12 June 2009

O AMOR DA JULIETA


Charles Ogier de Batz de Castelmore, Comte d'Artagnan
(estátua de Gustave Doré)

Esta deve ser daquelas que, em modo-resposta-falhada-de-concurso-de-TV, se costuma justificar com o magnífico "Ah e tal... nessa altura, eu ainda não tinha nascido". Seja a pergunta "em que ano foi a Revolução Francesa?", "quem escreveu A Filosofia na Alcova?" ou "a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado de hipotenusa é o enunciado do Teorema de: a) José Sócrates?; b) Pitágoras?; c) José Mourinho?". Mas foi, até agora (ontem), um dos grandes momentos de cinema de 2009: na sequência inicial de O Almoço de 15 de Agosto, de Gianni Di Gregorio, um já não-jovem filho lê à praticamente mumificada mãe uma passagem de Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas. Primeiro, franze-se o sobrolho. Depois, sai um "OMG!...". A seguir (acontece, pelo menos, três vezes), são puríssimas epifania, poesia e amor: o bom do "D'Artagnan" aparece sempre, sempre, sempre traduzido nas legendas como... "Dartacão"!. O qual, sendo "o amor da Julieta", só pode ser, naturalmente, uma personagem de Shakespeare. William Shakespeare, aquele actor do filme do Baz Luhrmann.



(2009)

2 comments:

Anonymous said...

http://estadistancia.blogspot.com/search?q=15+de+agosto

:)

João Lisboa said...

Pois, só vi o filme na 5ª feira.