O PENSAMENTO FILOSÓFICO PORTUGUÊS (XIII)
Fernando Ruas
Fernando Ruas
A primeira notícia é importante - "o presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas, foi distinguido pelo jornal 'Planeamento e Cidades' como 'autarca do ano' e vai receber o prémio no dia 26 de Junho, na Fundação de Serralves" - mas incomparavelmente mais decisivo é tomarmos conhecimento que também "já tinha recebido no mês de Maio a medalha de ouro da Societé Académique des Arts, Sciences et Lettres (França), que distingue figuras que se evidenciam nos campos das artes, ciências e letras" e que, "ainda antes, o autarca já tinha sido distinguido por uma universidade polaca". Uma vez que o insuficiente conhecimento da projecção internacional dos nossos mais eminentes valores culturais é verdadeiramente embaraçoso, torna-se obrigatório esclarecer que a Societé Académique des Arts, Sciences et Lettres "distingue personalidades de todas as nacionalidades que se tenham destacado no âmbito das artes (pintura, escultura, música, arquitectura, entre outras), ciências (medicina, física, biologia, entre outras) e letras (escritores, historiadores, entre outros)" e que essa instituição havia "anunciado a entrega da medalha de ouro também aos portugueses José Eduardo Moniz, da TVI, e à escritora Zita Seabra, mas apenas o primeiro esteve hoje em França a recebê-la".
Três questões cruciais se perfilam instantaneamente:
1) como é possível que a produção cultural de Fernando Ruas (murmura-se nos corredores das academias acerca da existência de um monumental e inédito tratactus philosophicus de inspiração kantiana, A Coisa Em Si ou a Coisa Para Si - Prolegómenos à Filosofia da Alteração dos Planos Directores Municipais) seja reconhecida no exterior e ignorada em Portugal?
2) se, no âmbito nacional, para além de Ruas, igualmente José Eduardo Moniz e Zita Seabra (dois outros superiores vultos das letras, artes e ciências pátrias que, entre nós, urge medalhar ou remedalhar) foram premiados, exactamente pela mesma ordem de razões de natureza cromática/tricológica, haverá que prestar equivalente homenagem a Gilberto Madaíl e Vítor Constâncio. Existindo um mínimo de justiça, pelo menos, esses!
3) num fraternal espírito europeísta, os agora distinguidos portugueses, deveriam exigir que idêntica honra se estenda a Silvio Berlusconi e ao ex-chanceler alemão, Gerhard Schröder, ilustres literatos, cientistas e artistas que, como eles, dão cor, brilho e lustro ao universo intelectual do velho continente.
(2009)
2 comments:
«extenda»? Cheira-me que o Madaíl andou a meter a unha no texto... lol :)
... oops...
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