06 December 2009

OUTRA GRANDE CONTRIBUIÇÃO PORTUGUESA PARA A CIÊNCIA
(desta vez, pelo bispo de Vila Real)



"Um transplante não é um acto biológico". Claro que não, é um acto cirúrgico. Mas a verdadeira razão é outra e é D. Joaquim Gonçalves que, através de um genial salto conceptual, a desvenda: "Um transplante não é um acto biológico porque é sempre vivido por alguém e tem uma componente afectiva". Fica, assim, aberta toda uma imensa e fecunda via de reclassificação dos actos verdadeiramente "biológicos", de agora em diante, reservada aos que não são vividos por ninguém e não têm uma componente afectiva. Não será, provavelmente, uma boa notícia para os biólogos da velha escola que verão aumentar significativamente os números do desemprego no seu sector mas, ciência que é ciência, não se deixa estorvar por minudências dessas.

Não menos de saudar é o agradável descomprometimento teológico do santo clérigo: "Após o transplante do coração, o bispo de Vila Real, D. Joaquim Gonçalves, sente, como confessou à 'Ecclesia', 'uma certa euforia de viver' porque o libertou, aos 71 anos de idade, de problemas 'cardíacos graves'". Como dizia o outro, "Heaven can wait". (aqui)

A Vaticano S.A. mantém-se, de resto, na vanguarda científica e tecnológica contemporânea: após a criação da água-benta em unidose, surge, agora, a revolucionária e higiénica hóstiomáquina, já disponível em diversas cores e modelos. A fé pode ser escassa mas lá que é asseadinha, é.

(2009)

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