PARA QUE CONSTE QUE A BRUNA DE TORRE DE D. CHAMA
TEM ASCENDÊNCIA NOBRE, LENDÁRIA E MUI ILUSTRE
(ou não tivesse ela por apelido "Real")
Guillebert de Metz para Le Roman de Mélusine, 1410"Segundo a lenda, o topónimo Torre de D. Chama terá vindo pela Torre que nela havia no Castelo e que por isso se chamou Torre. E acrescentara-se Dona Chama porque era a vila e a Torre de uma grande Senhora gentia, no tempo em que os mouros residiam nestas terras, chamada Dona Chamorra.Sendo inclinada ilicitamente aos cristãos mandava chamar aqueles de melhor perfeição e os metia na torre para satisfazer o seu apetite. Para que a não fossem descobrir não tornavam mais a sair por lhe fazer ir conhecer o mundo da verdade. Sucedendo ir um mais avisado diz se que satisfizera o seu apetite e adormecera se acostada a ele. Como a sentisse dormindo se retirou como pode levando lhe um anel que lhe tirara do dedo, coisa de grande valor, e bem conhecido dos criados (o dito anel). E o levara no dedo para sinal que a Dona Chamorra lhe dera para assim os enganar para que o deixassem passar as guardas, o que passou. Estando já livre, Dona Chamorra despertara, acudiu mandando o chamar para que voltasse ali que a 'Dona Chama'. Pensando que ele a descobrira matou se a si mesma. Daí se chamar a Torre de Dona Chamorra, passou a chamar se a Torre da Dona (que) Chama". (Abade de Baçal, Memórias Arqueológicas..., vol. X, p. 265. citado pelo Professor Virgílio Tavares/2001, mestre em História Moderna e Contemporânea). Ficou a lira popular:
D. Chama chamorra
Pernas de cabra
Cara de senhora..."
(aqui e aqui)
... porque a D. Chama seria, afinal, segundo a lenda, sobrinha da famosa Mumadona e uma das manifestações locais da Dama Pé-de-Cabra e da mais cosmopolita Mélusine.
(2010)
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