15 May 2018

(porque vem muito a propósito)

A magia e o superior exemplo dos grandes vultos do ludopédio

 

"(...) Francisco Stromp nasceu no Largo do Intendente em Lisboa, e foi o primeiro grande símbolo do Sporting Clube de Portugal.

Aos três anos adoeceu, e, por isso, os médicos, amigos e colegas de profissão do pai, aconselharam a sua família a sair de Lisboa, pois o menino precisava de ar livre. Por esta razão mudou-se para o Lumiar que nessa época ficava fora da cidade, local onde cresceu e conheceu entre outros o neto do Visconde de Alvalade, José Holtreman Roquette. (...)

O seu grupo de amigos, entre os quais se incluíam os seus irmãos António e José, resolveu formar um clube, o Campo Grande Football Club, este clube não era apenas um clube desportivo como também era um clube recreativo, estas duas posições confrontaram-se no dia 12 de Abril de 1906 num piquenique em Loures, ocorrendo uma cisão da qual originou uns meses mais tarde o Sporting Clube de Portugal.

Em 1908, Francisco Stromp, então com dezasseis anos, estreou-se na equipa principal do Sporting, equipa essa a que pertenceu até à época de 1923/1924|, actuando como médio direito e a avançado centro, jogador de magníficos recursos foi o primeiro grande capitão e treinador de futebol do Sporting Clube de Portugal.

Diziam os companheiros que ele era a alma da equipa, apelava ao Sportinguismo de todos, e fazia-o de tal forma que conseguia sempre unir o grupo. Ficaram famosas as suas alocuções no balneário, antes do início dos jogos, quando, muitas vezes com os olhos marejados de lágrimas, incitava os colegas a dignificarem o clube. (...)

Também foi militar, sendo que era alferes da Escola de Oficiais e Milicianos de Cavalaria, no Forte da Ameixoeira, ainda esteve acampado em Monsanto, envolvido na preparação do golpe para a restauração da monarquia, em 1911, liderado por Paiva Couceiro, mas foram vencidos e por isso passaria dois meses na prisão dum quartel de Queluz, e não jogaria contra o Benfica, na vitória do Sporting por três a um no Campo Grande, haveria de regressar num jogo contra o Império em Palhavã, também com uma vitória de um a zero em que actuou na baliza. (...)

Ao exército seguiu-se a entrada no Banco Nacional Ultramarino, local onde subiu rápido na estrutura. (...)


Mas a doença, a sífilis, seria a sua sentença de morte. O seu pai, médico famoso, detectou-lhe o mal quando o surpreendeu a querer comer a sopa com um garfo. Na época, a sífilis era uma doença comum entre os clientes de prostitutas. Devido ao seu estado os erros no banco avolumavam-se.

A 1 de Julho de 1930, com trinta e oito anos, faleceu por vontade própria, na agonia da sua doença, escolhendo o dia em que o Sporting festejava o seu 24.º aniversário. Levantou-se cedo, mas em vez de ir para o Banco Nacional Ultramarino, como sempre ia, tomou o caminho da Estação de Comboios de Sete-Rios, quando se apercebeu do comboio, despiu o casaco e correu para ele de braços abertos. Assim se suicidou o primeiro grande capitão e treinador do Sporting. (aqui)

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