15 February 2021

 
(sequência daqui) O que, de tudo isso, se transportou para a obra da muito jovem Joni Mitchell fica, agora, pronto a ser escutado, passo a passo, entre o Half Beat, de Toronto, o 2nd Fret, de Filadélfia, e a Canterbury House, em Ann Arbor, na cassete oferecida no aniversário da mãe, e nas emissões televisivas de “Let’s Sing Out” e rádios várias. Da aprendizagem dos rudimentos folk (“A folk era muito fácil de imitar. Era um bom ponto de partida”) à descoberta da individualidade criativa: ’Day After Day’ foi a minha primogénita. Não fazia ideia se era uma canção boa ou má. Foi a primeira que saiu cá para fora. ‘Urge For Going’ (“I awoke today and found the frost perched on the town, it hovered in a frozen sky, then it gobbled summer down, when the sun turns traitor cold and all trees are shivering in a naked row, I get the urge for going but I never seem to go”) deve ter sido aquela que, finalmente, me pareceu realmente bem escrita”. No prelo, estavam já "Eastern Rain", "The Circle Game", "Both Sides Now", "I Don’t Know Where I Stand", "Michael From Mountains" ou, assinalando, enfim, a chegada a Nova Iorque, "Chelsea Morning": “Do outro lado da minha rua, a West 16th Street, havia uma igreja enorme, a igreja de São Francisco Xavier. Fui lá um sábado para jogar bingo. Não ganhei um cêntimo. A igreja é como a Mafia: está tudo montado para serem eles a ganhar”.
 

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