um exemplo típico: aludindo a um lendário homónimo de 1977 que seria preterido a favor de American Stars 'N Bars, em 2007, surgiria Chrome Dreams II, afinal a "sequela" com trinta anos de atraso de um álbum nunca publicado, constituída por temas dispersos excluídos de vários álbuns publicados (ou não) mas que, desde há bastantes anos, figuravam noutros “bootlegs” e “setlists” de concertos, acrescido de uns quantos originais recentes. Do original, não restava um único tema. É, agora, então, o momento para conhecermos o Chrome Dreams primordial. Segundo Young, estas 12 canções "poderão ter existido sob outras formas, noutros tempos, e isso faz parte do processo criativo". Notar o "poderão". E screscenta-se no site: "Esta edição que agora acontece é exactamente como Neil Young a entende e transporta um sentido de monumentalidade que lhe assegura um lugar na história". A verdade é que, sob as mais diversas formas já as conhecíamos todas, de Rust Never Sleeps, American Stars'N'Bars, Homegrown, Freedom, Hawks & Doves, Unplugged, e Comes A Time. Nada que perturbe Young. Como ele diz, "Trabalho para a minha musa. Começamos um álbum e as coisas correm umas vezes melhor, outras pior. Nunca posso dizer que tenha uma ideia exacta do que se vai passar. Muitas vezes, não há uma boa razão para um disco ter ficado perdido pelo caminho. Gravei-o, passou por mim, alguma coisa me distraíu e esqueci-me do que tinha estado a fazer antes. Acontece-me muito isso”.

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