23 September 2010

PORTUGAL FOI, SEM DÚVIDA, UM DOS PAÍSES
QUE MAIS DEVOTAMENTE ABRAÇARAM OS VALORES
CRISTÃOS DA VATICANO S.A., MAS, EM MATÉRIA
DE ESCÂNDALOS DE PEDOFLIA E NEGÓCIOS ESCUROS
BANCÁRIOS, SE JÁ NÃO TEMOS NADA DE QUE NOS
ENVERGONHAR, AINDA HÁ MUITO PARA APRENDER



Santo Gotti Tedeschi

São uns simpáticos 23 milhões de euros sob suspeita de terem sido levados à lavandaria pela mão do senhor Gotti Tedeschi, membro da Opus Dei, paladino da ética no mundo financeiro, conselheiro do ministro das Finanças italiano, Giulio Tremonti, e presidente do Banco do Vaticano. Ou, mais exactamente, do Instituto Para As Obras De Religião, essa milagrosa ferramenta do divino destinada a converter o vil metal em puro espírito e a aplicar o cristianíssimo princípio "quem nunca errou que atire a primeira pedra". Pelo que nunca um único calhau foi lançado sobre Michele Sindona (embora um paralelipípedo perdido tenha atingido mortalmente João Paulo I), Paul Marcinkus ou sobre aqueles amigos do seu amigo que purificaram os tesouros nazis em lugar santo e seguro e, de caminho, tantas vidas salvaram.

No BPN ou no BPP já se constroem uns currículos jeitosos mas, convenhamos, isto é outra loiça.

(2010)

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